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terça-feira, 15 de novembro de 2016

A Expedição de Martim Afonso e as Capitanias Hereditárias



A EXPEDIÇÃO DE MARTIM AFONSO DE SOUZA E AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
Era necessário colonizar para não perder a terra! Portugal tinha consciência disso, pois as nações europeias não aceitavam o Tratado de Tordesilhas, que afirmava que Portugal e Espanha eram os únicos donos das terras da América. A colonização visava-se, através do povoamento, preservar aposse já então disputada pelos corsários holandeses, ingleses e franceses.

 Martim Afonso de Souza

A expedição de Martim Afonso de Souza teve outros fatores, além destes:
·         O comércio como Oriente entrou em declínio devido aos custos elevados, além da concorrência com franceses, ingleses e espanhóis;
·         Portugal necessitava de novas alternativas para aumentar os lucros;
·         A esperança de descobrir metais preciosos nas terras brasileiras (como os espanhóis nas terras do Peru e México).
Portugal organizou a primeira grande expedição colonizadora destinada ao Brasil, comandada pelo fidalgo Martim Afonso de Souza.

A EXPEDIÇÃO COLONIZADORA
Era composta por 5 navios e uma tripulação de cerca de 400 pessoas. Partiu de Lisboa em dezembro de 1530, seu objetivo era iniciar a colonização do Brasil, combater os corsários estrangeiros, procurar ouro e fazer um maior reconhecimento geográfico de nosso litoral.
Em 22 de janeiro de 1532, Martim Afonso fundou a primeira vila do Brasil, a Vila de São Vicente, iniciou o plantio de cana-de-açúcar. Um ano após o plantio das primeiras mudas, instalou-se o primeiro engenho de açúcar do Brasil.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
O reino português não possuía recursos para colonizar, e o mais importante fazer com que a colônia produzisse lucros. A solução temporária veio com a fundação das Capitanias hereditárias, transferindo assim a responsabilidade de povoar e colonizar para a iniciativa particular dos futuros donatários (pessoas importantes indicadas pelo rei para administrar as capitanias).

OS NOMES DO BRASIL
·         Pindorama (Nome indígena);
·         Ilha de Vera Cruz (1500);
·         Terra Nova (1501);
·         Terra dos Papagaios (1501);
·         Terra de Vera Cruz (1503);
·         Terra de Santa Cruz (1503);
·         Terra Santa Cruz do Brasil (1505);
·         Terra do Brasil (1505);
·         Brasil (a partir de 1527).

Em 1534, o Brasil foi dividido em 15 lotes de terras, administrados pelos donatários nomeados pelo rei, que eram pessoas de razoável poder econômico, porém não eram nobres, pois os nobres preferiam investir seus recursos na África ou na Índia. Nomeado pelo rei, o donatário era a autoridade máxima dentro da capitania. Com a morte do donatário, a administração da capitania passava para seus filhos, por isso, Capitanias Hereditárias.

A instalação de engenhos de açúcar e de moinhos de água e o uso de depósitos de sal dependiam do pagamento de direitos; parte dos tributos devidos à Coroa pela exploração de pau-brasil, de metais preciosos e de derivados da pesca cabiam também aos capitães-donatários. Do ponto de vista administrativo, eles tinham o monopólio da justiça, autorização para fundar vilas, doar sesmarias, alistar colonos para fins militares e formar milícias sob seu comando.
Apesar de todo o “esforço” das capitanias hereditárias apenas duas floresceram, são elas: São Vicente e Pernambuco. As outras fracassaram logo nos primeiros anos, ou pela falta de recursos, ou por ataques de índios, ou pelo desinteresse do próprio donatário.
O florescimento das capitanias de Pernambuco e São Vicente esteve sempre associado ao cultivo da cana-de-açúcar ou caça ao índio, pois os vicentinos passaram a vender a mão de obra escrava índia para as demais regiões do Brasil.
Diversamente do que ocorreu na América do Norte, ou mesmo na América Espanhola, os colonizadores que aqui foram se estabelecendo vieram não para refazer suas vidas nos mesmos moldes que em seu país de origem, mas para fazer fortuna, procurando extrair o máximo tanto da natureza como dos que trabalhavam no menor tempo possível. Enriquecer o mais depressa possível pela exploração dos recursos naturais disponíveis e do trabalho alheio em bases servis, mediante trabalho escravo, primeiro dos povos indígenas da região e depois dos africanos. Aos poucos, em função da falência e do abandono, as capitanias foram sendo retomadas pela Coroa, sendo que as mesmas desapareceram definitivamente na segunda metade do século XVII.

REFERÊNCIAS
SOUZA, Evandro José. SAYÃO, Thiago Juliano. História do Brasil colonial. Indaial: Uniasselvi. 2011.

IMAGENS


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