HISTÓRIA DA CAPOEIRA
ORIGENS
Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a
necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão
dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas
e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos
pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.
Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta.
Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas,
adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial
disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e
física dos escravos brasileiros.
Como
expressão da revolta contra o tratamento violento a que eram submetidos, os
escravos passaram a praticar a luta tradicional do sul de Angola nos terrenos
de mata mais rala conhecidos como "capoeiras" (termo que vem do tupi kapu'era,
que significa "mata que foi", se referindo aos trechos de mata que
eram queimados ou cortados para abrir terreno para as plantações dos índios.
Existe,
ainda uma segunda teoria, que diz,
que a capoeira provêm de uma luta das tribos angolanas: “No século XVI, era costume dos povos pastores do sul da atual Angola,
na África, comemorar a iniciação das jovens à vida adulta com uma cerimônia
chamada n'golo (que significa
"zebra" na língua quimbunda). Dentro da cerimônia, os homens
disputavam uma competição de luta animada pelo toque de atabaques em que
ganhava quem conseguisse encostar o pé na cabeça do adversário. O vencedor
tinha o direito de escolher, sem ter de pagar o dote, uma noiva entre as jovens
que estavam sendo iniciadas à vida adulta. “
O mato
era sua moradia, pois era parecido com o da África. Essas fugas foram
favorecendo cada vez mais a organização dos negros, que foram formando os
quilombos, as cidades dos escravos. Se conseguissem chegar até lá seriam
guerreiros e estariam com sua liberdade assegurada. Nesses Quilombos o negro
podia cantar, dançar e continuar com seus costumes, o que antes não lhe era
permitido por seus “senhores”. Também tinham que saber de suas tarefas, pois os
caçadores de escravos sempre os atacavam, e para eles as armadilhas estavam
sempre prontas.
ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO
O fim do
regime escravocrata não significou a aceitação imediata da comunidade negra na
vida social. Ao contrário, vários aspectos da cultura afro-brasileira sofreram
violenta repressão, como a capoeira no Rio de Janeiro em todo o Brasil e
principalmente no nordeste. Talvez o caso da capoeira seja o mais evidente:
essa forma de rebeldia, que já havia sido utilizada como arma de luta em
inúmeras fugas durante a escravidão, tornou-se um símbolo da resistência do
negro à dominação.
Assim, o
Governo Republicano, instaurado em 1889, deu continuidade a essa política e
associou diretamente a capoeira à criminalidade, como consta do decreto 847
de 11 de outubro de 1890, com o título "Dos Vadios e Capoeiras": ARTIGO
402 - Fazer nas ruas ou praças públicas exercícios de destreza corporal
conhecidos pela denominação de capoeiragem: pena de dois a seis meses de
reclusão. PARÁGRAFO ÚNICO - É considerada circunstancia agravante
pertencer o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes, ou cabeças,
impor-se-á a pena em dobro. Na capital paulista, março de 1892, alguns
"morcegos" (praças de uma polícia fardada da época ) maltrataram
soldados do exército recentemente recrutados.
A obrigatoriedade do regime assalariado de
trabalho, os empresários passaram a dar preferência a imigrantes europeus e
asiáticos em vez de contratar os ex-escravos, que passaram à condição de desempregados.
A capoeira passou então a ser utilizada em brigas de rua. Formaram-se, então,
as chamadas "maltas de capoeira", grupos de desordeiros que
acrescentaram a navalha e a bengala aos movimentos da capoeira. As maltas eram
contratadas por políticos para desorganizar e fraudar eleições. Os capoeiristas
também eram contratados para servir de segurança de bares e boates.
Em 1907,
surge a primeira tentativa de instituição de uma "ginástica
brasileira" com o título "O Guia da Capoeira" cujo autor, um
oficial do exército que julgou prudente não revelar o nome pelos preconceitos
então existentes - ocultou-se sob as iniciais O.D.C.
PROIBIÇÃO
Em 1890 o
presidente Deodoro da Fonseca assinou uma lei que proibia a prática da capoeira
com severas punições a quem fosse pego. Este código só fez aumentar o ódio às
perseguições dos chefes de polícia que tentavam a todo custo fazer valer a lei
contra os capoeiristas. O motivo de tanta perseguição era o que a capoeira trás
em toda a sua essência, a
liberdade.
. A
polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta
luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a
luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta
arte que revogou a lei Sampaio Ferraz e a transformou em esporte
nacional brasileiro.
Mestre
Bimba criou a primeira escola de capoeira em 1932, a Academia-escola de
Capoeira Regional, na cidade de Salvador, e é considerado o pai da capoeira
moderna.
Com a
criação do Decreto Federal 3 199/41, O presidente brasileiro Getúlio Vargas
criou o departamento nacional de luta brasileira (capoeiragem), departamento
este pertencente à confederação brasileira de pugilismo. Desde então, a
capoeira passou a desfrutar do mesmo status de arte marcial de que
gozavam lutas estrangeiras como o judô, o caratê, o boxe etc.
PROFISSIONALIZAÇÃO DO ENSINO DA
CAPOEIRA
No início
do século XX, o capoeirista Manuel Henrique Pereira tornou-se uma lenda em Santo
Amaro da Purificação, no estado brasileiro da Bahia. Era chamado de Besouro Cordão de Ouro ou Besouro
Mangangá. A aceitação da capoeira pela sociedade ocorreu devido ao trabalho de
divulgação da capoeira realizado por Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba,
ao longo do século XX. Mestre Bimba sistematizou o ensino de capoeira, criando
uma versão mais dinâmica da luta e dando-lhe o nome de "luta regional
baiana". Com o tempo, o nome foi simplificado para "regional",
que ficou sendo o nome do estilo de capoeira criado por mestre Bimba. Ao
contrário da capoeira convencional, que era praticada nas ruas, a capoeira
regional de mestre Bimba era ensinada em academias, seguindo o modelo das artes
marciais estrangeiras que penetravam o país nessa época, como o judô, o caratê,
o kung-fu etc. Isso contribuiu para dar maior respeitabilidade à
capoeira, que passou a contar com uma metodologia e um sistema de graduação dos
alunos e professores.
Enquanto isso, a capoeira
continuava a ser utilizada pelos malandros da cidade do Rio de Janeiro. Um dos
mais famosos deles (e exímio capoeirista) era João Francisco dos Santos,
conhecido como Madame Satã.
Em pouco
tempo a notoriedade da capoeira de Bimba demonstrou ser um incômodo aos
capoeiristas tradicionais, que perdiam espaço e continuavam a ser malvistos.
Esta situação desigual começou a mudar com a inauguração do Centro Esportivo de
Capoeira Angola, em 1941, por mestre Pastinha. Localizado no Pelourinho, em
Salvador, o centro atraía diversos capoeiristas que preferiam manter a capoeira
em sua forma mais original possível. Em breve, a notoriedade do centro cunhou
em definitivo o termo "capoeira angola" como nome do estilo
tradicional de capoeira. O termo não era novo, sendo, já na época do império, a
prática da capoeira apelidada, em alguns locais, de "brincar de
angola" e diversos outros mestres que não seguiam a linha de Pastinha
acabaram adotando-o
INSTRUMENTOS E
TOQUES:
O
principal instrumento musical utilizado era e continua sendo o berimbau: um
instrumento de origem africana, espécie de arco com arame tocado com uma
vareta, cujos sons são amplificados dentro de uma cabaça (o fruto da cuieira ou
coité, árvore da família das cucurbitáceas cujo nome científico é Crescentia
cujete). Para tocar o berimbau, também são utilizados uma moeda e um
chocalho, o caxixi (usado para marcar o ritmo do berimbau). Também costumam ser
usados o atabaque e o pandeiro para acompanhar o ritmo do berimbau, formando os
chamados "toques" ou ritmos da capoeira.
A
capoeira apresenta diversos toques que são executados de acordo com a ocasião.
Dentre eles é destacado:
Angola: É o toque de abertura, lento, onde o mestre da roda, aquele que toca o berimbau, inicia uma ladainha - saudação e os capoeiristas ficam esperando, ao pé do berimbau, a indicação para entrar na roda; o jogo de Angola é lento e rasteiro, servindo para os capoeiras mostrarem flexibilidade e malícia.
São Bento
Pequeno: É o toque
usado em demonstrações, onde os golpes são executados a poucos centímetros do
alvo.
São Bento Grande: É o toque para jogo violento, onde se procura atingir o outro capoeirista, que deve estar muito atento e ter muita agilidade para não ser atingido. Amazonas: toque usado na chegada de um mestre visitante; é o hino da Capoeira.
São Bento Grande: É o toque para jogo violento, onde se procura atingir o outro capoeirista, que deve estar muito atento e ter muita agilidade para não ser atingido. Amazonas: toque usado na chegada de um mestre visitante; é o hino da Capoeira.
Cavalaria:
Esse
toque antes fazia parte da comunicação entre o capoeira que estava de vigia e
os que estavam jogando, indicando a chegada da polícia.
Iuna: É o toque que procura imitar o
canto dessa ave; é usado para o jogo entre mestres de capoeira, ou então, no
enterro de um deles.
Santa
Maria: Toque
fatalista, para jogo com navalha na mão ou no pé.
Benguela:
É o mais lento
toque de capoeira regional, usado para acalmar os ânimos dos jogadores quando o
combate aperta.
Idalina: Toque para jogo de faca.
Barravento: Toque para jogo rápido, que exige grande velocidade de reação.
Barravento: Toque para jogo rápido, que exige grande velocidade de reação.
CANÇÕES
No caso
das canções da capoeira, "paraná" se refere ao rio Paraná, que era o
limite a partir do qual os escravos acreditavam que poderiam se julgar livres,
pois não seriam mais perseguidos pelos capitães do mato. A palavra
"paraná", deste modo, representava a liberdade tão sonhada pelos escravos.
As
canções de capoeira são divididas em partes solistas e respostas do coro,
formado por todos os demais capoeiristas presentes na roda. Dependendo do seu
conteúdo, podem ser classificadas como ladainhas, chulas, corridos ou quadras.
A ladainha ou lamento é utilizada unicamente no início da roda de capoeira. É parte do longo grito "iê", seguido de uma narrativa
solista cantada em tom solene. Geralmente, é cantada pelo capoeirista mais
respeitado ou graduado da roda. Neste momento, não existe jogo, não se bate
palmas e alguns instrumentos não são tocados. A narrativa é seguida pelas
homenagens tradicionais feitas pelo solista (a Deus, ao seu mestre, a quem o
ensinou e mais qualquer personagem importante ou fator relevante à capoeira, como
a malandragem), respondidas intercaladamente pela louvação do coro e pelo
início das palmas e dos instrumentos complementares. O jogo de capoeira somente
pode iniciar após o fim da ladainha.
A chula é um canto em que a parte solista é muito mais longa do que
a a resposta do coro. Enquanto o solista canta dez, doze, ou até mais versos, o
coro responde com apenas dois ou quatro versos. A chula pode ser cantada em
qualquer momento da roda. O corrido, forma musical mais comum da roda de
capoeira, é um canto onde a parte solista e a resposta do coro são
equivalentes, em alguns casos o número de versos do coro superando os versos
solistas. Pode ser cantado em qualquer momento da roda e seus versos podem ser
modificados e improvisados durante o jogo para refletir o que está acontecendo
durante a roda, ou para passar algum aviso a um dos demais capoeiristas.
A quadra é composta de um mesmo verso repetido quatro vezes,
seja três versos solistas e uma resposta do coro, seja a parte solista e a
resposta intercaladas. Pode ser cantada em qualquer momento da roda. As canções
de capoeira têm assuntos dos mais variados. Algumas canções são sobre histórias
de capoeiristas famosos, outras podem falar do cotidiano da comunidade. Algumas
canções comentam o que está acontecendo durante a roda de capoeira, outras
divagam sobre a vida ou um amor perdido. Outras ainda são alegres e falam de
coisas tolas, cantadas apenas por diversão. Basicamente não existem regras e
alunos são encorajados a criar suas próprias canções.
Os
capoeiristas mudam as canções frequentemente de acordo com o que ocorre na roda
ou fora dela. Um bom exemplo é quando um capoeirista novato demonstra notável
habilidade durante o jogo e o solista canta o verso "e o menino é
bom", seguido pelo coro com o verso "bate palma pra ele". A
letra da música é constantemente usada para passar mensagens para um dos
capoeiristas, na maioria das vezes de maneira velada e sutil.
A RODA DE CAPOEIRA
O
berimbau dá ritmo ao jogo, e cada um de seus toques tem uma finalidade. Existem
muitos toques, e um bom instrumentista sabe em média vinte toques. Existem
toques solenes, sem compromisso e para armas brancas. Os toques obedecem um
ritmo de três ou quatro pancadas, com algumas exceções como o “toque de Iuna”, que é continuo. Além do
berimbau, também fazem parte da bateria o pandeiro, o atabaque, o agogô e o
reco-reco.
A roda de
capoeira é uma figura geométrica fundamental, havendo nela, muito além de um
significado esotérico apenas, um sentido pratico e funcional ou seja, além do
fato de ser a roda um símbolo místico em si, existem aspectos eminentemente
racionais no seu uso. Tanto na capoeira quanto em muitos outros rituais, o
formato circular é utilizado, particularmente devido ao seu equilíbrio,
deixando claro que, muitas vezes o sentido profundo está na simplicidade e nos
fundamentos das formas.
A roda é,
antes de qualquer outro aspecto mais profundo, uma maneira de harmonizar e
equilibrar as formas e as energias presentes na capoeira, todos os presentes
tem a mesma importância funcional (quer dizer não existe nenhum ponto na roda
que seja privilegiado em termos de visão, de participação, por exemplo), além
disso a disposição das pessoas na roda dão uma importante contribuição
harmônica, a voz de todos tem uma participação igual, em termo de oportunidade,
ficando claro que as diferenças são promovidas pelo volume ou timbre das vozes.
Mas todos tem igual oportunidade de jogar sua voz na roda e com isso
influenciar na energia que esteja no ar. Todos portanto, são igualmente
importantes na roda de capoeira.
O BATIZADO
O
batizado é uma roda de capoeira solene e festiva, onde alunos novos recebem sua
primeira corda e demais alunos podem passar para graduações superiores. Em
algumas ocasiões, podem-se ver formados e professores recebendo graduações
avançadas, momento considerado honroso para o capoeirista. O batizado parte ao
comando do capoeirista mais graduado do grupo, seja ele mestre, contramestre ou
professor. Os alunos jogam com um capoeirista formado e devem tentar se
defender. Normalmente, o jogo termina com a queda do aluno, momento em que é
considerado batizado, mas o capoeirista formado pode julgar a queda
desnecessária. No caso de alunos mais avançados, o jogo poderá ser com mais de
um formado, ou até mesmo com todos os formados presentes, para as graduações
avançadas.
O APELIDO
Tradicionalmente,
o batizado seria o momento em que o capoeirista recebe ou oficializa seu
apelido, ou nome de capoeira. A maioria dos capoeiristas passa a ser conhecida
na comunidade mais pelos seus respectivos apelidos do que por seus próprios
nomes. Apelidos podem surgir de inúmeros motivos, como uma característica
física, uma particular habilidade ou dificuldade, uma ironia, a cidade de
origem, entre outros.
O costume
do apelido surgiu na época em que a capoeira era ilegal. Capoeiristas evitavam
dizer seus nomes para evitar problemas com a polícia e se apresentavam a outros
capoeiristas ou nas rodas pelos seus apelidos. Dessa forma, um capoeirista não
poderia revelar os nomes dos seus companheiros à polícia, mesmo que fosse preso
e torturado. Hoje em dia, o apelido continua uma forte tradição na capoeira,
apesar de não ser mais necessário.
VESTUÁRIO
O vestuário do capoeirista para intervir em qualquer competição oficial, consiste em:
a) calça branca, em helanca ou brim
ou tecido similar, cuja bainha alcance o tornozelo, atada à cintura pelo cordel
indicativo da classe a que pertence o atleta. É proibido o uso de calça de
outra cor que não seja branca e bem assim o uso de cintos, bolsos, fivelas
etc.;
b) o capoeirista vestirá camisa branca de malha, tendo estampado no peito o escudo de sua entidade;
c) nas competições individuais e por equipes, o atleta deve participar das lutas sem o cordel de classificação.
b) o capoeirista vestirá camisa branca de malha, tendo estampado no peito o escudo de sua entidade;
c) nas competições individuais e por equipes, o atleta deve participar das lutas sem o cordel de classificação.
PRINCIPAIS
GOLPES E MOVIMENTOS
Ginga: é o movimento
básico da capoeira. Consiste num movimento repetitivo de colocar a mão direita
para frente e a perna direita para trás, e em seguida fazer o mesmo com o lado
esquerdo do corpo, sincronizando o movimento com o ritmo do berimbau. A partir
deste movimento básico, se desferem todos os demais golpes da capoeira.
Armada: é o chute com
o lado externo do pé, em que o corpo dá um giro de 360 graus por trás.
Aú: É o movimento
de deslocamento também conhecido como "estrela". Serve como esquiva
contra golpes de rasteira.
O Aú Angola: é um Aú, mas
este é apenas utilizado na Capoeira Angola. A diferença do Aú(acima) é o fato
de se dobrarem os joelhos na execução do movimento.
Benção: Trata-se de um
pontapé frontal, utilizado quer na Capoeira Regional quer na Capoeira Angola,
que consiste num movimento de força que pode surpreender o oponente. Repare-se
no movimento do joelho. O Capoeirista levanta a joelho, deixando o adversário
sem a certeza se este irá fazer a Benção, o Martelo ou qualquer outro pontapé
frontal com o mesmo tipo de movimento.
Ponteira: É muito
parecido com a Benção, mas trata-se de fato de um movimento bem diferente,
visto que é bem mais rápido e imprevisível. Na Ponteira, o capoeirista não
levanta o joelho, mas levante logo a perna num movimento arqueado, apenas
flecte um pouco a perna na subida de modo a atingir com maior impacto o peito
ou estômago do oponente.
Cabeçada: golpe aplicado
com a cabeça contra o adversário para desequilibrá-lo ou feri-lo.
Martelo: golpe com o
peito do pé.
Meia-lua de
compasso:
é o chute com a canela, em que o corpo dá um giro de 360 graus por trás. Feita
com ambas as mãos no chão e de costa voltada para o oponente.
Meia-lua de
frente:
igual à queixada, só que com a parte interna do pé.
Negativa: É o movimento de esquiva em que o praticante
se abaixa até ficar rente ao solo, com uma perna estendida e a outra flexionada
Queixada: Golpe circular
com a parte externa do pé.
Rasteira: Golpe desequilibrante
aplicado com o pé varrendo a perna de apoio do adversário.
Rabo de arraia: o lutador dá
uma cambalhota no ar e golpeia o adversário com os calcanhares.
Tesoura: Envolve-se o
adversário com as pernas e se movimenta-as em sentidos contrários, de modo a
derrubar o adversário.
Voo do morcego: o lutador
salta e golpea o adversário com os dois pés.
Chapa de Costas: O Chapa de
Costas é um movimento de Capoeira Angola, consiste num pontapé, efetuado de
costas para o adversário, normalmente de forma a atingir a cabeça ou o tronco
do oponente.
Cocorinha: A Cocorinha é
um método evasivo, nomeadamente consiste na forma de evitar pontapés circulares
efetuados em curta distância. Neste movimento é necessário que a mão que toca
no solo mantenha o equilíbrio, e, tal como em todos os movimentos e "jogo"
capoeirista, é necessário manter sempre o contacto visual com o adversário.
Rolê: O Rolê
trata-se de um meio de se movimentar na "Roda", tal como a Ginga e o
Au.
GRADUAÇÃO
Devido à
sua vastidão e à sua origem, a capoeira nunca teve unidade ou consenso. O
sistema de graduação segue o mesmo caminho, nunca tendo existido um sistema
padrão que fosse aceito pela maioria dos grandes mestres. Dessa forma, o
sistema de graduação varia muito de grupo para grupo. A própria origem do
sistema é recente, tendo partido com a Luta Regional Baiana de Mestre Bimba, na
década de 1930. Bimba utilizava lenços de seda para diferenciar seus alunos
entre aluno formado, aluno especializado e mestre. Alunos novos não possuíam
graduação.
Atualmente,
o sistema de graduação mais comum é o de cordas (também chamadas cordéis ou
cordões) de diferentes colorações amarrados na cintura do jogador. Alguns
grupos usam diferentes sistemas, ou até mesmo nenhum sistema. Existem várias
entidades (Ligas, Federações e Confederações) que tentam organizar e unificar a
graduação na capoeira. O sistema mais comum é o da Confederação Brasileira de
Capoeira, que adota o sistema de graduação feito por cordas seguindo as cores
da bandeira brasileira, de fora para dentro (iniciado na época em que a
capoeira oficialmente era considerada parte da Federação Brasileira de
Pugilismo).
Apesar de
muito difundido com diversas variações, muitos grupos grandes e influentes
utilizam cores diferentes ou mesmo graduações diferentes. A própria
Confederação Brasileira de Capoeira não é amplamente aceita como representante
principal da capoeira.
SISTEMAS
DE GRADUAÇÃO
1) Confederação Brasileira de Capoeira Graduação básica adulta (a partir
de 15 anos)
·
Iniciante:
sem corda ou cordão
·
Batizado:
verde
·
Graduado:
amarelo
·
Avançado:
azul
·
Intermediário:
verde e amarelo
·
Adiantado:
verde e azul
·
Estagiário:
amarelo e azul
Graduação
avançada - Docente de capoeira
·
Formado:
verde, amarelo e azul - 5 anos de capoeira - idade mínima 18 anos
·
Monitor:
verde e branco - 7 anos de capoeira - idade mínima 20 anos
·
Instrutor:
amarelo e branco - 12 anos de capoeira - idade mínima 25 anos
·
Contramestre:
azul e branco - 17 anos de capoeira - idade mínima 30 anos
·
Mestre:
branco - 22 anos de capoeira - idade mínima 35 anos
2) Outro sistema
Sistema
mais comumente usado por muitos grupos regularizados, porém não-filiados por
opção à Confederação Brasileira de Capoeira por variadas razões. Este sistema
utiliza as cores primárias e secundárias, sendo as misturas de cores nas cordas
descritas como "Transformações", ou seja, simbolizando a saída de uma
graduação e ingresso à outra seguinte.
·
Iniciante:
sem corda ou cordão
·
Batizado:
Crua (sem coloração)
·
Graduado
Iniciante: Crua e Amarela
·
Graduado:
Amarela
·
Intermediário:
Amarela e Laranja
·
Adiantado:
Laranja
·
Estagiário:
Laranja e azul
Graduação
avançada - Docente de capoeira
·
Formado:
Azul - 5 anos de capoeira - idade mínima 18 anos
·
Monitor
Trainee: Azul e Verde - 7 anos de capoeira - idade mínima 18 anos
·
Monitor:
Verde - 7 anos de capoeira - idade mínima 20 anos
·
Instrutor
Trainee: Verde e Roxa - 12 anos de capoeira - idade mínima 23 anos
·
Instrutor:
Roxa - 12 anos de capoeira - idade mínima 25 anos
·
Professor:
Roxa e Marrom - 17 anos de capoeira - idade mínima 28 anos
·
Contra-mestre:
Marrom - 17 anos de capoeira - idade mínima 30 anos
·
Mestrando:
Marrom e Vermelha - 20 anos de capoeira - idade mínima 33 anos
·
Mestre:
Vermelha - 22 anos de capoeira - idade mínima 35 anos
·
Grão-Mestre:
Branca - 36 anos de capoeira e pelo menos 18 anos como mestre - idade mínima 55
anos.
Graduação infantil (até 14 anos) — idêntica à
graduação básica, porém metade da corda possui a cor cinza. A graduação
infantil restringe-se até a graduação de estagiário. Para que o aluno se gradue
como docente de capoeira deve atingir a idade mínima de 18 anos. O tempo de
cada graduação varia conforme sua importância. As cordas iniciais, como a verde
e a amarela, podem ser conquistadas em menos de um ano; por outro lado, chegar
às cordas avançadas, notadamente as de contramestre e mestre, pode levar anos, e
exige-se profundo conhecimento da capoeira para serem conquistadas — esse
conhecimento, no entanto, não quer dizer saltos ou acrobacias, mas conhecimento
instrumental, teórico, prática de docência, qualidade de jogo, respeito, cursos
de aperfeiçoamento e boa índole pessoal são alguns dos requisitos básicos para
tais graduações.
TRÊS ESTILOS DA CAPOEIRA
A capoeira possui três estilos que se diferenciam
nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento.
O estilo mais antigo, criado na época da escravidão,
é a Capoeira
Angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical
lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O Angola
privilegiava os movimentos executados rente ao chão. Em 1941, Pastinha criou a
primeira escola de capoeira legalizada pelo governo do estado brasileiro da
Bahia: o centro esportivo de capoeira Angola, no largo do Pelourinho, em
Salvador. Em 1966, fez parte da comitiva brasileira ao primeiro festival
mundial de arte negra no Senegal. Tal fato motivou a letra da música Triste
Bahia, do cantor brasileiro Caetano Veloso, lançada no disco Transa, de 1972. A
letra dizia: "Pastinha já foi à África, pra mostrar capoeira do Brasil.
A duração do jogo de Angola é maior e ela conta com
toques de ritmos mais lentos – como o São Bento Pequeno e o próprio toque de
Angola o jogo acaba durando mais e, com isso, fica maior a chance de se evoluir
no jogo, seja jogando alto, ou jogando baixo. Seu maior cultivador foi Vicente
Ferreira Pastinha Mestre Pastinha (1989). 1981).
O jogo Regional, se caracteriza por ser
jogado sob os toques da Capoeira Regional: São Bento Grande, Benguela, Iúna,
segundo os princípios desenvolvidos pelo seu criador, Manoel dos Reis Machado –
Mestre Bimba(1900 – 1974). Não basta ser rápido qualquer toque para que se
transforme em regional o jogo. Tem regra, tem jogo específico para os toques
específicos, tem fundamentos próprios. Jogo Regional pode ser de fora, como
também pode ser de dentro. Pode ser alto ou baixo. Mas tem que ser marcado,
sincronizado no toque do berimbau único que segura a roda e dá ritmo ao jogo.
Não tem que disparar apressado que não possa mais cantar. Pode ser manhoso
também. Regional tem força, garra, ritmo e muita ciência também. As tradições
da roda e do jogo de capoeira foram mantidas, servindo para a aplicação das
técnicas aprendidas em aula. A bateria, contudo, foi modificada, sendo composta
por um único berimbau e dois pandeiros. Uma das maiores honras para um
discípulo era a permissão para jogar iúna. O jogo de iúna tinha a função
simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos
calouros. A única peculiaridade técnica do jogo de iúna em relação aos jogos
realizados em outros momentos da roda de capoeira era a obrigatoriedade da
aplicação de um golpe pré-estabelecido no desenrolar do jogo. O jogo também
destacava-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de
iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros
instrumentos, o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos
os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.
Já o
terceiro tipo de capoeira é o Contemporâneo, que une um pouco dos
dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na
atualidade. Notadamente mais acrobático, este estilo misto é visto por alguns
como a evolução natural da capoeira, por outros como descaracterização
ou até mesmo mal-interpretação das tradições capoeirísticas. Com o tempo, toda
capoeira que não seguia as linhas da Regional ou da Angola, mesmo as
amalgamadas com outras artes marciais, passou a se denominar
"Contemporânea".
CURIOSIDADES E
DATAS
·
Em 1932,
fundação do Centro de Cultura Física e Capoeira Regional, do Mestre Bimba.
Em 1937, registro oficial do Centro de Cultura Física e Capoeira Regional.
Em 1942, foi feito um inquérito pela Divisão de Educação Física do Ministério da Marinha, consultando sobre os melhores elementos para a instalação de um método de ensino da Capoeira.
Em 23 de outubro de 1992 é fundada a Confederação Brasileira de Capoeira (CBC).
Em 1937, registro oficial do Centro de Cultura Física e Capoeira Regional.
Em 1942, foi feito um inquérito pela Divisão de Educação Física do Ministério da Marinha, consultando sobre os melhores elementos para a instalação de um método de ensino da Capoeira.
Em 23 de outubro de 1992 é fundada a Confederação Brasileira de Capoeira (CBC).
·
Em 2002,
foi lançado o filme brasileiro Madame Satã, narrando a vida do famoso
capoeirista.
·
A Roda de
Capoeira foi registrada como bem cultural pelo IPHAN no ano de 2008, com base em inventário
realizado nos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio
de Janeiro,
considerados berços desta expressão cultural.[2]
·
Em 2009,
foi lançado o filme brasileiro Besouro, narrando a vida de Besouro Cordão de
Ouro.
·
Em
novembro de 2014, a Roda de Capoeira recebeu o
título de Patrimônio Cultural Imaterial da
Humanidade pela UNESCO.[3]
·
Em 26 de
novembro de 2014, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura), declarou a roda de capoeira como sendo um patrimônio
imaterial da humanidade. De acordo com a organização, a capoeira representa a
luta e resistência dos negros brasileiros contra a escravidão durante os
períodos colonial e imperial de nossa história.
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É
comemorado em 3 de agosto o Dia do Capoeirista.
NOS
VIDEO GAMES
Richard Meyer "Maia" (Fatal Fury)
Richard
Meyer (ou “Ricardo Maia”, a tradução oficial do nome) foi o primeiro personagem
capoeirista nos games. E além disso, ele é o dono do Pão Pão Café, uma boate com temática
brasileira.
Curiosamente,
de acordo com a história do personagem, ele só entrou no torneio King of
Fighters pra promover sua boate.
Eddy Gordo (Tekken)
Eddy é um
dos personagens capoeiristas da série Tekken ara a captura de movimentos
do personagem, a Namco contratou os serviços o Mestre Marcelo, um nome
respeitado na capoeira.
Christie
Monteiro (Tekken)
Não dá
pra mencionar Eddy Gordo sem citar a Christie Monteiro. Christie substituiu
Eddy como o personagem capoeirista no quarto jogo da série. É supostamente
brasileira, mas é dublada pela americana Xanthe Smith.
Hitmontop
(Pokémon)
Hitmontop
Pokémon que gira como um pião e faz movimentos com os pés similares aos golpes
de capoeira.
Referências e Fontes
Meia-lua
de compasso - http://4gutz.com/capoeira/Movimentos_files/meialuadecompasso.gif
orkestra
- http://lh5.ggpht.com/-
F8nU0xuo7Bg/TjoEPatBknI/AAAAAAAAABs/R_O1ML58l6U/s400/orkestra.png
8
-
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Biard_Abolition_de_l'esclavage_1849.jpg´
Madame
Satã - http://universoretro.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Madame-Sat%C3%A3-
foto-de-capa.jpg
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