OS NATIVOS DO BRASIL EM 1500
Os nativos, tratados como uma massa homogênea (diversidades
culturais ignoradas) não dominavam nenhuma técnica de escrita e assim sendo, os
relatos transmitidos são originados de viajantes.
Os índios desconheciam a escrita e qualquer sistema de
numeração. Suas lendas e tradições orais, apesar de ricas em criatividade, são
quase inúteis como testemunhos históricos. Eram artesãos de grande habilidade,
mas construíram, decoravam e pintavam quase que somente sobre materiais
perecíveis.
Acredita-se que o povoamento
da América do Sul teve início por volta de 20.000 a.C. com os vestígios de
presença humana no Brasil variando de 16.000 a.C. a 12.800 a.C. aproximadamente.
Pesquisas recentes indicam que o surgimento dos dois troncos
indígenas Macro-Tupi e Macro-Jê, a
partir 9.000 a.C. Entre os séculos VIII e IX as nações Tupi e Guarani
originalmente do tronco Macro-tupi, dois grupos que indígenas que mais se destacaram
nos primeiros séculos após a colonização do Brasil.
Em ocasião da chegada dos primeiros colonizadores
portugueses ao Brasil, estima-se que a população indígena era composta de
aproximadamente 5 milhões de pessoas. Os Guaranis localizavam-se basicamente no
litoral sul e a região interiorana próxima à bacia dos rios Paraguai e Paraná.
Os Tupis na costa entre o Ceará e a Cananeia, atual estado de São Paulo. As
demais tribos dispersas pelo território, eram denominadas tapuias, assim conhecidos pelos tupis por serem aqueles que não falam a língua tupi.
Os Jês ocupavam o vasto planalto central do Brasil. Essas
tribos centrais de fala Jê se distribuem por amplo arco de terra do Maranhão ao
alto Paraguai.
O
COTIDIANO E SOBREVIVÊNCIA DOS NATIVOS
Os nativos habitavam áreas próximas aos rios e regiões
férteis. Estima-se que a permanência desses grupos em uma mesma região não
excedia quatro anos. Além da agricultura, a caça, o extrativismo e a pesca
compreendiam as atividades praticadas com o intuito de sobreviverem.
Os chefes determinavam os locais nos quais seriam instaladas
as aldeias, considerando para tal os próprios recursos naturais e
sustentabilidade do grupo além de condições de segurança.
As aldeias eram constituídas por cabanas, ou ocas. Havia
trilhas que conectavam regiões litorâneas ao interior. Os nativos manipulavam
fibras vegetais produzindo redes, cestos, cordas e uma gama extensa de
utensílio. A alimentação era baseada no consumo de farinha de mandioca, peixe e
carnes, além de dominarem técnicas de bebidas, inclusive alcoólicas. Com o
barro moldavam potes e vasos.
Percebe-se entre os nativos que ocupavam o território hoje
pertencente ao Brasil uma rígida divisão sexual do trabalho. Neste sentido,
tarefas consideradas perigosas como à caça e guerra eram designadas aos homens.
Por outro lado às tarefas de trabalhos domésticos, preparar os alimentos,
tecer, plantar, colher e zelar pelas crianças eram atribuídos às mulheres.
Ambos os sexos confeccionavam seus próprios pertences pessoais: cestos, redes,
arcos, flechas e ornamentos e as próprias cabanas de sapé.
As uniões conjugais estabeleciam alianças entre as aldeias.
As relações de poder podem ser observadas através da manutenção de um sistema
em que o líder exercia suas prerrogativas sobre as famílias e os chefes sobre
as aldeias.
Os Xamãs ou Pajés eram líderes religiosos, os rituais
estavam ligados às atividades consideradas elementares para o sucesso e
desenvolvimento das tribos. Eram comuns rituais e festejos em agradecimento à
colheita expressiva ou ao sucesso em uma guerra.
Entre os Tupinambás, as moças tinham de passar por provas e
segregação na puberdade, após o que lhes era permitida uma considerável
liberdade sexual. Um rapaz, antes de ser considerado suficientemente valente
para o casamento, tinha de provar-se em combate ou na matança de prisioneiros.
Depois de casados ambos os parceiros permaneciam fiéis um ao outro. Em geral, o
casamento era matrilocal, ou seja, o
marido mudando-se para a casa da mãe da esposa.
Qualquer excesso de mulheres era resolvido com a poligamia
por parte dos chefes e guerreiros famosos, pelo orgulho de estar associada a um
homem importante. Os homens se casavam por volta dos 25 anos e aos 4 faziam
parte do conselho dos mais velhos. Cada maloca (que comportava diversas
famílias) era governada por um chefe. Os chefes conquistavam sua posição por
bravura em combate, por “poderes mágicos” ou dons oratórios.
A crença na vida após a morte também era recorrente entre os
nativos e a partir desta, acreditavam que o espírito do morto se encontraria
com seus ancestrais.
Em um período inicial, os europeus trataram de conquistar a
confiança dos grupos nativos. Essa relação amistosa favoreceu as trocas
comerciais, a extração da famosa madeira denominada pau-brasil. A passividade
se fez presente pelas primeiras 3 décadas de contato.
Superada essa fase e atendendo aos interesses da Coroa
Portuguesa se fez necessária a adoção de práticas mais agressivas, os nativos
passaram a revelar seu viés bélico. Estes resistiam à ocupação do seu espaço,
defendendo o seu território com as armas e técnicas vinculantes entre as
culturas nativas.
Com a necessidade de transformar o Novo Mundo em um polo
produtor de produtos agrícolas, o índio passou a ser considerado um entrave,
era necessário ocupar os espaços, derrubando a madeira e impondo métodos
europeus de ocupação e colonização. Ocupar os espaços significou expulsar os
nativos, e o confronto entre essas duas culturas já era inevitável.
REFERÊNCIAS
ROCHA, Manoel José Fonseca; GALCOWSKI, Anderson Nereu. História da América. Indaial:
Uniasselvi, 2011.
IMAGENS
Canais do Retro Games BR 3.0
Dica Express
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