HISTÓRIA DA AMÉRICA
Unidade 3 - América no Século XX
Tópico
01 – A Argentina e o Peronismo.
ARGENTINA E BRASIL: UMA BREVE COMPARAÇÃO
Historicamente, Brasil e Argentina apresentam uma economia
na qual a exportação de produtos agrícolas representa uma parcela considerável
em economia desses países. Nas primeiras três décadas do século XX, porém,
ambos países começaram a mostrar sinais de desenvolvimento industrial.
No caso da Argentina, os produtos mas exportados eram trigo,
carne e couro, já no Brasil a produção de café era a principal matéria de
exportação. A crise de 1929, nos Estados Unidos, e a consequente quebra da
bolsa de valões de Nova York, afetaram a economia em âmbito mundial
Mesmo frente ás dificuldades do mercado internacional, tanto
Brasil quanto a Argentina já contavam com um contingente operariado expressivo.
O primeiro surto industrial do século XX ocorreu no período correspondente á
Primeira Guerra Mundial. Em decorrência da impossibilidade de países europeus
envolvidos fornecerem seus produtos industrializados, agra seus antigos
consumidores, viram-se obrigados a fomentar a produção daquelas mercadorias.
A Argentina exportava trigo e artigos pecuários, cuja
necessidade assegurava a receptividade no mercado, diferentemente do café. Nos
momentos de retração do mercado externo, a Argentina sempre teve vantagem de
poder, mais facilmente que o Brasil, planificar a oferta de seus produtos
exportáveis.
É importante ressaltar que o operariado argentino era
extremamente politizado, devido ao fato de os imigrantes que foram para a
Argentina possuírem origem urbana, ao contrário do Brasil quer eram oriundos de
regiões agrícolas.
No Brasil, pelo fato de a indústria ser ainda muito
incipiente (que está no começo), não
apresentava um operariado muito expressivo e tampouco organizado em sindicatos
e ou associações. Durante as primeiras 3 décadas do século XX, o Brasil era uma
República de Coronéis. Com a Revolução de 30 e a ascensão de Vargas ao
poder, o processo de industrialização
avançou e as regulamentações das leis do trabalho tornaram-se prioridades no
governo.
Enfim, Juan Perón e Getúlio Vargas surgiram no cenário
político num momento histórico em que tanto Argentina quanto o Brasil estavam
deixando para trás a tradicional e arcaica economia agrícola exportadora, para
se lançarem no processo de modernização de suas economias.
ASCENSÃO DO PERONISMO
A DÉCADA
INFAME
Infame significa desonroso, vil ou desprezível. É assim
mesmo que podemos classificar a década de 30 do século XX na Argentina: um
período de total retrocesso, tanto em questões políticas e sociais.
Após Irigóyen,
presidente argentino que contribuiu para o progresso das conquistas sociais, a
Argentina passou a ser governada por políticos preocupados em eliminar as
conquistas sociais e torna-lo um país dependente do mercado externo.
Já no início dos anos 30, a Argentina assinou um pacto com a
Ingçaterra denominado de Roca-Runcíman.
No governo Uriburu, os britânicos obtiveram grandes vantagens sobretudo no
setor de transporte de tarifas aduaneiras, o único compromisso da Inglaterra
era a importação de carne.
Mais lamentável ainda foram as medidas retrógradas adotadas
por José Felix Uriburu, que acabou
com o salário mínimo, o fechamento dos sindicatos. O país tornava-se lenta e
progressivamente dependente dos governos ingleses.
Diante dessa infame situação, os militares da ala mais
nacionalista, pertencentes ao GOU (Grupo de Oficiais Unidos), assumiram o poder
em 1943. O compromisso dos militares era devolver a moralização, desenvolver a
modernização e restaurar a democracia no país.
De posse da Secretaria de Trabalho, Perón tratou de devolver
as antigas conquistas Sociais. Devolveu as leis trabalhistas e aumentou os
salários. Seu carisma junto às massas aumentou, fato que desagradou a junta
militar, Perón foi destituído e preso em 1945. O operariado mobilizado por
Evita Perón organizou uma manifestação em frente à Casa Rosada e Perón acabou
solto. No ano seguinte, 1946 Perón foi eleito presidente.
Juan Domingo Perón
OS DOIS
MANDATOS DE PERÓN
A Argentina viva uma tranquilidade econômica e as conquistas
sociais foram ampliadas. O mundo vivia a Segunda
Grande Guerra (1939-1945) e a Europa
ficou economicamente destruída e necessitava importar
produtos de primeira necessidade, Perón tratou de taxar as exportações, o que
lhe permitiu acumular recursos para investir
nas obras de infraestrutura,
necessárias para o desenvolvimento
do parque industrial Argentino.
Seu segundo mandato acabou sendo desgastado pelos seguintes
fatores:
·
Descontentamento dos latifundiários com a
taxação das exportações;
·
Imposição do clero e do imperialismo;
·
Excessiva ingerência dos sindicatos nas
instâncias do poder;
·
Exército imbuído do anticomunismo ideológico em
tempos de Guerra-Fria.
Juan Domingo Perón desafiou os interesses da oligarquia de
terras quando impôs o estatuto do peão e o cumprimento do salário mínimo rural.
As tentativas de levar a diante suas ideias nacionalistas
levou Perón a entrar em conflito político com os setores mais conservadores da
Sociedade Argentina, fato que culminou num golpe militar em 1955. Perón
preferiu deixar a Argentina e refugiar-se no Paraguai.
A ARGENTINA APÓS PERÓN
Após Perón, a Argentina passou a ser governada,
interinamente, pelo general Aramburu.
Arturo Frondizi foi o presidente
eleito logo após a queda de Perón. Sua política desagradou profundamente os
nacionalistas, permitiu a ampla instalação de empresas estrangeiras na
Argentina, sobretudo empresas especializadas na exploração de petróleo.
Arturo Frondizi
desencadeou várias e agudas crises militares ao anunciar o chamado de licitação
que oferecia todo subsolo do país às empresas interessadas em extrair petróleo.
Frondizi realizou várias concessões
em benefício das empresas norte-americanas do cartel, e os interesses
britânicos. Frondizi foi na contramão
da política peronista, pois enquanto Perón preocupou-se em fortalecer a
economia interna e diminuir a dependência externa, Frondizi foi logo abrindo as portas da Argentina para o grande
capital estrangeiro.
Para atrair os inventismentos estrangeiros, Frondzi foi
“obrigado” a “achatar” os salários dos trabalhadores, fato que desagradou as
organizações sindicais. Frondizi foi derrubado em (mais) um golpe militar em
1963..
REFERÊNCIAS
ROCHA, Manoel José Fonseca; GALCOWSKI, Anderson Nereu. História da América. Indaial:
Uniasselvi, 2011.
IMAGENS
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