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terça-feira, 19 de julho de 2016

História da Capoeira



HISTÓRIA DA CAPOEIRA
ORIGENS


Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.  Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

Como expressão da revolta contra o tratamento violento a que eram submetidos, os escravos passaram a praticar a luta tradicional do sul de Angola nos terrenos de mata mais rala conhecidos como "capoeiras" (termo que vem do tupi kapu'era, que significa "mata que foi", se referindo aos trechos de mata que eram queimados ou cortados para abrir terreno para as plantações dos índios.

Existe, ainda uma segunda teoria, que diz, que a capoeira provêm de uma luta das tribos angolanas: “No século XVI, era costume dos povos pastores do sul da atual Angola, na África, comemorar a iniciação das jovens à vida adulta com uma cerimônia chamada n'golo (que significa "zebra" na língua quimbunda). Dentro da cerimônia, os homens disputavam uma competição de luta animada pelo toque de atabaques em que ganhava quem conseguisse encostar o pé na cabeça do adversário. O vencedor tinha o direito de escolher, sem ter de pagar o dote, uma noiva entre as jovens que estavam sendo iniciadas à vida adulta.

 O mato era sua moradia, pois era parecido com o da África. Essas fugas foram favorecendo cada vez mais a organização dos negros, que foram formando os quilombos, as cidades dos escravos. Se conseguissem chegar até lá seriam guerreiros e estariam com sua liberdade assegurada. Nesses Quilombos o negro podia cantar, dançar e continuar com seus costumes, o que antes não lhe era permitido por seus “senhores”. Também tinham que saber de suas tarefas, pois os caçadores de escravos sempre os atacavam, e para eles as armadilhas estavam sempre prontas.

ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO

O fim do regime escravocrata não significou a aceitação imediata da comunidade negra na vida social. Ao contrário, vários aspectos da cultura afro-brasileira sofreram violenta repressão, como a capoeira no Rio de Janeiro em todo o Brasil e principalmente no nordeste. Talvez o caso da capoeira seja o mais evidente: essa forma de rebeldia, que já havia sido utilizada como arma de luta em inúmeras fugas durante a escravidão, tornou-se um símbolo da resistência do negro à dominação. 


 Assim, o Governo Republicano, instaurado em 1889, deu continuidade a essa política e associou diretamente a capoeira à criminalidade, como consta do decreto 847 de 11 de outubro de 1890, com o título "Dos Vadios e Capoeiras": ARTIGO 402 - Fazer nas ruas ou praças públicas exercícios de destreza corporal conhecidos pela denominação de capoeiragem: pena de dois a seis meses de reclusão. PARÁGRAFO ÚNICO - É considerada circunstancia agravante pertencer o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes, ou cabeças, impor-se-á a pena em dobro. Na capital paulista, março de 1892, alguns "morcegos" (praças de uma polícia fardada da época ) maltrataram soldados do exército recentemente recrutados.

 A obrigatoriedade do regime assalariado de trabalho, os empresários passaram a dar preferência a imigrantes europeus e asiáticos em vez de contratar os ex-escravos, que passaram à condição de desempregados. A capoeira passou então a ser utilizada em brigas de rua. Formaram-se, então, as chamadas "maltas de capoeira", grupos de desordeiros que acrescentaram a navalha e a bengala aos movimentos da capoeira. As maltas eram contratadas por políticos para desorganizar e fraudar eleições. Os capoeiristas também eram contratados para servir de segurança de bares e boates.

Em 1907, surge a primeira tentativa de instituição de uma "ginástica brasileira" com o título "O Guia da Capoeira" cujo autor, um oficial do exército que julgou prudente não revelar o nome pelos preconceitos então existentes - ocultou-se sob as iniciais O.D.C.


PROIBIÇÃO

Em 1890 o presidente Deodoro da Fonseca assinou uma lei que proibia a prática da capoeira com severas punições a quem fosse pego. Este código só fez aumentar o ódio às perseguições dos chefes de polícia que tentavam a todo custo fazer valer a lei contra os capoeiristas. O motivo de tanta perseguição era o que a capoeira trás em toda a sua essência, a liberdade.          
. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que revogou a lei Sampaio Ferraz e a transformou em esporte nacional brasileiro. 

 Mestre Bimba criou a primeira escola de capoeira em 1932, a Academia-escola de Capoeira Regional, na cidade de Salvador, e é considerado o pai da capoeira moderna.
Com a criação do Decreto Federal 3 199/41, O presidente brasileiro Getúlio Vargas criou o departamento nacional de luta brasileira (capoeiragem), departamento este pertencente à confederação brasileira de pugilismo. Desde então, a capoeira passou a desfrutar do mesmo status de arte marcial de que gozavam lutas estrangeiras como o judô, o caratê, o boxe etc.




PROFISSIONALIZAÇÃO DO ENSINO DA CAPOEIRA

No início do século XX, o capoeirista Manuel Henrique Pereira tornou-se uma lenda em Santo Amaro da Purificação, no estado brasileiro da Bahia. Era chamado de Besouro Cordão de Ouro ou Besouro Mangangá. A aceitação da capoeira pela sociedade ocorreu devido ao trabalho de divulgação da capoeira realizado por Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba, ao longo do século XX. Mestre Bimba sistematizou o ensino de capoeira, criando uma versão mais dinâmica da luta e dando-lhe o nome de "luta regional baiana". Com o tempo, o nome foi simplificado para "regional", que ficou sendo o nome do estilo de capoeira criado por mestre Bimba. Ao contrário da capoeira convencional, que era praticada nas ruas, a capoeira regional de mestre Bimba era ensinada em academias, seguindo o modelo das artes marciais estrangeiras que penetravam o país nessa época, como o judô, o caratê, o kung-fu etc. Isso contribuiu para dar maior respeitabilidade à capoeira, que passou a contar com uma metodologia e um sistema de graduação dos alunos e professores.




Enquanto isso, a capoeira continuava a ser utilizada pelos malandros da cidade do Rio de Janeiro. Um dos mais famosos deles (e exímio capoeirista) era João Francisco dos Santos, conhecido como Madame Satã.


 Em pouco tempo a notoriedade da capoeira de Bimba demonstrou ser um incômodo aos capoeiristas tradicionais, que perdiam espaço e continuavam a ser malvistos. Esta situação desigual começou a mudar com a inauguração do Centro Esportivo de Capoeira Angola, em 1941, por mestre Pastinha. Localizado no Pelourinho, em Salvador, o centro atraía diversos capoeiristas que preferiam manter a capoeira em sua forma mais original possível. Em breve, a notoriedade do centro cunhou em definitivo o termo "capoeira angola" como nome do estilo tradicional de capoeira. O termo não era novo, sendo, já na época do império, a prática da capoeira apelidada, em alguns locais, de "brincar de angola" e diversos outros mestres que não seguiam a linha de Pastinha acabaram adotando-o


INSTRUMENTOS E TOQUES:


 O principal instrumento musical utilizado era e continua sendo o berimbau: um instrumento de origem africana, espécie de arco com arame tocado com uma vareta, cujos sons são amplificados dentro de uma cabaça (o fruto da cuieira ou coité, árvore da família das cucurbitáceas cujo nome científico é Crescentia cujete). Para tocar o berimbau, também são utilizados uma moeda e um chocalho, o caxixi (usado para marcar o ritmo do berimbau). Também costumam ser usados o atabaque e o pandeiro para acompanhar o ritmo do berimbau, formando os chamados "toques" ou ritmos da capoeira.

A capoeira apresenta diversos toques que são executados de acordo com a ocasião. Dentre eles é destacado:

Angola: É o toque de abertura, lento, onde o mestre da roda, aquele que toca o berimbau, inicia uma ladainha - saudação e os capoeiristas ficam esperando, ao pé do berimbau, a indicação para entrar na roda; o jogo de Angola é lento e rasteiro, servindo para os capoeiras mostrarem flexibilidade e malícia.
São Bento Pequeno: É o toque usado em demonstrações, onde os golpes são executados a poucos centímetros do alvo.
São Bento Grande: É o toque para jogo violento, onde se procura atingir o outro capoeirista, que deve estar muito atento e ter muita agilidade para não ser atingido. Amazonas: toque usado na chegada de um mestre visitante; é o hino da Capoeira.
Cavalaria: Esse toque antes fazia parte da comunicação entre o capoeira que estava de vigia e os que estavam jogando, indicando a chegada da polícia.
Iuna: É o toque que procura imitar o canto dessa ave; é usado para o jogo entre mestres de capoeira, ou então, no enterro de um deles.
Santa Maria: Toque fatalista, para jogo com navalha na mão ou no pé.
Benguela: É o mais lento toque de capoeira regional, usado para acalmar os ânimos dos jogadores quando o combate aperta.
Idalina: Toque para jogo de faca.
Barravento: Toque para jogo rápido, que exige grande velocidade de reação.

CANÇÕES

No caso das canções da capoeira, "paraná" se refere ao rio Paraná, que era o limite a partir do qual os escravos acreditavam que poderiam se julgar livres, pois não seriam mais perseguidos pelos capitães do mato. A palavra "paraná", deste modo, representava a liberdade tão sonhada pelos escravos.
As canções de capoeira são divididas em partes solistas e respostas do coro, formado por todos os demais capoeiristas presentes na roda. Dependendo do seu conteúdo, podem ser classificadas como ladainhas, chulas, corridos ou quadras.

A ladainha ou lamento é utilizada unicamente no início da roda de capoeira. É parte do longo grito "", seguido de uma narrativa solista cantada em tom solene. Geralmente, é cantada pelo capoeirista mais respeitado ou graduado da roda. Neste momento, não existe jogo, não se bate palmas e alguns instrumentos não são tocados. A narrativa é seguida pelas homenagens tradicionais feitas pelo solista (a Deus, ao seu mestre, a quem o ensinou e mais qualquer personagem importante ou fator relevante à capoeira, como a malandragem), respondidas intercaladamente pela louvação do coro e pelo início das palmas e dos instrumentos complementares. O jogo de capoeira somente pode iniciar após o fim da ladainha.
A chula é um canto em que a parte solista é muito mais longa do que a a resposta do coro. Enquanto o solista canta dez, doze, ou até mais versos, o coro responde com apenas dois ou quatro versos. A chula pode ser cantada em qualquer momento da roda. O corrido, forma musical mais comum da roda de capoeira, é um canto onde a parte solista e a resposta do coro são equivalentes, em alguns casos o número de versos do coro superando os versos solistas. Pode ser cantado em qualquer momento da roda e seus versos podem ser modificados e improvisados durante o jogo para refletir o que está acontecendo durante a roda, ou para passar algum aviso a um dos demais capoeiristas.
A quadra é composta de um mesmo verso repetido quatro vezes, seja três versos solistas e uma resposta do coro, seja a parte solista e a resposta intercaladas. Pode ser cantada em qualquer momento da roda. As canções de capoeira têm assuntos dos mais variados. Algumas canções são sobre histórias de capoeiristas famosos, outras podem falar do cotidiano da comunidade. Algumas canções comentam o que está acontecendo durante a roda de capoeira, outras divagam sobre a vida ou um amor perdido. Outras ainda são alegres e falam de coisas tolas, cantadas apenas por diversão. Basicamente não existem regras e alunos são encorajados a criar suas próprias canções.

Os capoeiristas mudam as canções frequentemente de acordo com o que ocorre na roda ou fora dela. Um bom exemplo é quando um capoeirista novato demonstra notável habilidade durante o jogo e o solista canta o verso "e o menino é bom", seguido pelo coro com o verso "bate palma pra ele". A letra da música é constantemente usada para passar mensagens para um dos capoeiristas, na maioria das vezes de maneira velada e sutil.


A RODA DE CAPOEIRA

O berimbau dá ritmo ao jogo, e cada um de seus toques tem uma finalidade. Existem muitos toques, e um bom instrumentista sabe em média vinte toques. Existem toques solenes, sem compromisso e para armas brancas. Os toques obedecem um ritmo de três ou quatro pancadas, com algumas exceções como o “toque de Iuna”, que é continuo. Além do berimbau, também fazem parte da bateria o pandeiro, o atabaque, o agogô e o reco-reco.


A roda de capoeira é uma figura geométrica fundamental, havendo nela, muito além de um significado esotérico apenas, um sentido pratico e funcional ou seja, além do fato de ser a roda um símbolo místico em si, existem aspectos eminentemente racionais no seu uso. Tanto na capoeira quanto em muitos outros rituais, o formato circular é utilizado, particularmente devido ao seu equilíbrio, deixando claro que, muitas vezes o sentido profundo está na simplicidade e nos fundamentos das formas.

A roda é, antes de qualquer outro aspecto mais profundo, uma maneira de harmonizar e equilibrar as formas e as energias presentes na capoeira, todos os presentes tem a mesma importância funcional (quer dizer não existe nenhum ponto na roda que seja privilegiado em termos de visão, de participação, por exemplo), além disso a disposição das pessoas na roda dão uma importante contribuição harmônica, a voz de todos tem uma participação igual, em termo de oportunidade, ficando claro que as diferenças são promovidas pelo volume ou timbre das vozes. Mas todos tem igual oportunidade de jogar sua voz na roda e com isso influenciar na energia que esteja no ar. Todos portanto, são igualmente importantes na roda de capoeira.

O BATIZADO

O batizado é uma roda de capoeira solene e festiva, onde alunos novos recebem sua primeira corda e demais alunos podem passar para graduações superiores. Em algumas ocasiões, podem-se ver formados e professores recebendo graduações avançadas, momento considerado honroso para o capoeirista. O batizado parte ao comando do capoeirista mais graduado do grupo, seja ele mestre, contramestre ou professor. Os alunos jogam com um capoeirista formado e devem tentar se defender. Normalmente, o jogo termina com a queda do aluno, momento em que é considerado batizado, mas o capoeirista formado pode julgar a queda desnecessária. No caso de alunos mais avançados, o jogo poderá ser com mais de um formado, ou até mesmo com todos os formados presentes, para as graduações avançadas.

O APELIDO

Tradicionalmente, o batizado seria o momento em que o capoeirista recebe ou oficializa seu apelido, ou nome de capoeira. A maioria dos capoeiristas passa a ser conhecida na comunidade mais pelos seus respectivos apelidos do que por seus próprios nomes. Apelidos podem surgir de inúmeros motivos, como uma característica física, uma particular habilidade ou dificuldade, uma ironia, a cidade de origem, entre outros.
O costume do apelido surgiu na época em que a capoeira era ilegal. Capoeiristas evitavam dizer seus nomes para evitar problemas com a polícia e se apresentavam a outros capoeiristas ou nas rodas pelos seus apelidos. Dessa forma, um capoeirista não poderia revelar os nomes dos seus companheiros à polícia, mesmo que fosse preso e torturado. Hoje em dia, o apelido continua uma forte tradição na capoeira, apesar de não ser mais necessário.




VESTUÁRIO

O vestuário do capoeirista para intervir em qualquer competição oficial, consiste em:

 a) calça branca, em helanca ou brim ou tecido similar, cuja bainha alcance o tornozelo, atada à cintura pelo cordel indicativo da classe a que pertence o atleta. É proibido o uso de calça de outra cor que não seja branca e bem assim o uso de cintos, bolsos, fivelas etc.;
b) o capoeirista vestirá camisa branca de malha, tendo estampado no peito o escudo de sua entidade;
c) nas competições individuais e por equipes, o atleta deve participar das lutas sem o cordel de classificação.

PRINCIPAIS GOLPES E MOVIMENTOS

Ginga: é o movimento básico da capoeira. Consiste num movimento repetitivo de colocar a mão direita para frente e a perna direita para trás, e em seguida fazer o mesmo com o lado esquerdo do corpo, sincronizando o movimento com o ritmo do berimbau. A partir deste movimento básico, se desferem todos os demais golpes da capoeira.

 Armada: é o chute com o lado externo do pé, em que o corpo dá um giro de 360 graus por trás.

 : É o movimento de deslocamento também conhecido como "estrela". Serve como esquiva contra golpes de rasteira.

O Aú Angola: é um Aú, mas este é apenas utilizado na Capoeira Angola. A diferença do Aú(acima) é o fato de se dobrarem os joelhos na execução do movimento.


Benção: Trata-se de um pontapé frontal, utilizado quer na Capoeira Regional quer na Capoeira Angola, que consiste num movimento de força que pode surpreender o oponente. Repare-se no movimento do joelho. O Capoeirista levanta a joelho, deixando o adversário sem a certeza se este irá fazer a Benção, o Martelo ou qualquer outro pontapé frontal com o mesmo tipo de movimento.

Ponteira: É muito parecido com a Benção, mas trata-se de fato de um movimento bem diferente, visto que é bem mais rápido e imprevisível. Na Ponteira, o capoeirista não levanta o joelho, mas levante logo a perna num movimento arqueado, apenas flecte um pouco a perna na subida de modo a atingir com maior impacto o peito ou estômago do oponente.

Cabeçada: golpe aplicado com a cabeça contra o adversário para desequilibrá-lo ou feri-lo.

Martelo: golpe com o peito do pé.

Meia-lua de compasso: é o chute com a canela, em que o corpo dá um giro de 360 graus por trás. Feita com ambas as mãos no chão e de costa voltada para o oponente.
 
 
Meia-lua de frente: igual à queixada, só que com a parte interna do pé.

Negativa:  É o movimento de esquiva em que o praticante se abaixa até ficar rente ao solo, com uma perna estendida e a outra flexionada

Queixada: Golpe circular com a parte externa do pé.

Rasteira: Golpe desequilibrante aplicado com o pé varrendo a perna de apoio do adversário.

Rabo de arraia: o lutador dá uma cambalhota no ar e golpeia o adversário com os calcanhares.

Tesoura: Envolve-se o adversário com as pernas e se movimenta-as em sentidos contrários, de modo a derrubar o adversário.

Voo do morcego: o lutador salta e golpea o adversário com os dois pés.
 
Chapa de Costas: O Chapa de Costas é um movimento de Capoeira Angola, consiste num pontapé, efetuado de costas para o adversário, normalmente de forma a atingir a cabeça ou o tronco do oponente.

Cocorinha: A Cocorinha é um método evasivo, nomeadamente consiste na forma de evitar pontapés circulares efetuados em curta distância. Neste movimento é necessário que a mão que toca no solo mantenha o equilíbrio, e, tal como em todos os movimentos e "jogo" capoeirista, é necessário manter sempre o contacto visual com o adversário.


Rolê: O Rolê trata-se de um meio de se movimentar na "Roda", tal como a Ginga e o Au.



GRADUAÇÃO

Devido à sua vastidão e à sua origem, a capoeira nunca teve unidade ou consenso. O sistema de graduação segue o mesmo caminho, nunca tendo existido um sistema padrão que fosse aceito pela maioria dos grandes mestres. Dessa forma, o sistema de graduação varia muito de grupo para grupo. A própria origem do sistema é recente, tendo partido com a Luta Regional Baiana de Mestre Bimba, na década de 1930. Bimba utilizava lenços de seda para diferenciar seus alunos entre aluno formado, aluno especializado e mestre. Alunos novos não possuíam graduação.

Atualmente, o sistema de graduação mais comum é o de cordas (também chamadas cordéis ou cordões) de diferentes colorações amarrados na cintura do jogador. Alguns grupos usam diferentes sistemas, ou até mesmo nenhum sistema. Existem várias entidades (Ligas, Federações e Confederações) que tentam organizar e unificar a graduação na capoeira. O sistema mais comum é o da Confederação Brasileira de Capoeira, que adota o sistema de graduação feito por cordas seguindo as cores da bandeira brasileira, de fora para dentro (iniciado na época em que a capoeira oficialmente era considerada parte da Federação Brasileira de Pugilismo).
Apesar de muito difundido com diversas variações, muitos grupos grandes e influentes utilizam cores diferentes ou mesmo graduações diferentes. A própria Confederação Brasileira de Capoeira não é amplamente aceita como representante principal da capoeira.

SISTEMAS DE GRADUAÇÃO
1) Confederação Brasileira de Capoeira Graduação básica adulta (a partir de 15 anos)
·                     Iniciante: sem corda ou cordão
·                     Batizado: verde
·                     Graduado: amarelo
·                     Avançado: azul
·                     Intermediário: verde e amarelo
·                     Adiantado: verde e azul
·                     Estagiário: amarelo e azul
Graduação avançada - Docente de capoeira
·                     Formado: verde, amarelo e azul - 5 anos de capoeira - idade mínima 18 anos
·                     Monitor: verde e branco - 7 anos de capoeira - idade mínima 20 anos
·                     Instrutor: amarelo e branco - 12 anos de capoeira - idade mínima 25 anos
·                     Contramestre: azul e branco - 17 anos de capoeira - idade mínima 30 anos
·                     Mestre: branco - 22 anos de capoeira - idade mínima 35 anos

2) Outro sistema
Sistema mais comumente usado por muitos grupos regularizados, porém não-filiados por opção à Confederação Brasileira de Capoeira por variadas razões. Este sistema utiliza as cores primárias e secundárias, sendo as misturas de cores nas cordas descritas como "Transformações", ou seja, simbolizando a saída de uma graduação e ingresso à outra seguinte.
·                     Iniciante: sem corda ou cordão
·                     Batizado: Crua (sem coloração)
·                     Graduado Iniciante: Crua e Amarela
·                     Graduado: Amarela
·                     Intermediário: Amarela e Laranja
·                     Adiantado: Laranja
·                     Estagiário: Laranja e azul
Graduação avançada - Docente de capoeira
·                     Formado: Azul - 5 anos de capoeira - idade mínima 18 anos
·                     Monitor Trainee: Azul e Verde - 7 anos de capoeira - idade mínima 18 anos
·                     Monitor: Verde - 7 anos de capoeira - idade mínima 20 anos
·                     Instrutor Trainee: Verde e Roxa - 12 anos de capoeira - idade mínima 23 anos
·                     Instrutor: Roxa - 12 anos de capoeira - idade mínima 25 anos
·                     Professor: Roxa e Marrom - 17 anos de capoeira - idade mínima 28 anos
·                     Contra-mestre: Marrom - 17 anos de capoeira - idade mínima 30 anos
·                     Mestrando: Marrom e Vermelha - 20 anos de capoeira - idade mínima 33 anos
·                     Mestre: Vermelha - 22 anos de capoeira - idade mínima 35 anos
·                     Grão-Mestre: Branca - 36 anos de capoeira e pelo menos 18 anos como mestre - idade mínima 55 anos.

Graduação infantil (até 14 anos) — idêntica à graduação básica, porém metade da corda possui a cor cinza. A graduação infantil restringe-se até a graduação de estagiário. Para que o aluno se gradue como docente de capoeira deve atingir a idade mínima de 18 anos. O tempo de cada graduação varia conforme sua importância. As cordas iniciais, como a verde e a amarela, podem ser conquistadas em menos de um ano; por outro lado, chegar às cordas avançadas, notadamente as de contramestre e mestre, pode levar anos, e exige-se profundo conhecimento da capoeira para serem conquistadas — esse conhecimento, no entanto, não quer dizer saltos ou acrobacias, mas conhecimento instrumental, teórico, prática de docência, qualidade de jogo, respeito, cursos de aperfeiçoamento e boa índole pessoal são alguns dos requisitos básicos para tais graduações.

TRÊS ESTILOS DA CAPOEIRA 

A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento.

O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a Capoeira Angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O Angola privilegiava os movimentos executados rente ao chão. Em 1941, Pastinha criou a primeira escola de capoeira legalizada pelo governo do estado brasileiro da Bahia: o centro esportivo de capoeira Angola, no largo do Pelourinho, em Salvador. Em 1966, fez parte da comitiva brasileira ao primeiro festival mundial de arte negra no Senegal. Tal fato motivou a letra da música Triste Bahia, do cantor brasileiro Caetano Veloso, lançada no disco Transa, de 1972. A letra dizia: "Pastinha já foi à África, pra mostrar capoeira do Brasil.

A duração do jogo de Angola é maior e ela conta com toques de ritmos mais lentos – como o São Bento Pequeno e o próprio toque de Angola o jogo acaba durando mais e, com isso, fica maior a chance de se evoluir no jogo, seja jogando alto, ou jogando baixo. Seu maior cultivador foi Vicente Ferreira Pastinha Mestre Pastinha (1989). 1981).


O jogo Regional, se caracteriza por ser jogado sob os toques da Capoeira Regional: São Bento Grande, Benguela, Iúna, segundo os princípios desenvolvidos pelo seu criador, Manoel dos Reis Machado – Mestre Bimba(1900 – 1974). Não basta ser rápido qualquer toque para que se transforme em regional o jogo. Tem regra, tem jogo específico para os toques específicos, tem fundamentos próprios. Jogo Regional pode ser de fora, como também pode ser de dentro. Pode ser alto ou baixo. Mas tem que ser marcado, sincronizado no toque do berimbau único que segura a roda e dá ritmo ao jogo. Não tem que disparar apressado que não possa mais cantar. Pode ser manhoso também. Regional tem força, garra, ritmo e muita ciência também. As tradições da roda e do jogo de capoeira foram mantidas, servindo para a aplicação das técnicas aprendidas em aula. A bateria, contudo, foi modificada, sendo composta por um único berimbau e dois pandeiros. Uma das maiores honras para um discípulo era a permissão para jogar iúna. O jogo de iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros. A única peculiaridade técnica do jogo de iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe pré-estabelecido no desenrolar do jogo. O jogo também destacava-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos, o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.

Já o terceiro tipo de capoeira é o Contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade. Notadamente mais acrobático, este estilo misto é visto por alguns como a evolução natural da capoeira, por outros como descaracterização ou até mesmo mal-interpretação das tradições capoeirísticas. Com o tempo, toda capoeira que não seguia as linhas da Regional ou da Angola, mesmo as amalgamadas com outras artes marciais, passou a se denominar "Contemporânea".




CURIOSIDADES E DATAS

·         Em 1932, fundação do Centro de Cultura Física e Capoeira Regional, do Mestre Bimba.
Em 1937, registro oficial do Centro de Cultura Física e Capoeira Regional.
Em 1942, foi feito um inquérito pela Divisão de Educação Física do Ministério da Marinha, consultando sobre os melhores elementos para a instalação de um método de ensino da Capoeira.
Em 23 de outubro de 1992 é fundada a Confederação Brasileira de Capoeira (CBC).
·         Em 2002, foi lançado o filme brasileiro Madame Satã, narrando a vida do famoso capoeirista.
·         A Roda de Capoeira foi registrada como bem cultural pelo IPHAN no ano de 2008, com base em inventário realizado nos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro, considerados berços desta expressão cultural.[2]
·         Em 2009, foi lançado o filme brasileiro Besouro, narrando a vida de Besouro Cordão de Ouro.
·         Em novembro de 2014, a Roda de Capoeira recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.[3]

·         Em 26 de novembro de 2014, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), declarou a roda de capoeira como sendo um patrimônio imaterial da humanidade. De acordo com a organização, a capoeira representa a luta e resistência dos negros brasileiros contra a escravidão durante os períodos colonial e imperial de nossa história.
·         É comemorado em 3 de agosto o Dia do Capoeirista.


NOS VIDEO GAMES

Richard Meyer "Maia" (Fatal Fury)


Richard Meyer (ou “Ricardo Maia”, a tradução oficial do nome) foi o primeiro personagem capoeirista nos games. E além disso, ele é o dono do Pão Pão Café, uma boate com temática brasileira.
Curiosamente, de acordo com a história do personagem, ele só entrou no torneio King of Fighters pra promover sua boate.

Eddy Gordo (Tekken)


Eddy é um dos personagens capoeiristas da série Tekken ara a captura de movimentos do personagem, a Namco contratou os serviços o Mestre Marcelo, um nome respeitado na capoeira.
 
Christie Monteiro (Tekken)


Não dá pra mencionar Eddy Gordo sem citar a Christie Monteiro. Christie substituiu Eddy como o personagem capoeirista no quarto jogo da série. É supostamente brasileira, mas é dublada pela americana Xanthe Smith.

Hitmontop (Pokémon)


Hitmontop Pokémon que gira como um pião e faz movimentos com os pés similares aos golpes de capoeira.

 
Referências e Fontes
orkestra - http://lh5.ggpht.com/-
F8nU0xuo7Bg/TjoEPatBknI/AAAAAAAAABs/R_O1ML58l6U/s400/orkestra.png
8 - https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Biard_Abolition_de_l'esclavage_1849.jpg´
Madame Satã - http://universoretro.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Madame-Sat%C3%A3-
foto-de-capa.jpg


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