REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
INTRODUÇÃO
A Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução
dos Padres, foi um movimento emancipacionista que eclodiu em 6 de março de 1817, na então Capitania
de Pernambuco, no Brasil.
Dentre as suas causas, destacam-se a influência das ideias Iluministas propagadas pelas
sociedades maçônicas (sociedades
secretas), a crise econômica regional, o absolutismo monárquico português e
os enormes gastos da Família Real, o Governo de Pernambuco era obrigado a
enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários,
comidas, roupas e festas da Corte, o que ocasionava o atraso no pagamento dos
soldados, gerando grande descontentamento do povo brasileiro.
Foi o único movimento separatista do período colonial que
ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo revolucionário de tomada
do poder. Contou com relativo apoio internacional: os Estados Unidos, devido às relações comerciais com Pernambuco, se
mostraram favoráveis à revolução, bem como os ex-oficiais de Napoleão Bonaparte que pretendiam resgatar o seu
líder do cativeiro em Santa Helena, levá-lo a Pernambuco e depois a Nova Orleans.
ANTECEDENTES
O porto do Recife escoava a produção de açúcar e de algodão.
Além de sua importância econômica e política, os pernambucanos tinham
participado de diversas lutas libertárias. As
ideias liberais que entravam no Brasil junto com os viajantes estrangeiros e por meio de livros e de outras publicações, incentivavam o sentimento de revolta entre a elite pernambucana, que participava ativamente,
desde o fim do século XVIII, de sociedades secretas, como as lojas maçônicas, que serviam como
locais de discussão e difusão das "infames
ideias francesas". Nas sociedades secretas, reuniam-se intelectuais religiosos e militares,
para elaborar planos para a revolução.
A fundação do Seminário de Olinda, filiado a ideias iluministas,
deve ser levada em consideração. Não é por outro motivo que o levante ficaria
conhecido como "revolução dos
padres", dada à participação do clero católico. Frei Caneca tornar-se-ia um símbolo disso.
A chegada da Família
Real Portuguesa, a partir de 1808,
estabeleceu uma série de transformações que determinaram maior liberdade
econômica às elites agroexportadoras do país. Contudo, essas regalias também
foram seguidas pela elevação dos impostos para o financiamento de conflitos em
que Dom João VI havia se envolvido. Ao mesmo tempo, observamos que os
comerciantes portugueses foram notadamente beneficiados com regalias que
ampliavam os lucros da chamada “nobreza da terra”.
CAUSAS IMEDIATAS
Ø Insatisfação
popular com a chegada e funcionamento da corte portuguesa no Brasil, desde o
ano de 1808. O questionamento maior era com relação a grande quantidade de
portugueses nos cargos públicos;
Ø Insatisfação
com impostos e tributos criados no Brasil por D. João VI a partir da chegada da
corte portuguesa ao Brasil;
Ø Influência
dos ideais iluministas, principalmente os que criticavam duramente as
estruturas políticas da monarquia absolutista. Os ideais da Revolução Francesa,
“liberdade, igualdade e fraternidade”, ecoavam em solo pernambucano,
principalmente entre os maçons;
Ø Grande
seca que havia atingido a região em 1816 acentuando a fome e a miséria e
ocasionando uma queda na produção do açúcar e do algodão, produtos que eram a
base da economia de Pernambuco e que começaram a sofrer concorrência do algodão
nos Estados Unidos e do açúcar na Jamaica;
Ø A
crescente pressão dos abolicionistas da Europa que vinha criando restrições
gradativas ao tráfico de escravos, mão de obra que se tornava cada vez mais
cara e que era o motor de toda a economia agrária pernambucana.
O movimento queria a Independência de Pernambuco sob um
regime republicano.
Em 1817, a
Revolução Pernambucana culminou no movimento denominado Confederação do
Equador. O vigário de Pombal, José Ferreira Nobre, assumiu a função de
propagá-lo em todo o Sertão da Paraíba.
A bandeira da
Revolução Pernambucana de 1817 (imagem) inspirou a atual bandeira de
Pernambuco. As três estrelas representam Pernambuco,
Paraíba e Rio Grande do Norte, e outras estrelas seriam inseridas ao passo
que outras capitanias do Brasil aderissem oficialmente à confederação.
O movimento iniciou com a ocupação do Recife, em 6 de março
de 1817. O capitão José de Barros Lima,
conhecido como Leão Coroado, na companhia de outros
militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas
para impedir o avanço das tropas monarquistas.
O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Frei Caneca e de Antônio Carlos de Andrada e Silva (irmão de José Bonifácio). Tendo conseguido
dominar o Governo de Pernambucano, se apossaram do tesouro, instalaram um
governo provisório e proclamaram a República.
Em 29 de março foi
convocada uma assembleia constituinte, com representantes eleitos em todas
as comarcas. Nela, foi estabelecida a separação entre os poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial — porém
com liberdade de culto —; foi proclamada a liberdade de imprensa (uma grande
novidade no Brasil); e foram abolidos alguns impostos. A escravidão, entretanto, foi mantida.
À medida que o calor das discussões e da revolta contra a
opressão portuguesa aumentava, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos
pernambucanos.
Tropas portuguesas enviadas pelo território baiano,
chefiadas por Luís do Rego Barreto, avançaram pelo sertão de Pernambuco,
enquanto uma força naval, despachada do Rio de Janeiro, bloqueou o porto do
Recife. Em poucos dias 8.000 homens
cercavam a capitania. No interior, a batalha decisiva foi travada na
localidade de Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em
direção ao Recife. Em 19 de maio as
tropas entraram no Recife e encontraram a cidade abandonada e sem defesa. O
governo provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte.
Apesar de sentenças severas, um ano depois todos os
revoltosos foram anistiados, e apenas quatro haviam sido executados.
Em maio de 1817, Antônio
Gonçalves da Cruz, o Cruz Cabugá,
desembarcou na Filadélfia (Estados Unidos) na tentativa de comprar armas para combater as tropas de D. João VI, convencer o
governo americano a apoiar a criação
de uma república independente no Nordeste brasileiro e recrutar
alguns antigos revolucionários franceses
exilados em território americano para, com a ajuda deles, libertar Napoleão Bonaparte, exilado na Ilha de Santa Helena, que
seria transportado ao Recife. Porém na data de chegada do emissário aos Estados
Unidos, os revolucionários pernambucanos já estavam sitiados pelas tropas
monarquistas portuguesas e próximas da rendição.
Dominada a revolução, foi desmembrada de Pernambuco, com
sanção de João VI de Portugal, a comarca de Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, e como
recompensa, puderam formar uma capitania independente.
Apesar de os revolucionários terem ficado no poder menos de
três meses, conseguiram abalar a
confiança na construção do império americano sonhado por D. João VI. A
coroa nunca mais estaria segura de que seus súditos eram imunes à contaminação
das ideias responsáveis pela subversão da antiga ordem na Europa.
DATA
MAGNA
Em 2007, o dia 6 de março foi declarado a Data Magna de
Pernambuco, em virtude da Revolução Pernambucana. Em 2009, o Governo de
Pernambuco aprovou nova lei, alterando a Data Magna do Estado para o primeiro
domingo de março.
WIKIPEDIA. Revolução Pernambucana. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana>.
Acesso em: 12 de abril de 2017.
SOUSA, Rainer Gonçalves. "Revolução
Pernambucana"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolucao-pernambucana.htm>.
Acesso em 24 de marco de 2017.
BRASIL, História do. Revolução
Pernambucana. Escola. Disponível em: <http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolucao_pernambucana.htm>.
Acesso em: 12 de abril de 2017.
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