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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Revolução Pernambucana


REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA

INTRODUÇÃO
A Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres, foi um movimento emancipacionista que eclodiu em 6 de março de 1817, na então Capitania de Pernambuco, no Brasil.
Dentre as suas causas, destacam-se a influência das ideias Iluministas propagadas pelas sociedades maçônicas (sociedades secretas), a crise econômica regional, o absolutismo monárquico português e os enormes gastos da Família Real, o Governo de Pernambuco era obrigado a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários, comidas, roupas e festas da Corte, o que ocasionava o atraso no pagamento dos soldados, gerando grande descontentamento do povo brasileiro.


Foi o único movimento separatista do período colonial que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo revolucionário de tomada do poder. Contou com relativo apoio internacional: os Estados Unidos, devido às relações comerciais com Pernambuco, se mostraram favoráveis à revolução, bem como os ex-oficiais de Napoleão Bonaparte que pretendiam resgatar o seu líder do cativeiro em Santa Helena, levá-lo a Pernambuco e depois a Nova Orleans.

ANTECEDENTES
O porto do Recife escoava a produção de açúcar e de algodão. Além de sua importância econômica e política, os pernambucanos tinham participado de diversas lutas libertárias. As ideias liberais que entravam no Brasil junto com os viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras publicações, incentivavam o sentimento de revolta entre a elite pernambucana, que participava ativamente, desde o fim do século XVIII, de sociedades secretas, como as lojas maçônicas, que serviam como locais de discussão e difusão das "infames ideias francesas". Nas sociedades secretas, reuniam-se intelectuais religiosos e militares, para elaborar planos para a revolução.

A fundação do Seminário de Olinda, filiado a ideias iluministas, deve ser levada em consideração. Não é por outro motivo que o levante ficaria conhecido como "revolução dos padres", dada à participação do clero católico. Frei Caneca tornar-se-ia um símbolo disso.

A chegada da Família Real Portuguesa, a partir de 1808, estabeleceu uma série de transformações que determinaram maior liberdade econômica às elites agroexportadoras do país. Contudo, essas regalias também foram seguidas pela elevação dos impostos para o financiamento de conflitos em que Dom João VI havia se envolvido. Ao mesmo tempo, observamos que os comerciantes portugueses foram notadamente beneficiados com regalias que ampliavam os lucros da chamada “nobreza da terra”.


CAUSAS IMEDIATAS
Ø  Insatisfação popular com a chegada e funcionamento da corte portuguesa no Brasil, desde o ano de 1808. O questionamento maior era com relação a grande quantidade de portugueses nos cargos públicos;
Ø  Insatisfação com impostos e tributos criados no Brasil por D. João VI a partir da chegada da corte portuguesa ao Brasil;
Ø  Influência dos ideais iluministas, principalmente os que criticavam duramente as estruturas políticas da monarquia absolutista. Os ideais da Revolução Francesa, “liberdade, igualdade e fraternidade”, ecoavam em solo pernambucano, principalmente entre os maçons;
Ø  Grande seca que havia atingido a região em 1816 acentuando a fome e a miséria e ocasionando uma queda na produção do açúcar e do algodão, produtos que eram a base da economia de Pernambuco e que começaram a sofrer concorrência do algodão nos Estados Unidos e do açúcar na Jamaica;
Ø  A crescente pressão dos abolicionistas da Europa que vinha criando restrições gradativas ao tráfico de escravos, mão de obra que se tornava cada vez mais cara e que era o motor de toda a economia agrária pernambucana.

O movimento queria a Independência de Pernambuco sob um regime republicano.

Em 1817, a Revolução Pernambucana culminou no movimento denominado Confederação do Equador. O vigário de Pombal, José Ferreira Nobre, assumiu a função de propagá-lo em todo o Sertão da Paraíba.


A bandeira da Revolução Pernambucana de 1817 (imagem) inspirou a atual bandeira de Pernambuco. As três estrelas representam Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, e outras estrelas seriam inseridas ao passo que outras capitanias do Brasil aderissem oficialmente à confederação.

O movimento iniciou com a ocupação do Recife, em 6 de março de 1817. O capitão José de Barros Lima, conhecido como Leão Coroado, na companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas.
O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Frei Caneca e de Antônio Carlos de Andrada e Silva (irmão de José Bonifácio). Tendo conseguido dominar o Governo de Pernambucano, se apossaram do tesouro, instalaram um governo provisório e proclamaram a República.

Em 29 de março foi convocada uma assembleia constituinte, com representantes eleitos em todas as comarcas. Nela, foi estabelecida a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial — porém com liberdade de culto —; foi proclamada a liberdade de imprensa (uma grande novidade no Brasil); e foram abolidos alguns impostos. A escravidão, entretanto, foi mantida.
À medida que o calor das discussões e da revolta contra a opressão portuguesa aumentava, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos pernambucanos.

Tropas portuguesas enviadas pelo território baiano, chefiadas por Luís do Rego Barreto, avançaram pelo sertão de Pernambuco, enquanto uma força naval, despachada do Rio de Janeiro, bloqueou o porto do Recife. Em poucos dias 8.000 homens cercavam a capitania. No interior, a batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em direção ao Recife. Em 19 de maio as tropas entraram no Recife e encontraram a cidade abandonada e sem defesa. O governo provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte.
Apesar de sentenças severas, um ano depois todos os revoltosos foram anistiados, e apenas quatro haviam sido executados.

Em maio de 1817, Antônio Gonçalves da Cruz, o Cruz Cabugá, desembarcou na Filadélfia (Estados Unidos) na tentativa de comprar armas para combater as tropas de D. João VI, convencer o governo americano a apoiar a criação de uma república independente no Nordeste brasileiro e recrutar alguns antigos revolucionários franceses exilados em território americano para, com a ajuda deles, libertar Napoleão Bonaparte, exilado na Ilha de Santa Helena, que seria transportado ao Recife. Porém na data de chegada do emissário aos Estados Unidos, os revolucionários pernambucanos já estavam sitiados pelas tropas monarquistas portuguesas e próximas da rendição.

Dominada a revolução, foi desmembrada de Pernambuco, com sanção de João VI de Portugal, a comarca de Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, e como recompensa, puderam formar uma capitania independente.

Apesar de os revolucionários terem ficado no poder menos de três meses, conseguiram abalar a confiança na construção do império americano sonhado por D. João VI. A coroa nunca mais estaria segura de que seus súditos eram imunes à contaminação das ideias responsáveis pela subversão da antiga ordem na Europa.


DATA MAGNA
Em 2007, o dia 6 de março foi declarado a Data Magna de Pernambuco, em virtude da Revolução Pernambucana. Em 2009, o Governo de Pernambuco aprovou nova lei, alterando a Data Magna do Estado para o primeiro domingo de março.

WIKIPEDIA. Revolução Pernambucana. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana>. Acesso em: 12 de abril de 2017.

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Revolução Pernambucana"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolucao-pernambucana.htm>. Acesso em 24 de marco de 2017.

BRASIL, História do. Revolução Pernambucana. Escola. Disponível em: <http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolucao_pernambucana.htm>. Acesso em: 12 de abril de 2017.



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