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terça-feira, 22 de novembro de 2016

A Monocultura, o Trabalho Escravo e o Latifúndio



A MONOCULTURA, O TRABALHO ESCRAVO E LATIFÚNDIO.
O PROJETO CIVILIZATÓRIO PORTUGUÊS
O projeto civilizatório português foi idealizado tendo como fundamento o tripé: Latifúndio, trabalho escravo e monocultura. Inicialmente, a cultura agrícola escolhida foi a cana-de-açúcar, porém com o desenvolvimento da colônia, outras monoculturas foram introduzidas, tais como: algodão, café entre outras.
Latifúndio é um termo originário da língua latina, combinação de "lātus" (significa amplo, espaçoso, extensivo) e fundus (fazenda), e que atualmente serve para se referir à propriedade rural de grande extensão, constituída em sua maioria de terras não cultivadas e/ou exploradas com técnicas de baixa produtividade. Na Roma antiga, "latifúndio" era a grande propriedade agrária de um aristocrata, cuja produção estava baseada no trabalho escravo.



Padrões diversos só podiam ser encontrados em atividades marginais e subsidiárias, como a pecuária extensiva dos Sertões e as pequenas culturas de subsistência.
 A base, a agricultura; as condições, a estabilidade patriarcal da família, a regularidade do trabalho por meio da escravidão, a união do português com a mulher índia, incorporada assim à cultura econômica e social do invasor. Formou-se na América tropical, uma sociedade agrária de estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida de índio, e mais tarde, do negro.
A partir da decisão e, acima de tudo, da predisposição portuguesa em transformar o Brasil em uma colônia agrícola, diversos engenhos passam, a aparecer no cenário do Nordeste e Sudeste do Brasil colonial.
Portugal, com a intenção de intensificar a produção de açúcar em terras brasileiras, criou uma série de incentivos para que esta atividade prosperasse. O privilégio outorgado ao donatário, de só ele fabricar moenda e engenho de água, denota ser a lavoura de açúcar a que se tinha especialmente em mira introduzir. Favores especiais, isenções de tributos, garantia contra a penhora dos instrumentos de produção, honrarias e títulos.
Além disso, esta atividade deveria estar atrelada ao trabalho escravo, pois o colono português não tinha predisposição ao trabalho braçal. Assim, o escravo passa a compor função de extrema importância no contexto da produção açucareira. O padre jesuíta Antonil, afirma que os escravos, tanto os de origem indígena, quanto os de origem africana, “eram os braços e pernas dos senhores de engenho”.
No Brasil, os escravos foram os ombros, as costas, os braços, as pernas que fizeram andar a colônia e, mais tarde, o Império. Foram o ventre que gerou imensa população mestiça e o seio que amamentou os filhos dos senhores. Em 500 anos de história, o Brasil teve 3 séculos e meio de regime escravocrata contra apenas 1 (um) de trabalho livre.
A escravidão demonstrou ser uma condição de sobrevivência para o colono europeu na nova terra. Sem escravos os colonos “não podem se sustentar na terra”
A captura e o comércio do indígena vieram constituir a primeira atividade econômica estável dos grupos de população não dedicados à indústria açucareira. Essa mão de obra indígena, considerada de segunda classe, é que permitirá a subsistência dos núcleos de população localizados naquelas partes do país que não se transformaram em produtores de açúcar. O cultivo da cana-de-açúcar permitiu a criação de uma atividade econômica paralela, a caça ao índio, sendo a Capitania de são Vicente o seu expoente máximo. Esta capitania prosperou em função do comércio do indígena, que era considerado mão de obra de segunda qualidade. O fato dos vicentinos escravizarem elementos indígenas criou conflitos com padres jesuítas, que procuravam “proteger os nativos”.
Com o sucesso da indústria açucareira, grandes “carregamentos” de escravos passaram a ser desembarcados nos principais portos do nordeste. O escravo africano era mais caro que o indígena, porém ele era mais produtivo e, além disso, mais resistente, ás duras provas da escravidão.

O TRÁFICO NEGREIRO E O TRABALHO ESCRAVO
A expansão ultramarina e a descoberta de novas terras, abrindo ao comércio amplas perspectivas trazem o primeiro plano o tráfico de escravos, fazendo destes uma das mais importantes “mercadorias” do tempo.

Foi a colonização de posses ultramarinas que deu ao tráfico o extraordinário impulso que o transformou em atividade comercial de primeiro plano.
Ali onde se torna necessário levantar uma estrutura de produção, desde os alicerces, ali onde se torna indispensável colonizar, é que a escravidão aparece como fator importante e alimenta o impulso ao tráfico negreiro.


O escravo era a mercadoria de mais alto preço que se introduzia nas áreas coloniais dominadas pela corte de Lisboa. A riqueza de um senhor de engenho não era medida pela quantidade de terras que o mesmo possuía, mas, sim, pela quantidade de escravos, que, apesar de valioso, era muito maltratado.

PLANTADOR X SENHOR DE ENGENHO
Surge, desde os primeiros tempos, assim uma diferença fundamental entre o sesmeiro que é apenas plantador e o sesmeiro, que além de plantador, é também senhor de engenho. A necessidade obrigava os que eram apenas plantadores a levar suas safras ao senhor de engenho, que as comprava segundo sua conveniência. Com o passar dos tempos, não há mais lugar para os plantadores, que foram sendo substituídos pelos senhores de engenho, que praticamente passaram a monopolizar a produção açucareira.
Acredita-se que a implantação deste sistema elitizado, puramente mercantilista, tenha sido responsável pelo surgimento da metrópole, ignorando as iniciativas dos pequenos povoadores na colônia recém-formada.
O modelo da grande propriedade, monocultora e escravista acaba por consagrar o poderio dos senhores de engenho, dificultando a vida da camada de pequenos e médios proprietários. A necessidade de controlar a produção por meio do engenho complicava, e muito, a existência da pequena propriedade não destinada a fins comerciais.
A possibilidade de crescer economicamente só virá a se manifestar novamente para os pequenos produtores através da instituição da pecuária no nordeste brasileiro. A criação de gado possibilitaria o surgimento de uma nova classe social tendo como base o trabalho livre.


REFERÊNCIAS
SOUZA, Evandro José. SAYÃO, Thiago Juliano. História do Brasil colonial. Indaial: Uniasselvi. 2011.
SANTIAGO, Emerson. Latifúndio. Disponível em: <http://www.infoescola.com/agricultura/latifundio/>. Acesso em 20 de outubro de 2016

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