ESTRUTURAS POLÍTICAS
Entre 1831 e 1840 temos o período em que o país assistiu a
uma sucessão de regências, enquanto D.
Pedro II não ocupasse o trono, em virtude de sua pouca idade. Uma regência provisória, composta por 3 indivíduos,
que governaram o país entre maio e julho
de 1831, quando é sucedida por uma Regência
Trina Permanente.
A Regência Trina Permanente foi
eleita, em julho de 1831, pela
Assembleia Geral. A Regência Trina Permanente visava o equilíbrio político e regional,
foram eleitos: Costa Carvalho, moderado, representando o Sul; Bráulio Muniz,
exaltado, representando o Norte, enquanto ao centro, era mantido o brigadeiro
Francisco de Lima e Silva.
O padre Diogo
Antonio Feijó, foi uma das pessoas de maior destaque na Regência Trina
Permanente. Nomeado para o cargo de ministro da Justiça, tinha como meta
garantir a ordem publica, que interessava diretamente aos moderados.
Esta nova regência funciona até 1835, mas acabou limitando o
poder Moderador dos regentes e instituindo a Regência Uma. Alternadamente, a
regência foi ocupada por Feijó (1835-1837) e por Araújo Lima (1838- 1840).
Durante o período regencial podemos identificar 3 forças
políticas importantes:
·
Restauradores
ou Caramurus: grupo identificado com D. Pedro I, que desejava a volta do
Imperado;
·
Liberais
moderados: Defendiam a manutenção da estrutura social, política e
econômica, com todos os privilégios das elites e da aristocracia;
·
Liberais
exaltados: Defensores da republica, identificados com setores sociais
urbanos e médios.
Desde 1835 cogitava-se antecipar a ascensão ao trono de D.
Pedro II, que estava prevista para 1843, quando completaria 18 anos. Diversos
setores se articulavam para atribuir maioridade a D. Pedro II para que pudesse
assumir o trono, inclusive com apoio de jornais
cariocas que atribuíam um caráter sagrado a esse processo.
D. Pedro II tem assim sua maioridade decretada quando
contava com 15 anos, em 1840, marcando assim o início do Segundo Reinado, que
durará até 1889, com a proclamação da República. As forças políticas do período
regencial lutaram para influenciar no processo de condução da política do
segundo reinado.
Estas forças de aglutinaram em dois grupos: Liberais e
conservadores. A mobilização para a cerimônia de coroação deu feição
especialmente política, ligando o “Dia do Fico” à Independência. A monarquia
vai se consolidando entre 1841 e 1864, por meio da desarticulação de rebeliões regenciais.
ESTRUTURAS
ECONÔMICAS
Quando passa da condição de Colônia para a de Império, o
Brasil mantém sua economia calçada na exportação de produtos agrícolas para as
nações que se industrializavam naquele momento.
Segundo Freyre (2003) o Brasil acabou se constituindo a
partir do patriarcalismo, do patrimonialismo, da escravidão e estamento, visto
que a base da manutenção econômica do império continuaria por muito tempo sendo
escravista-exportadora.
A partir da Independência
o incremento da importação, proporciona, de certa maneira facilita o comércio exterior, embora dificultando a importação
de certos elementos necessários à modernização. Com a tolerância a estrangeiros
que começa a se estabelecer, há também um fluxo cada vez maior de viajantes no
país.
A abertura dos portos levou, também, à abertura e
transformação dos hábitos, como uma verdadeira revolução, até mesmo na
distribuição das atividades produtivas.
Dois fatos importantes, um de natureza geográfica: é o
deslocamento da primazia econômica das velhas regiões agrícolas do Norte para
as mais recentes do Centro-Sul (RJ, MG e SP), outro é a decadência das lavouras
tradicionais do Brasil (cana-de-açúcar, algodão e tabaco) e o desenvolvimento
do café, que acabará por figurar quase isolado na balança econômica brasileira.
O renascimento agrícola iniciado em fins do século XVIII e
grandemente impulsionado depois da abertura dos portos (O Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas foi uma
carta régia promulgada pelo Príncipe-regente de Portugal Dom João de Bragança,
no dia 28 de janeiro de 1808) e da emancipação política do país, favorece
as regiões agrárias mais antigas do Norte (do Maranhão até a Bahia). Já na
primeira metade do século XIX, o Centro-Sul irá progressivamente tomando a
dianteira nas atividades econômicas do país.
Portos
Abertos
No segundo reinado, a exploração detinha-se especialmente no
açúcar e no café, que alimentavam diretamente a organização
burocrático-administrativa e política do Estado Imperial.
Havia novas forças sociais, formadas pela industrialização e
urbanização. No norte do país, o cacau e a borracha emergiam no mercado
externo, atraíam imigrantes e migrantes, interesses estratégicos e dinheiro,
que eram traduzidos em modificações das feições urbanas, especialmente de
Manaus e de Belém do Pará, mas também introduzindo uma quantidade significativa
de empregados assalariados em economia nacional.
Mesmo que a economia permanecesse elitista, ia-se tornando
cada vez mais produtiva e eficiente, o Estado ia ofertando melhores aparelhos
de cobrança de impostos.
O
CAFÉ
Não se sabe ao certo como essa cultura acabou sendo
introduzida no Brasil, mas há suspeitas de que tenha entrado via Pará no início
do século XVIII, dando início a um rápido percurso de expansão.
A produção brasileira passou a ter escala no final do século
XVIII, quando as colônias francesas produtoras começaram a entrar em crise. O
café, que então estava sendo cultivado em lavouras próximas à cidade do Rio de
Janeiro, fixou-se no vale do Paraíba, uma ampla região situada entre províncias
do Rio de Janeiro e de São Paulo em 1825 e o noroeste dessa província em 1850.
O principal produto de exportação do Brasil, neste período,
foi o café, que passa a ocupar esta
posição após o declínio do ciclo minerador. Esta atividade econômica marcou
profundamente a sociedade brasileira, desde fomentar o aparecimento de uma sólida elite rural, que passou a interferir em outros ramos da economia, como incentivar o ciclo
migratório de europeus para novas áreas de cultivo, ao longo do século XIX.
O açúcar no século XIX voltou a sofrer a concorrência da
mercadoria das Antilhas. A mecanização da agricultura e das fábricas ampliou o
consumo e a produção de algodão brasileiro, embora fossem os EUA os principais
fornecedores para a Inglaterra.
O Brasil teve sua industrialização limitada pelo pacto
colonial, mas mesmo durante os primeiros anos da independência não foram feitos
esforços no sentido de industrializar o país. Podemos dizer que será a partir
de 1840 que medidas industrializantes serão implementadas pelo Império, o Barão
de Mauá é exemplo do dinamismo econômico que marcou o período.
Ao lado da cana-de-açúcar, do ouro e alguns outros produtos,
o café cumpre o papel de colocar algumas regiões da antiga colônia portuguesa
na dinâmica do sistema mundial, com a peculiaridade de acompanhar a emancipação
política do país, sustentando a Monarquia recém-instaurada – com a utilização do trabalho escravo até que
se organizasse o abastecimento da força de trabalho com trabalhadores livres
(principalmente imigrantes europeus).
No Oeste paulista, a partir do cultivo da cana-de-açúcar, a
terra é incorporada ao cálculo econômico e reorganiza a vida social da região.
Essa passagem da produção local para a exportação do café
foi favorecida pela topografia do Oeste paulista, seu relevo mais achatado
ajudou no plantio em regiões mais altas, protegendo o café do ar frio das
baixadas, poupando o trabalho exigido na plantação nas chamadas meias-laranjas
do Vale do Paraíba.
Depois de a maquinaria toar parte na produção de café, é a
vez da ferrovia, um dos maiores ícones da sociedade moderna, contribuindo para
que a produção paulista se mantivesse no mercado internacional. O uso da
tecnologia aconteceu condicionado pela dinâmica do mercado mundial.
Incorporando transformações que permitem manter a base da organização
produtiva, o café se constitui ao longo do século XIX como o principal produto
brasileiro no mercado internacional. A partir da 3ª década do século XIX o café
ocupa o lugar do açúcar no predomínio do comércio.
REFERÊNCIAS
KLANOVICZ, Jó. História
do Brasil Imperial. Indaial: Uniasselvi, 2010.
RIBEIRO, Thyago. Regência
Trina Permanente. Disponível em http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/regencia-trina-permanente/.
Acesso em: 05 de abril de 2017.
WIKIPEDIA. Decreto
de abertura dos Portos às Nações Amigas. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Decreto_de_Abertura_dos_Portos_%C3%A0s_Na%C3%A7%C3%B5es_Amigas>.
Acesso em 05/04/2017.
IMAGENS
Canais do Retro Games BR
Dica Express
Nenhum comentário:
Postar um comentário