OS
ANTECEDENTES DA MODERNIDADE
Três aspectos que somados fornecem condições
para se questionar a ordem moral estabelecida, propor e divulgar as novas
ideias, a reformulação do conceito de trabalho, o movimento trovadorismo e a
invenção da prensa de tipos móveis.
A
NOVA CONCEPÇÃO DE TRABALHO
A Concepção mais antiga de trabalho é oriunda
de tripalium, que foi extraída do
latim e designava um instrumento de tortura reservado aos escravos. Lúllio a substituiu pela expressão treballan, que é oriunda do idioma
catalão, que designa habilidade em elaborar a matéria bruta transformando-a em
obra, realização e propriedade humana, e dignificadora do próprio homem.
Durante muitos séculos, a moral e a ética do
“trabalho” permaneceram como um fato circunscrito ao universo rural, em lavrar
e semear a terra.
As concepções foram alteradas, inclusive as
mais antigas, na Bíblia o trabalho não é mais visto como um indício da maldição
de Deus a Adão e Eva, com a expulsão do paraíso, sendo que teriam que ganhar o
pão de cada dia com o suor do próprio rosto. Ou como a Antiguidade, ou como na
Idade Média, trabalhar com as mãos era sinônimo de ser escravo ou servo, grupos
inferiores da sociedade.
Na modernidade o trabalho passa a ser visto
como parte fundamental da natureza humana, um valor social, sendo o trabalhador
um personagem social merecedor de respeito, admiração e dignidade pelas obras
que faz a si, seus familiares e semelhantes.
O homem reconhecendo que o trabalho não era
mais motivo de sofrimento e castigo, mas sim uma atividade que tornaria
socialmente reconhecido, a fim de preencher a demanda da manufatura e indústria
nascente, bem como o campo das invenções de máquinas e técnicas e o próprio
sistema capitalista que estavam exigindo.
O
TROVADORISMO
O trovadorismo foi um
movimento musical e literário que surgiu na época medieval e se caracterizava
por apresentar temas relacionados ao amor, ao prazer, à natureza, entre outros.
Na Sociedade pré-moderna na qual a Igreja Católica detinha grande poder de influência na mentalidade
das pessoas, utilizadas para intermediar interesses
políticos e censura das formas de pensamento, na produção artística,
intelectual e científica da época, garantindo assim uma espécie de paz e
tranquilidade social.
Guilherme IX (1071-1126), o duque de
Aquitânia, era um trovador medieval que com as letras de suas cantigas/músicas
insultava publicamente os prelatos
(membros da Igreja), que por sua vez reagiam ameaçando-o de excomunhão, ou
seja, de perder a tutela e proteção que a Igreja Católica oferecia diante das
incertezas da vida, do purgatório e do inferno. (GUMBRECHT, 1988).
As Críticas que Guilherme IX dirigia à Igreja
Católica eram em especial sobre a moral e ao conservadorismo que pregava temas
considerados tabus (que não deveriam ser mencionados) na época.
A ameaça não intimidava
o trovador. Até fazia questão de se mostrar indiferente e inclusive retribuía
ameaçando os dignitários da Igreja; ridicularizava-os e considerava-os nem
mesmo dignos de serem feridos pela sua espada. (GUMBRECHT, 1998).
Os acontecimentos relacionados às provocações
de Guilherme IX indicam o enfraquecimento dos poderes da Igreja Católica na
sociedade, aponta também que estas práticas tenham favorecido o horizonte de
duvida e da especulação de dogmas, a partir da Reforma Protestante e no
aprofundamento dos estudos no campo da Astronomia, anatomia entre outros. (GUMBRECHT,
1998).
O AMOR CORTÊS
O Amor cortês era um sistema de práticas e representações, expressados pela poesia trovadoresca, pelos romances corteses e pelas próprias vidas dos trovadores.
Segundo Baschet (2006), a lógica de amor cortês inverte a norma aceita na época da submissão da mulher. A relação sexual propriamente dita somente poderia ocorrer depois de uma série de provas, o que transforma o amor cortês em uma espécie de culto ao desejo, uma amor ao amor. Segundo Huizinga (2010), o"[...]cavaleiro e a amada, o herói em nome do amor, são o motivo romântico mais primário e imutável que em toda parte renasce, e sempre renascerá. É a transformação mais imediata do impulso sensual em uma abnegação ética ou quase ética".
O amor cortês podia corresponder ao desejo de possuir a mulher amada, mas não podia ser satisfeito, pois ela era casada com algum cavaleiro de posição social superior. Como no caso de Lancelot, Guinevere e o Rei Artur.
O AMOR CORTÊS
O Amor cortês era um sistema de práticas e representações, expressados pela poesia trovadoresca, pelos romances corteses e pelas próprias vidas dos trovadores.
Segundo Baschet (2006), a lógica de amor cortês inverte a norma aceita na época da submissão da mulher. A relação sexual propriamente dita somente poderia ocorrer depois de uma série de provas, o que transforma o amor cortês em uma espécie de culto ao desejo, uma amor ao amor. Segundo Huizinga (2010), o"[...]cavaleiro e a amada, o herói em nome do amor, são o motivo romântico mais primário e imutável que em toda parte renasce, e sempre renascerá. É a transformação mais imediata do impulso sensual em uma abnegação ética ou quase ética".
O amor cortês podia corresponder ao desejo de possuir a mulher amada, mas não podia ser satisfeito, pois ela era casada com algum cavaleiro de posição social superior. Como no caso de Lancelot, Guinevere e o Rei Artur.
Vídeo - Dom Afonso X - "Quen a Omagen da Virgen" - Conjunto de Câmara de Porto Alegre
A
PRENSA DE TIPOS MÓVEIS
A leitura e a escrita ao longo da Idade Média
estavam restritas a poucos membros da sociedade. Estima-se que 98% da população
não sabia ler ou escrever. A escolarização destinava-se somente aos filhos de
nobres, sobre tudo à formação de clérigos e a preencher as vagas e cargos no
interior da Igreja. E ao mesmo tempo em que estes indivíduos se alfabetizavam,
também assumiam a função/poder de detentores do saber/conhecimento e a
responsabilidade pelos registros oficiais no interior da sociedade na época.
Porém a partir do século XIII, este quadro
passou por alterações, especialmente com a formação dos primeiros estudantes em
finanças, contabilidade e técnicas de navegação. Outro momento do final do
século XIII, a transição dos manuscritos passou a ser feitas também em línguas
Vernáculas, ou seja, em línguas além do Latim, como o italiano, o francês, o
alemão, entre outras. Este fato acaba por apontar o gradual desequilíbrio e a
perda de controla de Igreja sobre o saber e o conhecimento (GUMBRECHT, 1998).
Uma vez que o conhecimento e o saber não se encontravam exclusivamente sob domínios
dos clérigos, ocorreu um
significativo enfraquecimento do poder que a Igreja exercia sobre a
sociedade. Os novos letrados passaram a estudar e formular teorias e atividades
que seriam utilizadas em escritórios contábeis, bancários, nos registros de
tesouro dos reis, em cálculos de custos e lucros, formulações de cartilhas ao
comércio entre outras atividades.
Este momento de mudanças em relação ao
interesse pelos campos do saber e conhecimento foi potencializado com a
invenção de Johan Gensfleish Gutenberg (1397-1468) que é a impressão em tipos
móveis, realizada por volta do ano de 1450, no interior da Alemanha.
A Prensa possibilitou a produção e a
reprodução de livros em maior quantidade, em menor tempo e além de
descentralizar esta tarefa que antes somente era feita por copistas, domínios
que se resignavam no interior dos mosteiros e das Igrejas (GUMBRECHT, 1998).
Outras consequências, a confecção das Bíblias contribuíram
na difusão da Reforma Protestante. Por outro lado, logo a prensa foi utilizada
na emissão de notas bancárias, cédulas, cartas de crédito, normas, leis,
salvo-condutos, entre outros.
Gradualmente, além das traduções da Bíblia
para as línguas regionais, documentos de governo a até obras literárias foram
impressas, o que acabou por despertar o interesse pelo conhecimento e pela
leitura em meio à população de um modo geral.
Esta invenção trouxe consigo outras duas revoluções no mundo da leitura. a primeira o surgimento do "códex" por volta do século IV. O Livro deixou de ser o "volumen", ou seja, o rolo - que tanto relacionamos ao mundo antigo - e passou a ser um conjunto de folhas unidas. A leitura do Códex exigia a virada de folhas. isto permitia que o leitor pudesse ir e vir na leitura com mais facilidade. A segunda revolução foi o surgimento da Leitura Silenciosa. Em geral, no mundo antigo a leitura era realizada em voz alta, para um público de ouvintes. Os monges medievais começaram a prática da leitura silenciosa como forma de devoção, e os textos tiveram de absorver certas alterações estruturais. Surgiam os sinâis de pontuação e o espaço entre as palavras, houve uma revolução de leitura durante o século XVIII (LYONS, 2011).
Esta invenção trouxe consigo outras duas revoluções no mundo da leitura. a primeira o surgimento do "códex" por volta do século IV. O Livro deixou de ser o "volumen", ou seja, o rolo - que tanto relacionamos ao mundo antigo - e passou a ser um conjunto de folhas unidas. A leitura do Códex exigia a virada de folhas. isto permitia que o leitor pudesse ir e vir na leitura com mais facilidade. A segunda revolução foi o surgimento da Leitura Silenciosa. Em geral, no mundo antigo a leitura era realizada em voz alta, para um público de ouvintes. Os monges medievais começaram a prática da leitura silenciosa como forma de devoção, e os textos tiveram de absorver certas alterações estruturais. Surgiam os sinâis de pontuação e o espaço entre as palavras, houve uma revolução de leitura durante o século XVIII (LYONS, 2011).
REFERÊNCIAS
FOCHI, Graciela Márcia. Cultura
e sociedade na modernidade. Indaial: Uniasselvi, 2013.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Modernização
dos sentidos. São Paulo: Ed. 34, 1998.
VÍDEO
https://www.youtube.com/channel/UCycy8GnCWnTq9M4Zt3pW6ow
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