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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Sociedade Pré-moderna x Feudal/ Desagregação do Feudalismo

SOCIEDADE PRÉ-MODERNA OU FEUDAL


  Na sociedade europeia dos séculos XI-XIII tivemos o auge do feudalismo. O Feudalismo é um sistema social baseado na unidade produtiva do feudo. Por feudo se compreende uma unidade de produção rural autossustentada (JÚNIOR, 1986).

 Nas unidades de produção rural. Roupas e utensílios para o trabalho ou lazer eram fabricados de modo rudimentar pelos próprios trabalhadores rurais. Ocorria uma pequena especialização do trabalho. Não havia a necessidade de se produzir e estocar mais alimentos do que se precisava.



 Tratava-se de uma sociedade composta por três ordens sociais. Oratores, Belattores e Laboratores, isto é, sacerdotes, guerreiros e servos. Uma sociedade estamental, pois as camadas sociais eram classificadas elo status que determinado indivíduo possuía na sociedade.

 As trocas comerciais não eram medidas pelo dinheiro, mas pelas trocas naturais.
 Entre os camponeses havia os servos, os vilões e os escravos:

·                    Servos: Camponês que estava preso à terra, em troca de proteção e do direito de usufruir da terra, fazia, também, várias outras tarefas, como consertar pontes, estradas etc. Ainda pesavam sobre eles diversos, e pesados, impostos e taxas;
·                    Vilões Eram camponeses livres que viviam nas vilas. Eles se originaram dos trabalhadores livres do Império Romano que conseguiram adquirir pequenos lotes de terra;
·                    Escravos: A escravidão era pequena e restrita. Os poucos escravos trabalhavam, geralmente, nos afazeres domésticos dos castelos senhoriais;

 Cada ente social possuía uma função específica em relação ao Corpo Social. Os guerreiros protegiam a sociedade de invasores. Os servos permitiam que a sociedade tivesse alimentos para a manutenção da vida. Os sacerdotes rogavam a Deus que abençoasse os demais membros do corpo social. A Igreja era a principal instituição política do mundo medieval.

 Muitas das guerras medievais tinham como mediadores os religiosos, a ponto do papado instituir a Trégua de Deus e a Paz de Deus. O poder que a Igreja possuía na Idade Média não era apenas religioso, como também econômico, sendo a mesma detentora de uma grande quantidade de terras.

 O Sacro Império Romano Germânico tratava-se de uma sociedade onde o analfabetismo era constante, inclusive entre os nobres. Por isso eram ausentes no cotidiano social os contratos escritos.
 Por isso, temos uma grande presença na mentalidade medieval da noção de fidelidade aos compromissos e deveres para com os superiores na hierarquia social.

 A magia fazia parte do cotidiano, assim como os temores da presença do Diabo. Assim, muitas das pessoas que possuam alguma forma de compreender a natureza de forma empírica, ou mesmo que conseguiam manipular plantas para a cura de doenças, eram acusados do crime de bruxaria.

 A natureza era explicada através da filosofia escolástica, que tinha como pressuposto um mundo plano, no qual o homem era o centro da criação e a terra era o centro do universo. Pro explicação religiosa/ mágica podemos compreender que Deus era considerado como a primeira causa dos fenômenos. Os santos também eram invocados, como por boas pescas (nossa Senhora dos navegantes ou mesmo iemanjá).


LENTA DESAGREGAÇÃO DO MUNDO FEUDAL

 O mundo feudal entra em desagregação em um processo lento. Um dos principais motivos que possibilitou a desagregação do feudalismo foram As Cruzadas. O preparo para As Cruzadas mobilizou grande parte da população europeia, foram criadas ordens militares-religiosas: Os Cavaleiros Teutônico se a Ordem dos Templários.

 Neste período, a cristandade entra em contato com a cultura muçulmana, e por ela é extremamente influenciada. Assim, surge o gosto e o interesse pelas especiarias. A presença de produtos com um grau tecnológico muito maior que a tecnologia desenvolvida na Europa feudal. O Oriente vivia uma economia organizada monetariamente, a presença da moeda mediando às trocas de produtos e objetos.


Feira Medieval

 O interesse por esses produtos possibilitou o surgimento de feiras livres em algumas cidades europeias, como é o caso de Champanhe, na França. Além desse intercâmbio, podemos notar a presença de uma nova figura social: o Burguês.(PIRRENE,1999).

 A Burguesia era um grupo social cujo o nome deriva de burgo. Os burgos eram castelos fortificados. Os burgueses se comportavam como uma classe de comerciantes.



 Uma das principais instituições criadas nas cidades do final da Idade média foram as corporações de ofício. Com a presença das corporações e de um mundo urbano, em que as trocas eram monetárias, uma verdadeira revolução social ocorreu com aplicação do assalariamento nas relações de trabalho.


 Podemos considerar que a diversidade de Estados na Europa Feudal era um enorme entrave ao comércio, isto porque os comerciantes não possuíam uma instituição que garantisse o monopólio da violência, fundamental para evitar ações de contrabando e o ataque de piratas ao longo do Mar Mediterrâneo (aberto após As Cruzadas), além de a cada alfândega, os preços das mercadorias aumentarem devido à soma de diferentes impostos.

 A insegurança das caravanas e necessidade da unificação das moedas e dos impostos foi uma das principais motivações para o surgimento dos Estados, uma instituição que detém o monopólio do uso da violência em um território determinado por suas fronteiras (GUENEE, 1981).

 A necessidade de novas rotas para o comércio motivou que os então recentes países Espanha e Portugal se lançassem ao mar em busca de um caminho marítimo para as Índias. Essa necessidade ficou maior após 1453, ano em que os Turcos Otomanos conquistaram a cidade de Constantinopla, antiga capital do Império Bizantino.

 Assim, ao se lançarem ao mar, em meados do século XV, se descobriram duas rotas navais que possibilitariam uma ampliação sem precedentes ao comércio mundial, possibilitando uma melhor compreensão dos homens sobre a forma do globo e sobre a extensão real do planeta terra. Do ponto de vista econômico, se formou um sistema mundial de trocas comerciais. As trocas não se restringiam às questões comerciais. Os conhecimentos de diversos povos, como os asiáticos, os africanos e as populações nativas da América, formaram a sociedade e a cultura da modernidade, a cultura o diálogo e a miscigenação. E por fim, o colonialismo foi o ponto culminante da dominação europeia ao redor do mundo.

 Uma das principais características dos colonialismos foi a transposição da cultura europeia para os demais povos do mundo. Ocidentalização ou Eurocentrismo, isto é, os demais povos do mundo se sujeitaram aos ditamos europeus.

 A expansão europeia pelo mundo passou por dois momentos distintos. O primeiro foi o colonialismo, com uma primeira expansão que durou dos séculos XV a XVIII. Nos séculos XVIII e XIX, as colônias europeias na América se tornaram independentes.

 O colonialismo teve como principal motivação o lucro de produtos no comércio mundial. Teve como ideologia o Cristianismo, e foi a América o principal continente alvo das investidas colônias (mas fazendo uma ressalva, o continente africano foi BRUTALMENTE explorado, em suas riquezas e principalmente com o uso de mão de obra escrava!) No Neocolonialismo (predomínio econômico, político e/ou cultural de um país desenvolvido sobre outro, menos desenvolvido ou dependência econômica de países em relação aos países ricos), a principal ideologia foi o nacionalismo.

 Assim, aos poucos, os laços feudais existentes na Europa foram rompidos. Um dos principais símbolos do fim das relações estamentais na Europa foi a Revolução Francesa. Pois, a partir do código Napoleônico, todos os cidadãos passavam a ser considerados iguais perante à Lei.

 Durante o século XVIII a revolução Industrial, as relações sociais foram alteradas, temos um aprofunda desigualdade no mundo moderno, a concentração de renda na mão de poucos é uma constante nos países de sistema capitalista de produção. De um lado, temos os burgueses, donos do capital e dos meios de produção. De outro, o proletariado, isto é, a classe trabalhadora, que depende do salário pago pelos burgueses para a sua sobrevivência (HOBSBAWM, 2009).

 Esta sociedade, disciplinada pelos apitos das fábricas, composta de burgueses e proletários, em que a tecnologia tem uma importância vital para o desenvolvimento social, é o tipo ideal da sociedade moderna.


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