A
EXPEDIÇÃO DE PEDRO ÁLVARES CABRAL E A CONQUISTA DO BRASIL
A palavra
“descobrimento” não é apropriada, pois antes da chegada dos portugueses à
região, que hoje chamamos de Brasil, já era habitada pelos mais variados povos.
Neste sentido, o Brasil não foi descoberto, mas sim conquistado.
“Índio
– o termo nasceu do engano histórico, pois Colombo, ao descobrir a América
achou que havia descoberto a Índia. A partir daí o termo se popularizou. Com o
tempo surgiram outras designações para o nativo americano, são elas: aborígene, ameríndio, autóctone,
brasilíndio, gentio, íncola, negro da terra, nativo, bugre, silvícola,
entre outras.”
Existem alguns
historiadores que afirmam que o Brasil já havia sido descoberto há alguns anos
antes, tanto por portugueses, quanto por espanhóis. Segundo Boris fausto (2007)
e Eduardo Bueno (1998), no dia 22 de agosto de 1497, Vasco da Gama e seus
homens avistaram, em pleno mar, aves marinhas voando “muito rijas”, como aves
que iam para terra. Gama não pode desviar sua rota para segui-las, mas a
aparição foi registrada no seu diário de bordo.
O achamento do Brasil fez de Portugal uma potência, um marco nas
grandes navegações, pois foi a expedição mais poderosa até então organizada por
um estado europeu. Uma frota de 13 navios, aparentemente com destino às Índias,
sob o comando do fidalgo Pedro Álvares Cabral. A frota, após passar às ilhas de
Cabo Verde, tomou rumo oeste, afastando-se da costa africana até avistar o que
seria a terra brasileira em 21 de abril. Nessa data, houve apenas uma breve
descida à terra e só no dia seguinte
a frota ancoraria no litoral da Bahia, em Porto Seguro.
A Travessia Atlântica
durou cerca de 44 dias, a travessia foi tranquila, afirmando assim a
possibilidade do Brasil passar a ser um ponto seguro de escala e aguada para as
futuras expedições que almejam chegar até as Índias.
O
COTIDIANO DAS CARAVELAS
No “Livro de ouro da
História do Brasil” de Mary Del Priore e Renato Pinto Venâncio, podemos ver
algumas características:
Apesar de pequenas –
cerca de 20 metros de comprimento -, ágeis, capazes de avançar em ziguezague contra o vento e dotadas de
artilharia pesada, as caravelas eram tidas como os melhores veleiros a navegar
em mar aberto.
O banho era impossível,
pois, além de não existir esse hábito de higiene, a água potável era destinada
ao consumo e ao cozimento de alimentos. Nos corpos ou na comida, proliferavam
toda a sorte de parasitas como piolhos, pulgas e percevejos. Confinados em
cubículos, os passageiros satisfaziam suas necessidades fisiológicas próximos
aos que consumiam as refeições. Por isso mesmo, costumavam-se embarcar alguns
litros de “água de flor” e ervas aromáticas, para disfarçar o cheio ruim. Em
meio ao constante mau cheiro e associado ao balanço natural, o “enjoamento” era
constante.
A fome era crônica e a
debilidade física colaboravam para a morte de uma parcela de marinheiros. Além
de escassos, os alimentos embarcados encontravam-se estragados antes mesmo do
embarque. Armazenados em porões úmidos, apodreciam ainda mais rapidamente.
Os oficiai8s mais
graduados ficavam com produtos que estivessem em melhores condições, Grumetes e
marinheiros pobres eram obrigados a consumir “biscoito”. Mel e passas eram
oferecidos aos doentes da tripulação nobre. Febres altas e delírios costumavam
atingir muitos dos tripulantes.
Quando ocorriam
calmarias, sob o calor tórrido dos trópicos, os marinheiros famintos ingeriam
de tudo: sola de sapatos, couro dos baús, papéis, biscoitos repletos de larvas
e insetos, ratos, animais mortos a até mesmo carne humana. Matavam a sede com a
própria urina. Muitos, contudo, preferiam suicidar-se a morrer de sede.
Essa realidade perdurou
até o século XIX, quando se inseriu na dieta dos marinheiros frutas cítricas, o
que veio a fornecer vitamina C, pois a maior causa do escorbuto era justamente
a falta desta vitamina.
“Escorbuto – Era uma
doença comum entre os marinheiros, este mal era originado pela falta de
vitamina C em decorrência da má alimentação a bordo das navegações.”
No ano de 1500, Cabral
chegou a Calicute, levando presentes ricos para o samorim hindu, que reclamara por gama não havê-lo presenteado
adequadamente, quando Cabral capturou um navio muçulmano de transporte de
especiarias, os mercadores protestaram atacando seu posto de comércio e matando
todos que lá se encontravam. Cabral reagiu capturando outros 10 navios
muçulmanos e partiu para Cochin e Cananor, onde completou o carregamento
de seus barcos.
A expedição de Cabral
foi um sucesso sob todos os aspectos, pois a mesma tornou posse do Brasil e
estabeleceu um a base sólida de comércio com a Índia.
A
CONQUISTA DO BRASIL
Quando os portugueses
“descobriram” oficialmente o Brasil em 22 de abril de 1500, ele era habitado
por uma infinidade de povos, distribuídos por praticamente todo o território
que hoje forma o Brasil contemporâneo. Podemos dividir esses povos ameríndio em
2 dois grandes grupos, são eles: Os tupis-guaranis e os Tapuias. O grupo dos
tupis-guaranis habitava praticamente toda a costa brasileira, desde o Ceará até
a Lagoa dos Patos, no Rio grande do Sul. Apesar dessa localização geográfica
diversa dos tupis e guaranis, falamos em conjunto tupi-guarani, dada a
semelhança de cultura e de língua.
O segundo grupo,
denominado tapuias, habitava áreas onde a presença tupi-guarani era
interrompida, na Foz do Rio Paraíba, no Sul da Bahia e no Norte do Espírito
Santo, entre o Ceará e o Maranhão. Conforme Fausto (2007) essas populações eram
chamadas tapuias, uma palavra genérica usada pelos tupis-guaranis para designar
índios que falavam outra língua.
Os tupis-guaranis eram
mais numerosos que os tapuias, entretanto os tapuias eram mais aguerridos que
os tupis-guaranis. A classificação relacionada se deriva dos estudos da
antropologia contemporânea.
Ambos os grupos
praticavam a caça, a pesca, a coleta de frutas e raízes e a agricultura. É
difícil estabelecer o número da população na época do descobrimento.
Segundo Gilberto Cotrim
(1999) os tupis-guaranis praticavam uma agricultura de subsistência, cultivavam
mandioca, milho, batata-doce, feijão, mamão, erva-mate, guaraná entre outros.
Na preparação do solo, os homens abriam clareiras na mata, derrubando árvores
com machados de pedra e limpando o terreno com queimadas. As mulheres
dedicavam-se ao plantio.
Mesmo sendo
agricultores, os tupis-guaranis não constituíam povoados fixos por razões
diversas: o desgaste do solo, a diminuição das reservas de caça, disputas
internas entre facções, ou a morte de um chefe. A identidade de cada aldeia
associava-se ao líder da comunidade.
Apesar de certa unidade
linguística e cultural, os índios do tronco tupi-guarani não formavam uma única
sociedade. Ao contrário, constituíam, frequentemente, grupos rivais. Os
tupis-guaranis vivam em permanente guerra contra seus adversários. A guerra, o
cativeiro e o sacrifício de prisioneiros constituíam uma das bases das relações
entre as aldeias tupis-guaranis no Brasil Pré-colonial.
Em inúmeros setores da
expressão cultural do país (música, artes plásticas, literatura, dança,
religião, alimentos, plantas medicinais, vocabulário, técnicas de trabalho e
higiene etc.) encontramos a marcante presença das sociedades indígenas.
Os conquistadores
introduziram novos hábitos e costumes, além de professarem uma nova religião. O
cristianismo seria uma das principais bandeiras dos portugueses, sendo os jesuítas
os principais representantes.
A
CHEGADA DOS PORTUGUESES
Gilberto Freyre (2003)
afirma que os portugueses encontraram uma população nativa vivendo ainda na “pré-história”. Os primeiros contatos
foram pacíficos e de bom entendimento. Apesar disso, os portugueses sempre
desenvolveram uma postura arrogante, indicando a sua cultura e religião como
superiores à dos índios. O escambo de produtos como o pau-brasil, farinha,
papagaio e escravos por enxadas, facas, foices, espelhos e quinquilharias dava
regularidade aos entendimentos.
Em relação ao indígena
a ideia inicial desenvolvida pelos portugueses foi de simpatia. Um aspecto
cultural “interessante” está relacionado á sexualidade,
o europeu saltava em terra escorregando
em índia nua. As mulheres eram as primeiras a se entregarem aos brancos, as
mais ardentes indo esfregar-se nas pernas desses que supunham deuses. Davam-se
ao europeu por um pente ou um caco de espelho.
O processo de conquista
iria se intensificar no momento da decisão de se iniciar o processo de
colonização propriamente dito. Isso acontece a partir de 1530 com a chegada da
expedição de Martim Afonso de Souza. Com a intensificação do processo de
colonização e conquista os portugueses passariam a ver os índios como mão de
obra a ser escravizada e cobiçar as suas terras, dando início a sérios
conflitos.
Com a introdução da
monocultura, o processo de conquista dos povos nativos, uma das consequências
deste processo será o extermínio das tribos, além da cultura indígena não
suportar a estrutura de produção que se estabelecia.
Ao substituir o escambo
pela agricultura, o indígena passou a ser, simultaneamente, o grande obstáculo
para a ocupação da terra e a força de trabalho necessária para colonizá-la.
Subjugá-los e escraviza-los passou a se a grande preocupação. As populações
indígenas litorâneas serão forçadas a migrarem para o interior, perdendo assim,
parte significativa de sua população.
REFERÊNCIAS
SOUZA,
Evandro José. SAYÃO, Thiago Juliano. História
do Brasil colonial. Indaial: Uniasselvi. 2011.
IMAGENS
22.04.1500:
http://www.grupoescolar.com/a/b/04CC7.jpg
Canais do Aula de História na Web 2.0
Canais do Retro Games BR
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