O
PROCESSO DA INDEPENDÊNCIA
DATA OFICIAL
O ato da proclamação da
independência do Brasil surge como um acordo entre a elite nacional e o
monarca.
Mesmo a data de
independência do Brasil pode variar. Apesar de Dom Pedro I ter anunciado a
independência em 07 de setembro de 1822, os baianos tinha o dia 02 de
julho de 1823, como data da libertação do Brasil, quando as tropas
portuguesas, lideradas por Madeira de Melo, foram derrotadas pelas forças
brasileiras financiadas pelos senhores de engenho e comandadas por Lorde
Cochrane. Portugal, por sua vez, só
reconheceu formalmente a independência do Brasil em agosto de 1825, quando o governo brasileiro indenizou a antiga
metrópole, na época, foram pagos 2
milhões de libras, sendo este o primeiro episódio da “nova dependência” a dívida externa brasileira.
A REVOLUÇÃO NO NORDESTE
No decorrer do século
XVIII houve um crescimento econômico na região sudeste. A mineração transformou
a capitania de Minas e a do Rio de Janeiro, por outro lado a antiga região
produtora de cana-de-açúcar passou por uma grave crise financeira. A população
teve que pagar pesados impostos: para sustentar os altos gastos da corte e para
financiar as campanhas militares do império português.
A falta de aves no
mercado foi apenas uma das consequências do alto consumo do séquito de nobres e
da família real no Brasil, a população teve que pagar impostos elevados, não só
para saldar os gastos diários da corte, mas também as obras de infraestrutura
do novo reino.
A corte no Rio de
Janeiro era mal vista, os impostos criados em 1812 e o agravamento da situação
social, com a seca de 1816, favoreciam a difusão do liberalismo. O movimento “antilusitano”
ocorrido em Pernambuco também contou com o poio da maçonaria.
Liberalismo: pode ser resumido como
o postulado do livre uso, por cada indivíduo ou membro de uma sociedade, de sua
propriedade. Princípio fundamental da constituição da burguesia: todos são
iguais perante a lei, uma segunda ideia propõe o bem comum segundo a qual
organização social baseada na propriedade e na liberdade serve o bem de todos.
Não havendo antagonismo entre classes sociais, a ação pode ser orientada
simplesmente pela razão. Esse é o
cerne da proposição ideológica, que visa à dominação
consentida dos trabalhadores, através de identificar os interesses das classes dominantes como o interesse da
sociedade como um todo – a nação.
Nesse sentido, os
fatores que desencadearam a revolução de 1817 já vinham se formando desde a
conspiração de 1801 (a dos Suassunas).
A crise econômica e o descontentamento social. A combinação de dois fatores
econômicos foi decisiva para a mobilização da aristocracia rural: a queda do preço do açúcar e do algodão
no mercado internacional e a alta no
preço dos escravos.
A revolução de
Pernambuco, que estourou em março de 1817, uniu diferentes camadas sociais
(militares, proprietários rurais, juízes, artesãos, comerciantes e sacerdotes)
o sentido de “antilusitanismo” se
espalhou do Recife para outras cidades: Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Os revolucionários
tomaram Recife e implantaram um Governo provisório baseado na “Lei Orgânica”, igualdade de direitos e a
tolerância religiosa, mas não tocou
no problema da escravidão. A revolta avançou pelo sertão, as lutas se
desenrolaram no interior, relevando o despreparo
e as desavenças entre os revolucionários. Afinal, as tropas
portuguesas ocuparam Recife, em maio de 1817. Seguiram-se as prisões e
execuções dos líderes da rebelião.
A REVOLUÇÃO LIBERAL DO
PORTO
A revolução liberal do
porto se deu em Portugal em 1820, o descontentamento dos portugueses teve
início com a vinda da corte ao Brasil. A
ausência do rei e do aparato administrativo da monarquia gerou um estado de
incerteza política em Portugal. O vazio
deixado por D. João foi preenchido
por um conselho de regência liderado
pelo marechal inglês Willian Carr
Beresford, o marechal ao impedir que militares portugueses assumissem os
altos postos militares, gerou uma grande insatisfação dentro do exército.
Os revoltosos tinham
como objetivos: limitar a influência inglesa no comando da nação e retomar a
relação colonialista com o Brasil, reinstalando o Pacto Colonial.
Pacto
Colonial:
foi um sistema que perdurou no Brasil até 1808, ele determinava as relações
políticas entre a colônia e a metrópole.
Era exigido o retorno
imediato da Corte para Portugal. Desejava-se restabelecer a monarquia, porém,
sob a condição do rei estar subordinado a uma carta constitucional. Os
revolucionários formaram a “junta Provisória do Governo Supremo do Reino”, um
grupo heterogêneo de representantes do clero, nobreza e do exército.
No Brasil, por sua vez,
iniciaram as disputas entre dois grupos: os que defendiam o retorno de D. João
VI, a “facção portuguesa”, interessados em subordinar o Brasil à
metrópole, e o outro grupo, o “partido
brasileiro” que era constituído por grandes proprietários rurais das
capitanias, burocratas e membros do judiciário nascidos no Brasil, além de
comerciantes ajustados às novas circunstâncias. A corte que acompanhou a
família real foi criando raízes no território brasileiro e formando um poderoso
grupo contrário ao retorno de D. João VI.
A facção portuguesa
saiu vencedora. O rei retornou para Portugal em 1821, o seu regresso foi
acompanhado por cerca de 4 mil pessoas. Por
sua vez, seu filho, Pedro (de
Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim
José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon), futuro Dom Pedro I, ficou no Brasil.
Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos
Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de
Bragança e Bourbon – Dom Pedro I
No decorrer de 1821
discutia-se o destino do Brasil, a corte buscou formas de reassumir o controle
sobre a colônia. O objetivo era retirar do Rio de Janeiro os poderes antes
concedidos. De fato, pensava-se em maneiras de “recolonizar” o Brasil.
RESISTÊNCIAS NO BRASIL
Apesar das manobras da
Corte portuguesa, haviam políticos em Portugal que defendiam a emancipação
brasileira. Entre eles destacou-se José Bonifácio de Andrada, graduado em
Direito, Filosofia e Ciências Naturais. No Brasil se tornou o principal
ministro do Governo de Dom Pedro I.
José Bonifácio
José Bonifácio
direcionou sua administração no sentido de fazer o Brasil uma nação ativa e
independente: ele queria acabar com o tráfico de escravos e libertá-los;
pretendia que os libertos e os índios fossem integrados à nação brasileira;
rever as doações de terra feita no período colonial; se recusou a contrair
empréstimos internacionais para não gerar dívidas a serem pagas pelas futuras
gerações; propôs a criação de uma Marinha de Guerra capaz de proteger a imensa
costa brasileira. Mas seus projetos contrariavam interesses dos poderosos.
Ao mesmo tempo em que
defendia a abolição de escravos, agia na defesa da monarquia representativa
(onde seria formada uma assembleia constituída por deputados eleitos
indiretamente, pelos grupos dominantes da população). José Bonifácio liderou o
movimento de criação da Assembleia Constituinte e Legislativa do Brasil. Esta
proposta se deu, no entanto, após o famoso “Dia
do Fico”.
No dia 09 de janeiro de
1822 foi solenizada a decisão de Dom Pedro I em permanecer no Brasil, contudo,
Dom Pedro não visou à independência do Brasil, pois o príncipe acatou as
orientações da chamada “Elite Coimbrã” (grupo formado na Universidade de
Coimbra, que desejava imprimir reformas políticas no Brasil, e evitar, assim
sua separação definitiva de Portugal). Houve resistência e, com apoio da
população, Dom Pedro I recusou-se a ocupar seu lugar ao lado de D. João.
“VIVA O REI, VIVA O
BRASIL!”
Menos de um ano após o
“Dia do Fico”, foi formalizada a independência do Brasil. O episódio entrou
para os anais da história como o “Grito do Ipiranga”, quando o então príncipe
Dom Pedro I, de apenas 24 anos, teria, às margens do Rio Ipiranga, anunciado a
independência do Brasil. Porém, só em dezembro de 1822, ele foi nomeado rei, em
uma cerimônia religiosa, mas fundamentalmente política.
A coroação de Dom Pedro
I aconteceu em 1º de dezembro de 1822, no Rio de Janeiro, Dom Pedro aproveitou
a mesma data que Portugal se tornou independente da Espanha, para dar mais
força à independência do Brasil, reforçando a união entre o povo e seu
soberano. Esses rituais servem para marcar um momento de passagem, mas podem
assumir também a função de legitimar o poder de uma liderança.
Podemos dizer, com fins
didáticos, que a independência do Brasil se deu entre a chegada da Corte e sua
proclamação (1808 – 1822) a independência como um processo.
REFERÊNCIAS
SOUZA,
Evandro José. SAYÃO, Thiago Juliano. História
do Brasil colonial. Indaial: Uniasselvi. 2011.
IMAGENS
José
Bonifácio: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2b/Jose_bonifacio_de_andrada.jpg/200px-Jose_bonifacio_de_andrada.jpg
Grito
do Ipiranga: https://dicasdofabio.files.wordpress.com/2012/09/gritodoipiranga.jpg
Canais do Aula de História na Web 2.0
Canais do Retro Games BR
Nenhum comentário:
Postar um comentário