FEUDALISMO
ORIGEM
As
origens do feudalismo remontam ao século III, quando o sistema escravista de
produção no Império Romano entrou em crise. Diante da crise econômica e das
invasões germânicas, muitos dos grandes senhores romanos abandonaram as cidades
e foram morar nas suas propriedades no campo. Esses centros rurais, conhecidos
por vilas romanas, deram origem aos feudos medievais.
Muitos
romanos menos ricos passaram a buscar proteção e trabalho nas terras desses
grandes senhores. Para poderem utilizar as terras, no entanto, eles eram
obrigados a entregar ao proprietário parte do que produziam, estava instituído
assim, o colonato. Aos poucos, o sistema escravista de produção no Império
Romano ia sendo substituído pelo sistema servil de produção, que iria
predominar na Europa feudal. Nascia, então, o regime de servidão, onde o
trabalhador rural é o servo do grande proprietário.
PRODUÇÃO
Na
sociedade europeia dos séculos XI-XIII tivemos o auge do feudalismo. O
Feudalismo é um sistema social baseado na unidade produtiva do feudo. Por feudo
se compreende uma unidade de produção rural autossustentada (JÚNIOR, 1986).
Nas
unidades de produção rural. Roupas e utensílios para o trabalho ou lazer eram
fabricados de modo rudimentar pelos próprios trabalhadores rurais. Ocorria uma pequena
especialização do trabalho. Não havia a necessidade de se produzir e estocar
mais alimentos do que se precisava.
SOCIEDADE
ESTAMENTAL
Tratava-se
de uma sociedade composta por três ordens sociais. Oratores, Belattores
e Laboratores, isto é, sacerdotes, guerreiros e servos. Uma sociedade estamental,
pois as camadas sociais eram classificadas elo status que determinado indivíduo
possuía na sociedade.
SUSERANO
Suserania ou suzerania era o termo empregado na Idade Média para distinguir um
nobre que doava terras a outro nobre. Nessa relação, suserano é quem doa o
bem e quem o recebe é denominado vassalo. Em troca do benefício doado pelo suserano, o vassalo lhe faz um juramento de fidelidade.
VASSALO
A vassalagem vem a ser um pacto existente entre nobre(s) e
rei(s) – um pacto de honra e de fidelidade. Os nobres guerreiros eram vassalos
do rei, sendo este, o suserano deles. O pacto era consolidado através
do juramento, onde o nobre que
requisitava o auxílio passaria a partir de então a ser um suserano, e o que
oferecia seus préstimos denominava-se por vassalo.
SERVOS
Camponês
que estava preso à terra, em troca de proteção e do direito de usufruir da
terra, fazia, também, várias outras tarefas, como consertar pontes, estradas
etc. Ainda pesavam sobre eles diversos, e pesados, impostos e taxas;
A condição subordinada dos servos camponeses se mantinha estável na medida em
que existia um forte discurso religioso que justificava essa condição.
Para a Igreja, as condições de vida servis eram o simples resultado dos
desígnios divino. Vale destacar que o senhor
feudal, por outro lado, tinha por obrigação garantir a eles proteção
militar e o oferecimento de terras para a agricultura.
VILÕES
Eram
camponeses livres que viviam nas vilas. Eles se originaram dos trabalhadores
livres do Império Romano que conseguiram adquirir pequenos lotes de
terra. O vilão goza de completa liberdade pessoal, assim, poderia deixar o feudo se o quisesse , embora dependa
politicamente do senhor, tem direito a circular livremente, morar onde quiser e
às vezes até mudar de senhorio.
Tal como os servos, os vilões deviam aos senhores o
pagamento da talha e a corveia. Os vilões com condições econômicas e sociais
mais elevadas ascendiam a cavaleiros-vilões, sendo obrigados a
possuir armas e cavalos, para combater como cavaleiros na hoste do Rei.
ESCRAVOS
A
escravidão era pequena e restrita. Os poucos escravos trabalhavam, geralmente,
nos afazeres domésticos dos castelos senhoriais;
GUERREIROS
Protegiam
a sociedade de invasores, faziam escoltas e lutavam aos pedidos dos senhores
feudais.
CLERO
Os
sacerdotes rogavam a Deus que abençoasse os demais membros do corpo social. O
poder que a Igreja possuía na Idade Média não era apenas religioso, como também
econômico, sendo a mesma detentora
de uma grande quantidade de terras.
Muitas das guerras medievais tinham como mediadores os religiosos,
a ponto do papado instituir a Trégua de Deus e a Paz de Deus.
ASPECTOS SOCIAIS
Sociedade
onde o analfabetismo era constante, inclusive entre
os nobres. Por isso, temos uma grande presença na mentalidade
medieval da noção de fidelidade (palavra) aos compromissos e deveres
para com os superiores na hierarquia social.
A magia fazia parte do cotidiano, assim
como os temores da presença do Diabo. Assim, muitas das pessoas que possuam
alguma forma de compreender a natureza de forma empírica, ou mesmo que
conseguiam manipular plantas para a cura de doenças, eram acusados do crime de
bruxaria.
DIVISÃO
DE UM FEUDO
A Propriedade agrícola senhorial
era chamada de Senhorio, os
senhorios dividiam-se em manso senhorial, manso servil e terras comunais (ou
mansos comunais):
Manso Senhorial: As terras
do manso senhorial eram de utilização exclusiva do senhor feudal. Porém, os
servos eram convocados para trabalharem de 2 a 3 dias por semana nesta terra,
sendo que toda produção era destinada ao senhor feudal.
Manso servil: Eram
as terras destinadas ao uso dos servos (camponeses do feudo). Os servos não
eram proprietários destas terras, mas apenas usavam e delas deveriam tirar o
sustento da família e também pagar as taxas e impostos ao senhor feudal. A
condição de servo passava de pai para filho, assim como o direito de usar estas
terras.
Terras comunais (Mansos
Comunais): Área do feudo de uso coletivo. Eram os bosques, florestas e
pastos. Porém, dependendo do feudo existiam regras para sua utilização. Em
muitos locais da Europa, era comum a proibição da caça realizada por servos em
terras comunais. Os servos podiam levar seus animais para pastarem nestas
TAXAS E
IMPOSTOS
Os servo produziam para abastecer
toda a sociedade e pagavam tributos pela utilização das terras dos senhores,
como:
Corveia: Os
servos deviam cultivar a terra da reserva senhorial, sem ganhar nada por isso;
Talha: Os
servos entregavam ao senhor uma parte do que produziam, em geral de 30% a 40%;
Banalidades: Para
utilizar as instalações da reserva senhorial, como forno e o moinho, os servos
entregavam ao senhor uma parte da produção.
LENTA
DESAGREGAÇÃO DO MUNDO FEUDAL
Como o tempo o crescimento
populacional passou a ser um problema. A necessidade de aumento da produção
esbarrava nas técnicas primitivas. A divisão dos feudos entre muitos herdeiros
resultou em propriedades cada vez menores. Com o tempo a divisão entre todos os
herdeiros se tornou inviável, e eles passaram a ser entregues somente aos filhos mais velhos (Lei do Primogênito).
Isto gerou uma massa de nobres sem terra;
muitos entraram para a igreja (sem
vocação), outros se tornaram cavaleiros.
Outro dos
principais motivos que possibilitou a desagregação do feudalismo foram As
Cruzadas. O preparo para As Cruzadas mobilizou grande parte da população
europeia, foram criadas ordens militares-religiosas: Os Cavaleiros Teutônico se
a Ordem dos Templários.
AS CRUZADAS E A ABERTURA DO
COMERCIO
Expedições militares que
tinham por objetivo conquistar as terras da Palestina. Para a Igreja católica,
era uma missão ditada pela necessidade de remover os infiéis muçulmanos da
região; para os cavaleiros, uma excelente oportunidade de conseguirem terras e
recuperarem, assim, sua condição de senhores feudais.
As
cruzadas passaram a ser favoráveis às expedições comerciais, ao promover entre
os europeus o interesse pelos novos produtos que encontraram no mundo muçulmano,
o marfim (sul do Saara) a seda (China) e especiarias (Índia e Ceilão).
Neste
período, a cristandade entra em contato com a cultura muçulmana, e por ela é
extremamente influenciada. Assim, surge o gosto e o interesse pelas
especiarias. A presença de produtos com um grau tecnológico muito maior que a
tecnologia desenvolvida na Europa feudal. O
Oriente vivia uma economia organizada monetariamente, a presença da moeda
mediando às trocas de produtos e objetos.
Feira
Medieval
O
interesse por esses produtos possibilitou o surgimento de feiras livres em algumas cidades europeias, como é o
caso de Champanhe, na França. Além desse intercâmbio, podemos notar a presença
de uma nova figura social: o Burguês.
A Burguesia era um grupo social cujo o
nome deriva de burgo. Os burgos eram
castelos fortificados. Os burgueses
se comportavam como uma classe de
comerciantes.
Uma
das principais instituições criadas nas cidades do final da Idade média foram
as corporações de ofício. Com a
presença das corporações e de um mundo urbano, em que as trocas eram monetárias,
uma verdadeira revolução social ocorreu com aplicação do assalariamento nas
relações de trabalho.
Podemos
considerar que a diversidade de Estados na Europa Feudal era um enorme entrave
ao comércio, isto porque os comerciantes não possuíam uma instituição que
garantisse o monopólio da violência,
fundamental para evitar ações de contrabando e o ataque de piratas ao longo do
Mar Mediterrâneo (aberto após As Cruzadas), além de a cada alfândega, os preços
das mercadorias aumentarem devido à soma de diferentes impostos.
A insegurança das caravanas e necessidade
da unificação das moedas e dos impostos foi uma das principais motivações para
o surgimento dos Estados, uma instituição que detém o monopólio do
uso da violência em um território determinado por suas
fronteiras.
A
necessidade de novas rotas para o comércio motivou que os então recentes países
Espanha e Portugal se lançassem ao mar
em busca de um caminho marítimo para as Índias. Essa necessidade ficou maior
após 1453, ano em que os Turcos Otomanos conquistaram a cidade de
Constantinopla, antiga capital do Império Bizantino.
Assim,
ao se lançarem ao mar, em meados do
século XV, se descobriram duas rotas navais que possibilitariam uma
ampliação sem precedentes ao comércio mundial, possibilitando uma melhor
compreensão dos homens sobre a forma do globo e sobre a extensão real do
planeta terra. Do ponto de vista econômico, se formou um sistema
mundial de trocas comerciais.
As trocas não
se restringiam às questões comerciais. Os conhecimentos de
diversos povos, como os asiáticos, os africanos e as populações nativas da
América, formaram a sociedade e a cultura da modernidade, a cultura
o diálogo e a miscigenação. E por fim, o colonialismo foi
o ponto culminante da dominação europeia ao redor do mundo.
Uma
das principais características dos colonialismos foi a transposição da
cultura europeia para os demais povos do mundo. Ocidentalização ou
Eurocentrismo, isto é, os demais povos do mundo se
sujeitaram aos ditamos europeus.
A
expansão europeia pelo mundo passou por dois momentos distintos. O primeiro foi
o colonialismo, com uma primeira expansão que durou dos séculos XV a XVIII. Nos
séculos XVIII e XIX, as colônias europeias na América se tornaram
independentes.
O
colonialismo teve como principal motivação o lucro de produtos no comércio
mundial. Teve como ideologia o Cristianismo, e foi a América o principal
continente alvo das investidas colônias (mas fazendo uma ressalva, o
continente africano foi BRUTALMENTE explorado, em suas riquezas e principalmente
com o uso de mão de obra escrava!) No Neocolonialismo (predomínio
econômico, político e/ou cultural de um país desenvolvido sobre outro, menos
desenvolvido ou dependência econômica de países em relação aos países ricos),
a principal ideologia foi o nacionalismo.
Assim,
aos poucos, os laços feudais existentes na Europa foram rompidos. Um dos
principais símbolos do fim das relações estamentais na Europa
foi a Revolução Francesa. Pois, a partir do código Napoleônico,
todos os cidadãos passavam a ser considerados iguais perante à Lei.
Durante
o século XVIII a revolução Industrial, as relações sociais foram alteradas,
temos um aprofunda desigualdade no mundo moderno, a concentração de renda na
mão de poucos é uma constante nos países de sistema capitalista de produção. De
um lado, temos os burgueses, donos do capital e dos meios de produção. De
outro, o proletariado, isto é, a classe trabalhadora, que depende do salário
pago pelos burgueses para a sua sobrevivência (HOBSBAWM, 2009).
Esta
sociedade, disciplinada pelos apitos das fábricas, composta de burgueses e
proletários, em que a tecnologia tem uma importância vital para o
desenvolvimento social, é o tipo ideal da sociedade moderna.
REFERÊNCIAS
Dica Express
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