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terça-feira, 8 de novembro de 2016

O período Pré-colonial - Os Anos Esquecidos



O PERÍODO PRÉ-COLONIAL - OS ANOS ESQUECIDOS
O período pré-colonial “os anos esquecidos”. Este período vai d 1500, com o descobrimento até 1531, com a chegada da missão “civilizadora” de Martim Afonso de Souza.  Estes primeiros anos da história do Brasil, os portugueses demonstram pouco interesse pelo efetivo povoamento e colonização da colônia, preferindo investir no lucrativo comércio com o extremo oriente.
A principal atividade econômica, durante esses primeiros 30 anos foi a extração do pau-brasil, também conhecido como “pau-de-tinta”, em parceria com os nativos que, em troca recebiam “quinquilharias”.


A FALTA DE INTERESSE
Não foram encontrados em um primeiro momento, metais preciosos ou outros motivos que pudessem dar sentido a econômico para o povoamento e a colonização. O lucro a ser obtido com a exploração do pau-brasil seria menor que o comércio de produtos africanos e asiáticos.
Nesses anos iniciais a principal atividade foi a extração do pau-brasil, o trabalho coletivo, especialmente a derrubada de arvores, era uma tarefa comum na sociedade Tupinambá. Assim, o corte do pau-brasil podia integrar-se com relativa facilidade aos padrões tradicionais da vida indígena.
Por vários anos pensou-se que não passava de uma grande ilha. As atrações exóticas – índios, papagaios, araras, prevaleceram. O rei Dom Manuel preferia chama-la de Vera Cruz logo de Santa Cruz. O nome Brasil começou a aparecer em 1503.
Os esforços portugueses foram limitados ao envio de algumas expedições destinadas ao reconhecimento da costa, além de combater as visitas de embarcações de outras nacionalidades (Expedições guarda-costas).


PRIMEIRAS EXPEDIÇÕES
·         Expedição comandada por Gaspar de Lemos (1501) explorou litoral e deu nome aos principais acidentes geográficos (ilhas, cabos, rios, baías). Constatou a existência de pau-brasil ao longo do litoral;
·         Expedição comandada por Gonçalo Coelho (1503) contrato assinado entre o rei de Portugal e um grupo de comerciantes interessados na exploração do pau-brasil;
·         Expedição comandada por Cristóvão Jacques (1516 e 1526): duas expedições para deter o contrabando de pau-brasil feito por outros comerciantes europeus, como os franceses.

NAUFRAGOS, TRAFICANTES E DEGREDADOS.
“Degredados – eram pessoas que eram expulsas de sua pátria ou de sua terra de origem”.
A partir de 1525, quando os europeus começaram a desembarcar com mais frequência no Brasil, encontraram uma galeria de personagens enigmáticos. Eram homens brancos que viviam entre os nativos: alguns sobrevivido ao naufrágio de seus navios. Muitos haviam cometido algum crime em Portugal e foram condenados ao degredo no Brasil. Vários estavam casados com as filhas dos principais chefes indígenas. Conheciam os costumes, usos e trilhas, e intermediavam as negociações.

Este aspecto acaba sendo uma ironia, pois as mesmas pessoas que eram condenadas como criminosas em Portugal, ou mesmo, desertoras na colônia, acabaram sendo consideradas pessoas importantes na colonização do Brasil. O próprio rei escrevia cartas exaltando seus feitos. Naquela época isso era considerado uma honra.
Uma dessas figuras foi Diogo Alvares, conhecido pelos nativos como Caramuru, que era português e naufragou nos baixios do rio vermelho em 1509 ou 1510, na atual Salvador, capital da Bahia.
Caramuru recebeu uma carta de Dom João III, que lhe foi entregue por Tomé de Souza, primeiro Governador Geral do Brasil, que foi, sem dúvida nenhuma, uma grande demonstração de reconhecimento e respeito.

CANIBAIS OU BONS SELVAGENS
A visão europeia dos índios oscilava entre dois extremos parciais. Colombo e Pero Vaz de Caminha os viram como belos e inocentes selvagens. Já Frei Vicente de Valverde, que acompanhou a expedição do Império Inca, os considerava canibais ímpios e selvagens, merecedores de mil mortes.
É certo que algumas tribos indígenas eram canibais: entretanto o canibalismo que praticavam era ritual, em geral um gesto de respeito a um bravo adversário ou venerável. O principal rito católico, a comunhão ou eucaristia, no qual “simbolicamente” são consumidos o corpo e o sangue de Cristo, é igualmente um ritual de canibalismo.
Uma das ironias do descobrimento é o papel de boa parte da Igreja espanhola, especialmente das ordens franciscanas e dominicanas, na defesa dos indígenas contra a exploração excessiva por parte dos colonizadores. A Igreja da inquisição, a defensora dos absurdos dogmas científicos, recorria em favor dos índios, pois “tinham alma e eram iguais aos europeus”.
Se índios encontraram defesa na Igreja, já os escravos africanos eram considerados exclusivamente como mercadorias. O Frei Dominicano Bartolomeu de Lãs Casas, um dos mais ardorosos defensores dos índios americanos, chegou a solicitar, numa carta ao prior da ordem, que fosse apressado o envio de escravos negros á colônia, para por fim às crueldades para com os índios. De fato, desde 1512 os índios eram tratados como cidadãos espanhóis, ainda que com direitos restritos; o mesmo não ocorria com os escravos negros, destituídos de quaisquer direitos.

REFERÊNCIAS
SOUZA, Evandro José. SAYÃO, Thiago Juliano. História do Brasil colonial. Indaial: Uniasselvi. 2011.

IMAGENS

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