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terça-feira, 1 de novembro de 2016

A Expedição de Pedro Álvares Cabral

A EXPEDIÇÃO DE PEDRO ÁLVARES CABRAL E A CONQUISTA DO BRASIL
A palavra “descobrimento” não é apropriada, pois antes da chegada dos portugueses à região, que hoje chamamos de Brasil, já era habitada pelos mais variados povos. Neste sentido, o Brasil não foi descoberto, mas sim conquistado.

“Índio – o termo nasceu do engano histórico, pois Colombo, ao descobrir a América achou que havia descoberto a Índia. A partir daí o termo se popularizou. Com o tempo surgiram outras designações para o nativo americano, são elas: aborígene, ameríndio, autóctone, brasilíndio, gentio, íncola, negro da terra, nativo, bugre, silvícola, entre outras.”

Existem alguns historiadores que afirmam que o Brasil já havia sido descoberto há alguns anos antes, tanto por portugueses, quanto por espanhóis. Segundo Boris fausto (2007) e Eduardo Bueno (1998), no dia 22 de agosto de 1497, Vasco da Gama e seus homens avistaram, em pleno mar, aves marinhas voando “muito rijas”, como aves que iam para terra. Gama não pode desviar sua rota para segui-las, mas a aparição foi registrada no seu diário de bordo.
O achamento do Brasil fez de Portugal uma potência, um marco nas grandes navegações, pois foi a expedição mais poderosa até então organizada por um estado europeu. Uma frota de 13 navios, aparentemente com destino às Índias, sob o comando do fidalgo Pedro Álvares Cabral. A frota, após passar às ilhas de Cabo Verde, tomou rumo oeste, afastando-se da costa africana até avistar o que seria a terra brasileira em 21 de abril. Nessa data, houve apenas uma breve descida à terra e só no dia seguinte a frota ancoraria no litoral da Bahia, em Porto Seguro.



A Travessia Atlântica durou cerca de 44 dias, a travessia foi tranquila, afirmando assim a possibilidade do Brasil passar a ser um ponto seguro de escala e aguada para as futuras expedições que almejam chegar até as Índias.

O COTIDIANO DAS CARAVELAS
No “Livro de ouro da História do Brasil” de Mary Del Priore e Renato Pinto Venâncio, podemos ver algumas características:
Apesar de pequenas – cerca de 20 metros de comprimento -, ágeis, capazes de avançar em ziguezague contra o vento e dotadas de artilharia pesada, as caravelas eram tidas como os melhores veleiros a navegar em mar aberto.

O banho era impossível, pois, além de não existir esse hábito de higiene, a água potável era destinada ao consumo e ao cozimento de alimentos. Nos corpos ou na comida, proliferavam toda a sorte de parasitas como piolhos, pulgas e percevejos. Confinados em cubículos, os passageiros satisfaziam suas necessidades fisiológicas próximos aos que consumiam as refeições. Por isso mesmo, costumavam-se embarcar alguns litros de “água de flor” e ervas aromáticas, para disfarçar o cheio ruim. Em meio ao constante mau cheiro e associado ao balanço natural, o “enjoamento” era constante.
A fome era crônica e a debilidade física colaboravam para a morte de uma parcela de marinheiros. Além de escassos, os alimentos embarcados encontravam-se estragados antes mesmo do embarque. Armazenados em porões úmidos, apodreciam ainda mais rapidamente.
Os oficiai8s mais graduados ficavam com produtos que estivessem em melhores condições, Grumetes e marinheiros pobres eram obrigados a consumir “biscoito”. Mel e passas eram oferecidos aos doentes da tripulação nobre. Febres altas e delírios costumavam atingir muitos dos tripulantes.
Quando ocorriam calmarias, sob o calor tórrido dos trópicos, os marinheiros famintos ingeriam de tudo: sola de sapatos, couro dos baús, papéis, biscoitos repletos de larvas e insetos, ratos, animais mortos a até mesmo carne humana. Matavam a sede com a própria urina. Muitos, contudo, preferiam suicidar-se a morrer de sede.
Essa realidade perdurou até o século XIX, quando se inseriu na dieta dos marinheiros frutas cítricas, o que veio a fornecer vitamina C, pois a maior causa do escorbuto era justamente a falta desta vitamina.


“Escorbuto – Era uma doença comum entre os marinheiros, este mal era originado pela falta de vitamina C em decorrência da má alimentação a bordo das navegações.”
No ano de 1500, Cabral chegou a Calicute, levando presentes ricos para o samorim hindu, que reclamara por gama não havê-lo presenteado adequadamente, quando Cabral capturou um navio muçulmano de transporte de especiarias, os mercadores protestaram atacando seu posto de comércio e matando todos que lá se encontravam. Cabral reagiu capturando outros 10 navios muçulmanos e partiu para Cochin e Cananor, onde completou o carregamento de seus barcos.
A expedição de Cabral foi um sucesso sob todos os aspectos, pois a mesma tornou posse do Brasil e estabeleceu um a base sólida de comércio com a Índia.

A CONQUISTA DO BRASIL
Quando os portugueses “descobriram” oficialmente o Brasil em 22 de abril de 1500, ele era habitado por uma infinidade de povos, distribuídos por praticamente todo o território que hoje forma o Brasil contemporâneo. Podemos dividir esses povos ameríndio em 2 dois grandes grupos, são eles: Os tupis-guaranis e os Tapuias. O grupo dos tupis-guaranis habitava praticamente toda a costa brasileira, desde o Ceará até a Lagoa dos Patos, no Rio grande do Sul. Apesar dessa localização geográfica diversa dos tupis e guaranis, falamos em conjunto tupi-guarani, dada a semelhança de cultura e de língua.
O segundo grupo, denominado tapuias, habitava áreas onde a presença tupi-guarani era interrompida, na Foz do Rio Paraíba, no Sul da Bahia e no Norte do Espírito Santo, entre o Ceará e o Maranhão. Conforme Fausto (2007) essas populações eram chamadas tapuias, uma palavra genérica usada pelos tupis-guaranis para designar índios que falavam outra língua.
Os tupis-guaranis eram mais numerosos que os tapuias, entretanto os tapuias eram mais aguerridos que os tupis-guaranis. A classificação relacionada se deriva dos estudos da antropologia contemporânea.


Ambos os grupos praticavam a caça, a pesca, a coleta de frutas e raízes e a agricultura. É difícil estabelecer o número da população na época do descobrimento.
Segundo Gilberto Cotrim (1999) os tupis-guaranis praticavam uma agricultura de subsistência, cultivavam mandioca, milho, batata-doce, feijão, mamão, erva-mate, guaraná entre outros. Na preparação do solo, os homens abriam clareiras na mata, derrubando árvores com machados de pedra e limpando o terreno com queimadas. As mulheres dedicavam-se ao plantio.
Mesmo sendo agricultores, os tupis-guaranis não constituíam povoados fixos por razões diversas: o desgaste do solo, a diminuição das reservas de caça, disputas internas entre facções, ou a morte de um chefe. A identidade de cada aldeia associava-se ao líder da comunidade.
Apesar de certa unidade linguística e cultural, os índios do tronco tupi-guarani não formavam uma única sociedade. Ao contrário, constituíam, frequentemente, grupos rivais. Os tupis-guaranis vivam em permanente guerra contra seus adversários. A guerra, o cativeiro e o sacrifício de prisioneiros constituíam uma das bases das relações entre as aldeias tupis-guaranis no Brasil Pré-colonial.
Em inúmeros setores da expressão cultural do país (música, artes plásticas, literatura, dança, religião, alimentos, plantas medicinais, vocabulário, técnicas de trabalho e higiene etc.) encontramos a marcante presença das sociedades indígenas.
Os conquistadores introduziram novos hábitos e costumes, além de professarem uma nova religião. O cristianismo seria uma das principais bandeiras dos portugueses, sendo os jesuítas os principais representantes.

A CHEGADA DOS PORTUGUESES
Gilberto Freyre (2003) afirma que os portugueses encontraram uma população nativa vivendo ainda na “pré-história”. Os primeiros contatos foram pacíficos e de bom entendimento. Apesar disso, os portugueses sempre desenvolveram uma postura arrogante, indicando a sua cultura e religião como superiores à dos índios. O escambo de produtos como o pau-brasil, farinha, papagaio e escravos por enxadas, facas, foices, espelhos e quinquilharias dava regularidade aos entendimentos.

Em relação ao indígena a ideia inicial desenvolvida pelos portugueses foi de simpatia. Um aspecto cultural “interessante” está relacionado á sexualidade, o europeu saltava em terra escorregando em índia nua. As mulheres eram as primeiras a se entregarem aos brancos, as mais ardentes indo esfregar-se nas pernas desses que supunham deuses. Davam-se ao europeu por um pente ou um caco de espelho.
O processo de conquista iria se intensificar no momento da decisão de se iniciar o processo de colonização propriamente dito. Isso acontece a partir de 1530 com a chegada da expedição de Martim Afonso de Souza. Com a intensificação do processo de colonização e conquista os portugueses passariam a ver os índios como mão de obra a ser escravizada e cobiçar as suas terras, dando início a sérios conflitos.
Com a introdução da monocultura, o processo de conquista dos povos nativos, uma das consequências deste processo será o extermínio das tribos, além da cultura indígena não suportar a estrutura de produção que se estabelecia.
Ao substituir o escambo pela agricultura, o indígena passou a ser, simultaneamente, o grande obstáculo para a ocupação da terra e a força de trabalho necessária para colonizá-la. Subjugá-los e escraviza-los passou a se a grande preocupação. As populações indígenas litorâneas serão forçadas a migrarem para o interior, perdendo assim, parte significativa de sua população.

REFERÊNCIAS
SOUZA, Evandro José. SAYÃO, Thiago Juliano. História do Brasil colonial. Indaial: Uniasselvi. 2011.

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