AS
REFORMAS POMBALINAS E A NOVA CAPITAL
REFORMAS POMBALINAS
A transferência da
capital do Brasil, de Salvador para o Rio de Janeiro, foi uma decisão
estratégico-militar tomada pelo secretário de Estado, o marquês de Pombal, Sebastião
José de Carvalho e Melo, em 1763. Valendo-se dos conhecimentos adquiridos em
Londres, o Marquês de Pombal implementou satisfatoriamente medidas e reformas a
fim de reproduzir, ao menos parcialmente, o sucesso da economia inglesa em
terras lusitanas. Durante seu mandato, entre os anos de 1750 a 1777, o reino de
Portugal foi um claro exemplo de política do tipo despótico esclarecido, forma
de governo que mesclava a monarquia absolutista com o racionalismo iluminista.
O marquês de Pombal, ao
formar o gabinete de Dom José I, em 1750, procurou reforçar o Estado. Na
colônia, o período pombalino caracterizou-se por grande opressão típica do
mercantilismo, mas também por uma preocupação com realizações administrativas.
Portugal era, em 1750,
um país atrasado em relação à Inglaterra e à França. Mesmo assim, Pombal tinha
como objetivo manter as possessões coloniais portuguesas e limitar a presença
inglesa no Brasil. Dentre as reformas administrativas do marquês de Pombal
foram criadas as seguintes companhias:
·
Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará
e Maranhão – 1755;
·
Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba
– 1759.
A primeira tinha por
objetivo desenvolver a região Norte, oferecendo preços atraentes para
mercadorias aí produzidas e consumidas na Europa. Introduziu, também, escravos
negros. A segunda companhia buscou reativar o Nordeste dentro da mesma linha de
atuação.
Apesar das tentativas
de reerguer o império português, Pombal teve dificuldades para gerenciar a
crise econômica causada pela queda do preço do açúcar. Dentre as políticas pombalinas
a mais polêmica foi a expulsão dos jesuítas de Portugal e de suas colônias.
Pombal tinha planos de integrar os índios à civilização portuguesa. Foi criado
um imposto especial, o subsídio literário – para sustentar o ensino promovido
pelo Estado. Pombal reformou o ensino em Portugal e no Brasil, retirando dos
jesuítas o direito de ensinar, que passou a ser responsabilidade do Estado.
A centralização
política foi uma das principais ações da administração Pombalina. Se em
Portugal as ordens partiam de Lisboa, no Brasil as ações deveriam ser
gerenciadas do Rio de Janeiro. Neste sentido a nova capital do império passou a
desfrutar de uma hegemonia política e econômica. O mercado, por sua vez, passou
a ser influenciado por uma camada social de profissionais liberais ligados ao
comércio.
O ESPÍRITO CIENTÍFICO E
ARTÍSTICO
Entre as significativas
alterações no panorama urbano do Rio de janeiro podemos destacara presença de
órgãos de imprensa oficial (Gazeta do Rio de Janeiro e Idade de Ouro do
Brasil); o Real Teatro de São João; além de bibliotecas, museus e academias.
Fundaram-se escolas: de medicina, de guerra, de comércio entre outros.
Este intenso movimento
cultural estimulou os estudos científicos sobre a fauna e flora brasileira.
Naturalistas estrangeiros tiveram permissão de estudar a parte lusa do Novo
Continente. Estes estudiosos realizaram um verdadeiro trabalho de mapeamento da
vegetação, dos animais, da geografia e das diferentes etnias da colônia.
A partir do século XIX
o governo de D. João promoveu a vinda de cientistas e artistas europeus. Os
naturalistas estrangeiros buscaram registrar as espécies de animais e vegetais
das florestas brasileiras, assim como mapear, através da pintura e do desenho,
as paisagens do campo e da cidade.
Naqueles decênios em
que não existia a fotografia, não havia outro meio para fixar as plantas, os
animais e as paisagens senão por desenho ou pintura. Por esse motivo, os
naturalistas geralmente eram exímios desenhistas ou se faziam acompanhar por
desenhistas e pintores.
Contudo estas
representações estrangeiras do Rio de Janeiro e outras regiões brasileiras,
estão repletas de preconceitos sobre a população, costumes e a estrutura urbana
colonial. O Brasil era visto como um arcaico e atrasado.
HÁBITOS DA CORTE
As ruas da cidade se
tornaram palco para a encenação pública dos hábitos corteses. Carruagens e
vestimentas luxuosas contrastavam com as ruas sujas e estritas de uma cidade
povoada por uma maioria afrodescendente.
Através dos ingleses
chegou o gosto pelas residências em casas isoladas, bem divididas e mais
higiênicas, por produtos superiores em qualidade: cristais e vidros, louças e
porcelanas, panelas de ferro. Vieram também o refinamento dos modos de comer,
com o uso do garfo e faca e utilização de novos remédios.
Quem ditava a moda no
Rio de Janeiro era a França. Ter “bom gosto” naquela época era ter sua casa
decorada com papéis de parede franceses e móveis ingleses. As mulheres deveriam
saber se portar em público, saber ler e escrever. Não tardou para a classe média
urbana começar a imitar os hábitos da corte.
A FORMAÇÃO DE UMA
CLASSE MÉDIA
Até então esta
sociedade estava dividida entre uma aristocracia rural, que detinha grandes
propriedades, uma camada intermediária de trabalhadores livres (agricultores,
artesãos, mercadores) e escravos. Contudo, nos tempos de mineração, houve um
desenvolvimento comercial e de prestação de serviços que fez crescer uma camada
média urbana, formada por funcionários públicos, militares, artesãos,
profissionais liberais, literatos e comerciantes.
Os comerciantes das
cidades investiam em inúmeros negócios: em secos emolhados, em companhias de
seguros, no sistema postal e em empresas educacionais, outros, ainda, se
tornaram banqueiros.
Os imigrantes foram os
principais atores desta diversificação sociocultural. Eram alfaiates, carapinas
(marceneiros de marinha), prateiros, sapateiros. As mulheres dividiam-se entre
bordadeiras, costureiras, chapeleiras e fabricantes de penas.
Entretanto, o
desenvolvimento urbano e cultural contrastava com as diferenças sociais entre
livres e escravos, ricos e pobres.
REFERÊNCIAS
SOUZA,
Evandro José. SAYÃO, Thiago Juliano. História
do Brasil colonial. Indaial: Uniasselvi. 2011.
IMAGENS
Canais do Aula de História na Web 2.0
Canais do Retro Games BR
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