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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A Inconfidência Mineira



OS MOVIMENTOS DE CONTESTAÇÃO
O século XVIII, também conhecido como o “século das luzes”; Luz associada à filosofia iluminista e os conhecimentos científicos, identificado pelo iluminismo e pela revolução industrial.
No final do século XVII, na Inglaterra, a monarquia absolutista teve sua primeira grande derrota, com a Revolução Gloriosa (1688). Na América do Norte, em 1776 as Treze Colônias declaravam a Independência Americana e romperam com o domínio inglês. Em 1789 a Revolução Francesa selou a nova fase política, com o regime republicano. Por sua vez o sistema econômico capitalista se afirmava após a Revolução Industrial e a exploração do trabalho assalariado, concomitantemente luta contra o tráfico de escravos. A primeira nação a abolir a escravidão foi a Inglaterra em1807. Esses fatos prepararam o terreno para o fim do regime colonial no Brasil. Tinha início à passagem de um regime de monopólios para o regime de livre concorrência e do trabalho escravo, para o assalariado.


O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO
No dia 7 de setembro de 1822, na região di Ipiranga, em São Paulo, o príncipe Dom Pedro proclamou a independência do Brasil. Um ato simbólico que deixava de ser uma colônia para se transformar em um Estado Autônomo. Ela foi de fato o resultado de um processo político, econômico e cultural.

A INCONFIDÊNCIA MINEIRA
A Inconfidência Mineira, lembrada no dia 21 de abril de 1792, foi o maior movimento de tentativa de libertação colonial do Brasil, que aconteceu na região de Vila Rica, hoje Ouro Preto, Minas Gerais.
A Inconfidência Mineira (inconfidência significa traição contra um soberano) começa com os paulistas (bandeirantes) em 1695, ao descobrirem as primeiras jazidas de ouro e, consequentemente, um movimento de imigração para o Brasil, de estrangeiros e colonos rumo ao sudeste do Brasil.
Segundo Boris Fausto (2007), nos primeiros anos do século XVIII, chegaram de Portugal e das Ilhas do Atlântico cerca de 600 mil pessoas, desde pequenos proprietários, padres, comerciantes, até prostitutas e aventureiros. A imigração de portugueses foi tão grande que o governo passou a proibir a saída para o Brasil. Em março de 1720, a Coroa lançou um decreto restringindo a imigração, a partir daquela data para embarcar era preciso apresentar um passaporte especial.
No século XVIII a colônia passou a contar com cerca de 3 milhões e 300 mil habitantes, as consequências deste crescimento são significativas: o valor da terra caiu, em função da valorização do ouro, e os centros urbanos se desenvolveram.
A mineração proporcionou a Colônia grandes transformações, o deslocamento da população colonial, a abertura de nova e extensa área de povoamento, a circulação terrestre, á criação e novas Capitanias: a de Minas gerais em 1720 e a de Goiás e mato Grosso em 1749; o deslocamento da sede colonial da cidade de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763. A descoberta de ouro foi feita em um momento de queda do preço do açúcar.
A “intendência das Minas”, criada em 1702, foi o órgão de controle daquelas paragens, e tinha as funções de administrar o território aurífero, julgar questões ligadas à mineração e cobrar os impostos – neste caso, a Coroa ficava com um quinto dos metais extraídos.
No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro.
A cobrança abusiva de impostos, aliada às influências dos ideais de liberdade, culminou na Inconfidência Mineira. Os mineradores, que formavam a elite da sociedade, não conseguiam saldar suas dívidas como governo. A pressão da Coroa resultou na “Derrama” (cobrança forçada dos impostos, em formas de arrobas de ouro), ordenada pela Coroa ao, então, governador da Capitania Furtado de Mendonça. Estes impostos atrasados foram cobrados à força, com policiais, de qualquer cidadão mineiro. As contribuições eram feitas com base nos bens que cada indivíduo tinha, e era comum acontecerem casos de todos os bens de uma família serem tomados. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (“sem  ter pagado o imposto”) sofriam duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano). Que incitou as manifestações contrárias ao governo português.

 Membros da elite mineira lideram o movimento, como: João Joaquim da Maia e José Álvares Maciel, que estudaram na Europa, e Tiradentes, José Joaquim da Silva Xavier, foi uma exceção ao grupo. De família pobre trabalhou como oficial militar e dentista nas horas vagas.

Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).


Logo o governador tomou conhecimento da revolta, mandando suspender a cobrança da Derrama e prendendo os líderes revoltosos.
Os planos dos inconfidentes foram frustrados porque três participantes da conspiração procuraram o governador, Visconde de Barbacena, para delatar o movimento.
Foram eles: o coronel Joaquim Silvério dos Reis, o tenente coronel Basílio de Brito Malheiro do Lago e o mestre de campo Inácio Correia Pamplona. Silvério dos Reis morreu rico quase 30 anos depois, teve sua dívida perdoada. Tiradentes, que viajava para o Rio de Janeiro com o objetivo de adquirir armas, foi preso naquela cidade, no dia 10 de maio de 1789.

As penas dos condenados foram muito fracas para os padrões da época. Justamente porque os líderes da conjuração eram ricos e militares - pessoas importantes.  O único que não tinha qualquer importância, Tiradentes, foi condenado à forca. Tiradentes morreu no dia 21 de abril de 1792, executado no campo de São Domingos, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi esquartejado e ficou exposto à execração pública.
A proclamação da república favoreceu a projeção do movimento e a transformação da figura de Tiradentes em mártir republicano. Existia uma base real para isso. Há indícios de que o grande espetáculo, montado pela Coroa portuguesa para intimidar a população da colônia, causou o efeito oposto, mantendo viva a memória do acontecimento e a simpatia pelos inconfidentes, à atitude de Tiradentes, assumindo toda a responsabilidade pela conspiração, a partir de certo momento do processo, e o sacrifício final facilitaram a mitificação de sua figura, logo após a proclamação da república.
O objetivo dos inconfidentes era libertar o Brasil do controle colonial lusitano e proclamar a república, a qual teria como modelo a Constituição dos Estados unidos da América. Interessante notar que a questão dos escravos representou um ponto de discórdia entre o grupo rebelado, pois alguns deles eram, inclusive, senhores de escravos.

Curiosidades

  • Depois de ser enforcado, no dia 21 de abril de 1792, seu corpo foi esquartejado. Sua cabeça foi levada para Vila Rica, em Minas Gerais, e exposta em um poste, em praça pública. O mais interessante (e sinistro) é que três dias depois ela foi roubada e nunca mais foi encontrada;
  • Apesar de ficar conhecido como dentista, Tiradentes também foi tropeiro, minerador, engenheiro e militar. Ele chegou até a ser segundo-tenente da Sexta Companhia de Dragões de Minas Gerais;
  • Outra informação curiosa sobre suas habilidades profissionais está na contradição de seu apelido. Apesar de ser conhecido no mundo pelo nome de Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier odiava arrancar os dentes das pessoas;
  • Apesar de ter tido dois filhos, Tiradentes nunca se casou. Ele teve João, com a mulata Eugênia Joaquina da Silva e Joaquina, com Antônia Maria do Espírito Santo;
  • Apesar de ter morrido heroicamente e por uma causa nobre, isso só foi realmente reconhecido anos depois. A data de seu enforcamento só virou feriado em nacional em 1890, 98 anos depois da sua morte. Durante a época Imperial, seu nome não podia ser citado por ninguém por causa das suas ideias anti-monarquia e iluministas;
  • Durante sua vida, Tiradentes também se dedicou a projetos que visavam melhorias para a sua cidade como a construção de um moinho e alguns armazéns e a implementação de serviços de barcas de transportes para passageiros. Tiradentes era realmente um homem preocupado com o povo;
  • Tiradentes é o único brasileiro que teve sua data de morte transformada em feriado nacional. É também o mais citado no Google, existem hoje mais de 2 milhões de páginas que citam seu nome;
  • Tratando-se de uma condenação por inconfidência (traição à Coroa), os sinos das igrejas não poderiam tocar quando da execução. Afirma a lenda que, mesmo assim, no momento do enforcamento, o sino da igreja local soou cinco badaladas;
  • A casa de Tiradentes foi arrasada, o seu local foi salgado para que mais nada ali nascesse, e as autoridades declararam infames todos os seus descendentes;
  • Tiradentes jamais teve barba e cabelos grandes. Durante o tempo que passou na prisão, Tiradentes, assim como todos os presos, tinha periodicamente os cabelos e a barba aparados, para evitar a proliferação de piolhos, e, durante a execução estava careca com a barba feita, pois o cabelo e a barba poderiam interferir na ação da corda.

REFERÊNCIAS
SOUZA, Evandro José. SAYÃO, Thiago Juliano. História do Brasil colonial. Indaial: Uniasselvi. 2011.

AGUIAR, Isabel. Processo de Emancipação Política Do Brasil. Disponível em: <Http://Profisabelaguiar.Blogspot.Com.Br/2016/08/Processo-De-Emancipacao-Politica-Do.Html>. Acesso em: 07 de novembro de 2016.

MARTINS, Lucas. Inconfidência Mineira (conjuração mineira). Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/inconfidencia-mineira-conjuracao-mineira/>. Acesso em: 08 de novembro de 2016.

Inconfidência. Disponível em: <http://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/>. Acesso em: 08 de novembro de 2016.

10 Curiosidades sobre Tiradentes. Disponível em: <https://saude.terra.com.br/saude-bucal/atualidades/conheca-10-curiosidades-sobre-tiradentes,11f0980bc742ead06515b011effbe50eyt0pmc9o.html>. Acesso em: 08 de novembro de 2016.

Inconfidência Mineira. Disponível em<https://www.todamateria.com.br/inconfidencia-mineira/>. Acesso em: 08 de novembro de 2016.


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