SOCIEDADE
PRÉ-MODERNA OU FEUDAL
Na
sociedade europeia dos séculos XI-XIII tivemos o auge do feudalismo. O
Feudalismo é um sistema social baseado na unidade produtiva do feudo. Por feudo
se compreende uma unidade de produção rural autossustentada (JÚNIOR, 1986).
Nas unidades de produção rural. Roupas e
utensílios para o trabalho ou lazer eram fabricados de modo rudimentar pelos
próprios trabalhadores rurais. Ocorria uma pequena especialização do trabalho.
Não havia a necessidade de se produzir e estocar mais alimentos do que se
precisava.
Tratava-se de uma sociedade composta por três
ordens sociais. Oratores, Belattores e
Laboratores, isto é, sacerdotes, guerreiros e servos. Uma sociedade estamental, pois as camadas sociais eram
classificadas elo status que determinado indivíduo possuía na sociedade.
As trocas comerciais não eram medidas pelo
dinheiro, mas pelas trocas naturais.
Entre os camponeses havia os
servos, os vilões e os escravos:
·
Servos:
Camponês que estava preso à terra, em troca de proteção e do direito de
usufruir da terra, fazia, também, várias outras tarefas, como consertar pontes,
estradas etc. Ainda pesavam sobre eles diversos, e pesados, impostos e taxas;
·
Vilões Eram
camponeses livres que viviam nas vilas. Eles se originaram dos trabalhadores
livres do Império Romano que conseguiram adquirir pequenos lotes de terra;
·
Escravos: A
escravidão era pequena e restrita. Os poucos escravos trabalhavam, geralmente,
nos afazeres domésticos dos castelos senhoriais;
Cada ente
social possuía uma função específica em relação ao Corpo Social. Os
guerreiros protegiam a sociedade de invasores. Os servos permitiam que a
sociedade tivesse alimentos para a manutenção da vida. Os sacerdotes rogavam a
Deus que abençoasse os demais membros do corpo social. A Igreja era a principal
instituição política do mundo medieval.
Muitas das
guerras medievais tinham como mediadores os religiosos, a ponto do papado
instituir a Trégua de Deus e a Paz de
Deus. O poder que a Igreja possuía na Idade Média não era apenas religioso,
como também econômico, sendo a mesma detentora de uma grande quantidade de
terras.
O Sacro
Império Romano Germânico tratava-se de uma sociedade onde o analfabetismo era constante, inclusive entre os nobres. Por isso eram ausentes no cotidiano social os contratos
escritos.
Por isso, temos uma grande presença na
mentalidade medieval da noção de fidelidade aos compromissos e deveres para com
os superiores na hierarquia social.
A magia fazia parte do cotidiano, assim como
os temores da presença do Diabo. Assim, muitas das pessoas que possuam alguma
forma de compreender a natureza de forma empírica, ou mesmo que conseguiam
manipular plantas para a cura de doenças, eram acusados do crime de bruxaria.
A natureza era explicada através da filosofia
escolástica, que tinha como pressuposto um mundo plano, no qual o homem era o
centro da criação e a terra era o centro do universo. Pro explicação religiosa/
mágica podemos compreender que Deus era considerado como a primeira causa dos
fenômenos. Os santos também eram invocados, como por boas pescas (nossa Senhora
dos navegantes ou mesmo iemanjá).
LENTA
DESAGREGAÇÃO DO MUNDO FEUDAL
O mundo feudal entra em desagregação em um
processo lento. Um dos principais motivos que possibilitou a desagregação do
feudalismo foram As Cruzadas. O preparo para As Cruzadas mobilizou grande parte
da população europeia, foram criadas ordens militares-religiosas: Os Cavaleiros
Teutônico se a Ordem dos Templários.
Neste período, a cristandade entra em contato
com a cultura muçulmana, e por ela é extremamente influenciada. Assim, surge o
gosto e o interesse pelas especiarias. A presença de produtos com um grau tecnológico
muito maior que a tecnologia desenvolvida na Europa feudal. O Oriente vivia uma
economia organizada monetariamente, a presença da moeda mediando às trocas de
produtos e objetos.
Feira
Medieval
O interesse por esses produtos possibilitou o
surgimento de feiras livres em algumas cidades europeias, como é o caso de
Champanhe, na França. Além desse intercâmbio, podemos notar a presença de uma
nova figura social: o Burguês.(PIRRENE,1999).
A Burguesia era um grupo social cujo o nome
deriva de burgo. Os burgos eram castelos fortificados. Os burgueses se
comportavam como uma classe de comerciantes.
Uma das principais instituições criadas nas
cidades do final da Idade média foram as corporações de ofício. Com a presença
das corporações e de um mundo urbano, em que as trocas eram monetárias, uma
verdadeira revolução social ocorreu com aplicação do assalariamento nas
relações de trabalho.
Podemos considerar que a diversidade de
Estados na Europa Feudal era um enorme entrave ao comércio, isto porque os
comerciantes não possuíam uma instituição que garantisse o monopólio da
violência, fundamental para evitar ações de contrabando e o ataque de piratas
ao longo do Mar Mediterrâneo (aberto após As Cruzadas), além de a cada
alfândega, os preços das mercadorias aumentarem devido à soma de diferentes
impostos.
A insegurança das caravanas e necessidade da
unificação das moedas e dos impostos foi uma das principais motivações para o
surgimento dos Estados, uma instituição
que detém o monopólio do uso da violência em um território determinado
por suas fronteiras (GUENEE, 1981).
A necessidade de novas rotas para o comércio motivou que os então recentes
países Espanha e Portugal se lançassem ao mar em busca de um caminho marítimo para as Índias. Essa necessidade ficou maior
após 1453, ano em que os Turcos Otomanos conquistaram a cidade de Constantinopla,
antiga capital do Império Bizantino.
Assim, ao se lançarem ao mar, em meados do
século XV, se descobriram duas rotas navais que possibilitariam uma ampliação sem
precedentes ao comércio mundial, possibilitando uma melhor compreensão dos
homens sobre a forma do globo e sobre a extensão real do planeta terra. Do
ponto de vista econômico, se formou
um sistema mundial de trocas comerciais. As trocas não se restringiam às questões comerciais. Os conhecimentos
de diversos povos, como os asiáticos, os africanos e as populações nativas da
América, formaram a sociedade e a cultura
da modernidade, a cultura o diálogo
e a miscigenação. E por fim, o colonialismo foi o ponto culminante da
dominação europeia ao redor do mundo.
Uma das principais características dos
colonialismos foi a transposição da
cultura europeia para os demais povos do mundo. Ocidentalização ou Eurocentrismo, isto é, os demais povos do mundo se sujeitaram aos ditamos
europeus.
A expansão europeia pelo mundo passou por dois
momentos distintos. O primeiro foi o colonialismo, com uma primeira expansão
que durou dos séculos XV a XVIII. Nos séculos XVIII e XIX, as colônias
europeias na América se tornaram independentes.
O
colonialismo teve como principal motivação o lucro de produtos no comércio
mundial. Teve como ideologia o Cristianismo, e foi a América o principal
continente alvo das investidas colônias (mas fazendo uma ressalva, o continente
africano foi BRUTALMENTE explorado, em suas riquezas e principalmente com o uso
de mão de obra escrava!) No Neocolonialismo (predomínio econômico, político e/ou cultural de um país desenvolvido
sobre outro, menos desenvolvido ou dependência econômica de países em relação
aos países ricos),
a principal ideologia foi o nacionalismo.
Assim, aos poucos, os laços feudais existentes
na Europa foram rompidos. Um dos principais símbolos do fim das relações estamentais na Europa foi a Revolução Francesa. Pois, a partir do
código Napoleônico, todos os cidadãos passavam a ser considerados iguais perante à Lei.
Durante o século XVIII a revolução Industrial,
as relações sociais foram alteradas, temos um aprofunda desigualdade no mundo
moderno, a concentração de renda na mão de poucos é uma constante nos países de
sistema capitalista de produção. De um lado, temos os burgueses, donos do
capital e dos meios de produção. De outro, o proletariado, isto é, a classe
trabalhadora, que depende do salário pago pelos burgueses para a sua sobrevivência
(HOBSBAWM, 2009).
Esta sociedade, disciplinada pelos apitos das
fábricas, composta de burgueses e proletários, em que a tecnologia tem uma
importância vital para o desenvolvimento social, é o tipo ideal da sociedade
moderna.
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