O
PERÍODO PRÉ-COLONIAL - OS ANOS ESQUECIDOS
O período pré-colonial
“os anos esquecidos”. Este período vai d 1500, com o descobrimento até 1531,
com a chegada da missão “civilizadora” de Martim Afonso de Souza. Estes primeiros anos da história do Brasil, os
portugueses demonstram pouco interesse pelo efetivo povoamento e colonização da
colônia, preferindo investir no lucrativo comércio com o extremo oriente.
A principal atividade
econômica, durante esses primeiros 30 anos foi a extração do pau-brasil, também
conhecido como “pau-de-tinta”, em parceria com os nativos que, em troca
recebiam “quinquilharias”.
A
FALTA DE INTERESSE
Não foram encontrados
em um primeiro momento, metais preciosos ou outros motivos que pudessem dar
sentido a econômico para o povoamento e a colonização. O lucro a ser obtido com
a exploração do pau-brasil seria menor que o comércio de produtos africanos e
asiáticos.
Nesses anos iniciais a
principal atividade foi a extração do pau-brasil, o trabalho coletivo,
especialmente a derrubada de arvores, era uma tarefa comum na sociedade
Tupinambá. Assim, o corte do pau-brasil podia integrar-se com relativa
facilidade aos padrões tradicionais da vida indígena.
Por vários anos
pensou-se que não passava de uma grande ilha. As atrações exóticas – índios,
papagaios, araras, prevaleceram. O rei Dom Manuel preferia chama-la de Vera
Cruz logo de Santa Cruz. O nome Brasil começou a aparecer em 1503.
Os esforços portugueses
foram limitados ao envio de algumas expedições destinadas ao reconhecimento da
costa, além de combater as visitas de embarcações de outras nacionalidades
(Expedições guarda-costas).
PRIMEIRAS
EXPEDIÇÕES
·
Expedição comandada por Gaspar de Lemos
(1501) explorou litoral e deu nome aos principais acidentes geográficos (ilhas,
cabos, rios, baías). Constatou a existência de pau-brasil ao longo do litoral;
·
Expedição comandada por Gonçalo Coelho
(1503) contrato assinado entre o rei de Portugal e um grupo de comerciantes
interessados na exploração do pau-brasil;
·
Expedição comandada por Cristóvão
Jacques (1516 e 1526): duas expedições para deter o contrabando de pau-brasil
feito por outros comerciantes europeus, como os franceses.
NAUFRAGOS,
TRAFICANTES E DEGREDADOS.
“Degredados – eram pessoas que eram
expulsas de sua pátria ou de sua terra de origem”.
A partir de 1525,
quando os europeus começaram a desembarcar com mais frequência no Brasil,
encontraram uma galeria de personagens enigmáticos. Eram homens brancos que
viviam entre os nativos: alguns sobrevivido ao naufrágio de seus navios. Muitos
haviam cometido algum crime em Portugal e foram condenados ao degredo no
Brasil. Vários estavam casados com as filhas dos principais chefes indígenas.
Conheciam os costumes, usos e trilhas, e intermediavam as negociações.
Este aspecto acaba
sendo uma ironia, pois as mesmas pessoas que eram condenadas como criminosas em
Portugal, ou mesmo, desertoras na colônia, acabaram sendo consideradas pessoas
importantes na colonização do Brasil. O próprio rei escrevia cartas exaltando
seus feitos. Naquela época isso era considerado uma honra.
Uma dessas figuras foi
Diogo Alvares, conhecido pelos nativos como Caramuru, que era português e
naufragou nos baixios do rio vermelho em 1509 ou 1510, na atual Salvador,
capital da Bahia.
Caramuru recebeu uma
carta de Dom João III, que lhe foi entregue por Tomé de Souza, primeiro
Governador Geral do Brasil, que foi, sem dúvida nenhuma, uma grande
demonstração de reconhecimento e respeito.
CANIBAIS
OU BONS SELVAGENS
A visão europeia dos
índios oscilava entre dois extremos parciais. Colombo e Pero Vaz de Caminha os
viram como belos e inocentes selvagens. Já Frei Vicente de Valverde, que
acompanhou a expedição do Império Inca, os considerava canibais ímpios e
selvagens, merecedores de mil mortes.
É certo que algumas
tribos indígenas eram canibais: entretanto o canibalismo que praticavam era
ritual, em geral um gesto de respeito a um bravo adversário ou venerável. O
principal rito católico, a comunhão ou eucaristia, no qual “simbolicamente” são
consumidos o corpo e o sangue de Cristo, é igualmente um ritual de canibalismo.
Uma das ironias do
descobrimento é o papel de boa parte da Igreja espanhola, especialmente das
ordens franciscanas e dominicanas, na defesa dos indígenas contra a exploração
excessiva por parte dos colonizadores. A Igreja da inquisição, a defensora dos
absurdos dogmas científicos, recorria em favor dos índios, pois “tinham alma e
eram iguais aos europeus”.
Se índios encontraram
defesa na Igreja, já os escravos africanos eram considerados exclusivamente
como mercadorias. O Frei Dominicano Bartolomeu de Lãs Casas, um dos mais
ardorosos defensores dos índios americanos, chegou a solicitar, numa carta ao
prior da ordem, que fosse apressado o envio de escravos negros á colônia, para
por fim às crueldades para com os índios. De fato, desde 1512 os índios eram
tratados como cidadãos espanhóis, ainda que com direitos restritos; o mesmo não
ocorria com os escravos negros, destituídos de quaisquer direitos.
REFERÊNCIAS
SOUZA,
Evandro José. SAYÃO, Thiago Juliano. História
do Brasil colonial. Indaial: Uniasselvi. 2011.
IMAGENS
Extração
pau-brasil: http://www.estudofacil.com.br/wp-content/uploads/2014/11/ciclo-do-pau-brasil-historia-da-expedicao-de-1503.jpg
Canais do Aula de História na Web 2.0
Canais do Retro Games BR
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