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quarta-feira, 13 de julho de 2016

História da Esgrima



ESGRIMA - (Do Antigo Provençal Escrima Do Vocábulo Germânico Skirmjan, "Proteger")




HISTÓRIA
A esgrima é considerada como o esporte mais antigo do Ocidente. Acredita-se que é na pré-história, quando o homem se utilizava de armas para ataque e defesa de animais, que é encontrada a origem da esgrima. No Egito antigo as disputas com objetos que mais pareciam lanças serviam de comemoração para vitórias nas guerras. Naturalmente, as espadas evoluíram ao longo dos anos, tornando-se mais leves e mais fáceis de manusear. A invenção da pólvora, no entanto, reduziu a utilização das lâminas em batalhas. Restou ao lado esportivo manter a tradição viva.



Foi na França do século XVII que surgiram as primeiras escolas de esgrima.
Os primeiros esgrimistas reconhecidos foram os franceses Daner, Lafaugére e Juan Luis. Eles estavam entre os mestres que participaram do encontro que começou a definir a técnica da esgrima. Assim, surgiram as regras que consideravam a maneira de tocar a espada no rival mais importante do que o local do golpe. Novos golpes foram criados e o ensino do combate era feito em pistas pintadas no chão. Além disso, nessa época abria-se a discussão sobre os instrumentos da luta: se o melhor era a espada, com seu golpe de ponta, ou o sabre, cujo golpe principal era o de corte. Conta-se que muitos testes – em forma de duelo – foram realizados para definir qual dos dois instrumentos seria o melhor, mas nenhum resultado foi atingido.
O domínio do manejo e da fabricação de armas passou da Espanha, na Península Ibérica, para a Itália, onde surgiram os primeiros tratados e estudos de esgrima, que apesar de serem confusos, começaram a criar a sua base Os primeiros tratados falavam sobre a posição de guarda, a esquiva, o golpe à face, bem como do uso da espada e do punhal para a defensiva. As espadas, nessa época, eram bastante longas e com a ponta perfurante, chamadas durindanas.

Os italianos vencem inúmeras dificuldades no início dessa supremacia. Foram feitos novos estudos sobre ataques de ponta, defesas com o punhal e com a capa, golpe ao pescoço e ao rosto, tendo o homem, enfim, descoberto que o golpe de ponta podia ser realizado a uma maior distância, sendo, portanto, mais seguro.
Deste modo, começaram a ser difundidos todos os golpes da esgrima, apresentando soluções para a utilização do armamento em todos os tipos de situação, incluindo a retirada em caso de grande desvantagem. Como o material de combate para essas novas situações foi muito modificado, deu-se fim à lança e ao escudo e começou-se a utilizar a espada e a adaga.

Logo após esse período, a esgrima começou a evoluir como modalidade esportiva. Surgiram equipamentos mais leves e menos perigosos, como o florete, além de outros equipamentos mais propícios à segurança: luvas, máscaras e coletes para os mestres. Além disso, com o intuito de evitar ferimentos durante os treinos, algumas convenções foram estabelecidas, como, por exemplo, duas pessoas não poderiam atacar ao mesmo tempo. No início do século XIX, os duelos foram extintos. O ferimento provocado pela espada, que antes era sinal de vitória, passou a ser substituído pelos sinais dados pelo árbitro. A introdução da esgrima nos Jogos Olímpicos se deu logo na sua primeira edição da era moderna: Atenas, 1896.
A Federação Internacional de Esgrima só foi criada em 1913. O primeiro Campeonato Mundial da modalidade aconteceu em 1921. Em 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlim, surgiu o primeiro aparelho elétrico de esgrima para a arma de espada, eliminando, dessa forma, a antiga votação dos juízes sobre a materialidade do toque nessa arma. Assim, a forma estática de se praticar esgrima foi substituída por um modo dinâmico, com golpes velozes e fulminantes, sedimentados na grande preparação física, tornando a esgrima, novamente, um esporte tipicamente agonístico.


AS ARMAS 

1) Florete: É uma arma bastante leve e pequena (mede aproximadamente 90 centímetros), por isso é uma das mais populares entre os esgrimistas, tornando-a bastante indicada para aprendizes. Esta também era a única arma tradicionalmente que as mulheres usavam em muitas competições. Exige postura, agilidade, equilíbrio e flexibilidade além de um agudo senso de tempo de reação que caracteriza todos os esgrimistas fascinados por este desporto. A lâmina de forma trapezoidal é mais flexível do que a da espada, mas não tanto quanto a do sabre.
2) Espada: É uma arma bastante dura e que pode atingir todo o corpo do adversário. Por isso, o esgrimista deve se posicionar mais verticalmente, o que faz da espada um instrumento mais apropriado às pessoas mais altas especialmente aqueles que não tem tanta agilidade para se flexionarem. Outro motivo para não se agachar muito com o jogo da espada é para não deixar o joelho muito a frente, pois poderá ser facilmente um alvo exposto. A lâmina, mais dura de todas três armas produz um toque forte e pontiagudo, principalmente quando tocado na máscara do oponente.
3) Sabre: É a mais flexível das três armas, por isso exige uma luta muito ágil. A preparação física do atleta com o sabre deve ser bastante intensa, uma vez que o duelo com o sabre exige muita rapidez. O toque no adversário, com esse instrumento, pode ser feito com a ponta ou com o corte. O atacante pode usar o sabre como um chicote em que a lâmina é tão flexível que nem o bloqueio do adversário poderá bloquear a parte frontal da lâmina do adversário que se dobra por cima da lâmina do defensor. Em contraste aos toques violentos da lâmina, também é comum o esgrimista ser tocado, durante um combate, e nem sentir.


VESTIMENTAS
 As vestimentas de esgrima são tradicionalmente brancas, os esgrimistas devem usar 1 - Jaqueta; 2 - Luvas; 3 - Fios elétricos; 4 - Armas; 5 - Calça; 6 - Máscara; 7 - Plastrom. enquanto as mulheres usam protetores especiais para os seios. Antes do surgimento dos sensores eletrônicos, as armas eram mergulhadas em tinta para facilitar o trabalho dos juízes ou então utilizava-se giz na ponta para indicar o golpe.

PISTA

 

A pista de esgrima tem catorze metros (14 m) de comprimento, mais um metro e meio a dois metros (1,5 a 2 m) de recuo, zonas que também podem ser utilizadas. A largura da pista é de um metro e meio a dois (1,5 a 2 m). A pista ideal é elevada do chão e usada com uma malha condutiva aterrada para o uso eletrônico. Se um esgrimista sair da pista lateralmente para fugir de um golpe, poderá retornar porém deverá andar 1m para trás. Se sair pelo fundo, será dado ponto para o adversário.
Dentre os benefícios da prática da esgrima, pode-se listar: aumento da autoconfiança; desenvolvimento da criatividade; aumento da resistência muscular e força; desenvolvimento do raciocínio e estimulação de reflexos rápidos; aumento da concentração e do equilíbrio; desenvolvimento da coordenação de movimentos.

REGRAS GERAIS

A etiqueta requer, em primeiro lugar, que os adversários se cumprimentem ao entrarem na pista. O movimento é feito rapidamente com as armas, antes de colocarem as máscaras. Cada esgrimista na pista cumprimenta o adversário, o árbitro e os assistentes; em seguida colocam suas máscaras.
As disputas podem ser individuais ou por equipes.
No florete vale tocar com a ponta da arma apenas no tronco do adversário (frente e costas) e na região ventral. Na espada vale tocar com a ponta da arma em qualquer parte do corpo. No sabre vale tocar com a ponta e com o corte ou contra-corte da lâmina da arma. A região que deve ser atingida fica da cintura para cima, incluindo braços e excluindo as mãos.
No florete e no sabre, existe o chamado "direito de passagem" ou "frase d'arma". Quem começa o ataque tem prioridade de ganhar o ponto se houver toque simultâneo. Se errar o ataque ou se o adversário conseguir se defender antes da resposta, a vantagem passa para o adversário. No caso de acontecer toques simultâneos sem prioridade, ninguém pontua. Na espada, que não existe frase d'armas, em caso de toque simultâneo, ambos os adversários ganham um ponto. Se houver empate num combate de espada, é normal dar aos jogadores alguns minutos para descansar antes que se continue o combate para o toque de desempate. Em raras ocasiões, quando continua se dando a situação de empate, é possível que haja um sorteio que eleja o vencedor.
Nas competições, na etapa classificatória são necessários cinco toques ou três minutos para se vencer. Na etapa eliminatória são precisos quinze toques ou nove minutos. Essas normas podem ser flexíveis dependendo do nível territorial da competição e do órgão responsável.
Os esgrimistas em um combate mudo ou não-elétrico (sem equipamentos eletrônicos) são observados por um árbitro e quatro auxiliares. Em duplas, estes auxiliares ficam a dois passos atrás de cada jogador, nos dois lados da pista e observam se há toque ou não no esgrimista adversário. Eventualmente, nos casos de dúvida do árbitro, os auxiliares são convocados a uma votação para verificar se houve pontuação ou não. O árbitro pergunta se houve determinada situação e os árbitros podem responder "sim", "não" ou "abstenção".
Se um dos jogadores perder a sua arma durante o combate, a seguinte regra se aplica:
  1. Se a perda da arma ocorrer durante o mesmo movimento de ataque do adversário e este conseguir efetuar o toque no oponente desarmado, o toque será válido; mas o movimento de ataque tem que ser contíguo com o da perda d'arma do adversário.
  2. Se a perda d'arma ocorrer e o adversário não conseguir terminar o ataque no mesmo movimento, a ética chama para o adversário esperar o oponente recuperar sua arma. O combate é pausado e o árbitro então resumirá o jogo assim que todos estiverem prontos ao comando de "en garde". Os esgrimistas poderão responder que estão prontos pela simples posição de combate, ou caso ao contrário podem sapatear com um pé na pista para pedir mais tempo.





CURIOSIDADES

Canhoto por influência: Um dos maiores esgrimistas da história das Olimpíadas, o italiano Edoardo Mangiarotti conquistou seis medalhas de ouro, cinco de prata e duas de bronze entre os Jogos de Berlim-1936 e Roma-1960. Ele só fica atrás do húngaro Aladar Gerevich, outra lenda da modalidade, que conquistou sete ouros. Edoardo conquistou as medalhas utilizando a mão esquerda. Virou canhoto por influência do pai e mestre de esgrima, Giuseppe Mangiarotti. Seguindo uma tradição familiar, Giuseppe ensinava a arte do esporte para cada um de seus filhos quando a criança completava oito anos. No caso do caçula Edoardo, o pai fez um esforço extra: ensinou o menino a empunhar a espada com a mão esquerda para surpreender os adversários nos duelos. O resultado foi quase imediato. Aos 11 anos, Edoardo já era campeão italiano júnior. A ousadia de Giuseppe foi coroada com as 13 medalhas olímpicas conquistadas por Edoardo.


Esgrima Artística: É um desenvolvimento da esgrima para as necessidades do cinema, do teatro e do espetáculo em geral desenvolveu-se uma forma específica de esgrima: a esgrima de espectáculo. Igualmente chamada de "esgrima artística" para englobar as múltiplas possibilidades dessa técnica. É uma disciplina em que não se improvisa. Destinada a fazer reviver os combates épicos dos esgrimistas e duelistas do passado é uma atividade que exige concentração, método e seriedade na sua prática.

Ø Atualmente, as grandes potências mundiais da esgrima são: Itália, Coreia do Sul, Rússia e China. A Itália conquistou 7 medalhas no esporte nas Olimpíadas de Londres 2012. Foram 3 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze.
Ø   A esgrima esteve presente em todas as edições dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, ou seja, desde 1896.
Ø    A principal competição de esgrima em nível mundial é o Campeonato Mundial de Esgrima. Em 2015, o evento ocorreu em Moscou (Rússia), entre os dias 13 e 19 de julho. A equipe russa ficou em primeiro lugar no quadro de medalhas com 4 de ouro, 4 de prata e 1 de bronze. O próximo Campeonato Mundial ocorrerá no Rio de Janeiro, em 2016, com as modalidades que não serão disputadas nos Jogos Olímpicos deste ano.
Ø  Flecha é um termo usado na esgrima para fazer referência a um ataque veloz, cujo adversário é pego de surpresa.

Confederação Brasileira de Esgrima
Site: www.brasilesgrima.com.br
E-mail: brasilesgrima@brasilesgrima.com.br
Federação Internacional de Esgrima (FIE): www.fie.ch

FONTES/ REFERÊNCIAS


(Fonte: CRAMER RIBEIRO JC, DIOGO CAMPOS FK. História da Esgrima, da criação à atualidade. Revista de Educação Física 2007;137:65-69.)



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