MODERNIDADE,
TEMPO E ESPAÇO.
Todas as culturas pré-modernas possuíam
maneiras de calcular o tempo. Ninguém poderia dizer a hora do sai sem referência
a outros “marcadores” socioespaciais: “quando” era quase ou conectado a “onde”
ou indicado por ocorrências naturais regulares. A Invenção do relógio mecânico
constituiu a chave explicativa e compreensiva na separação entre tempo e
Espaço.
O relógio expressou a designação precisa de “zonas”
do dia. O Tempo ainda estava conectado como espaço (e o lugar) até que a
uniformidade de mensuração do tempo pelo relógio mecânico correspondeu à
uniformidade da organização social do tempo, padronização em escala mundial dos
calendários.
“Lugar” é melhor conceitualizado por meio da
ideia de localidade, que se refere ao cenário físico da atividade social como
situado geograficamente. O mapeamento progressivo do globo que levou à criação
de mapas universais.
O rompimento entre tempo e espaço forneceu uma
base à recombinação relação á atividade social. Isto é facilmente demonstrado tomando-se
o exemplo do horário: um horário, tal como uma tabela que marca as horas em que
correm os trens, pode parecer à primeira vista meramente um mapa temporal. Mas
na verdade é um dispositivo de ordenação tempo-espaço, indicando quando e aonde
chegam os trens. Como tal, ele permite a complexa coordenação de trens e seus
passageiros e cargas através de grandes extensões de tempo e espaço.
Um sistema de datação padronizado, agora
universalmente reconhecido, possibilitou uma apropriação de um passado
unitário, mas muito de tal “história” pode estar sujeito a interpretações
contrastantes. Tempo e espaço são recombinados para formar uma estrutura histórico-mundial.
De uma maneira geral, com a soma dos fenômenos
da reformulação da concepção de trabalho, das críticas dos trovadores e da
utilização da prensa de tipos móveis, a desintegração de costumes e a
introdução de novas formas de organização da vida social, a transição da
produção artesanal para a produção fabril, que por sua vez foi considerado como
fator principal para o processamento e consolidação da revolução industrial e
do capitalismo no interior da Europa.
O cenário era composto também pela decadência
da nobreza feudal, pelos movimentos das Cruzadas, enfraquecimento do Latim, de
crescente interesse pelo árabe e pelo grego e o desenvolvimento das escolas.
REFERÊNCIAS
FOCHI, Graciela Márcia. Cultura
e sociedade na modernidade. Indaial: Uniasselvi, 2013.
Adaptado
de: GIDDENS, Antony. As consequências da
modernidade. São Paulo: UNESP, 1991.
Engrenagem: http://www.artmajeur.com/medias/standard_watermark/m/a/mauricio-andrade-souza/artwork/8411251_001.jpg
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