CONJURAÇÃO BAIANA
No ano de
1798, ocorreu outro movimento de
luta contra o regime colonial português. Na Bahia, em uma Loja Maçônica
(Maçonaria), foi fundado o grupo “Cavaleiros
da Luz”. Os ideais da Revolução Francesa eram temas de debate das reuniões
daquela sociedade.
Maçonaria: Sociedade em caráter secreto, sua origem remonta
às confrarias medievais, que detinham o segredo das construções de Igrejas. Sua
principal bandeira era a luta contra o poder da monarquia absoluta. Na época da
Independência, duas tendências se confrontaram dentro do “Grande Oriente”, a
principal Loja Maçônica brasileira: a chamada maçonaria “vermelha” dos liberais radicais, e a monarquia “azul”, dos partidários de José Bonifácio. (BARROS,
1994)
A Conjuração Baiana, ou dos Alfaiates (os alfaiates destacaram-se
na conspiração) ou ainda Revolta dos
Búzios, foi um movimento de libertação que contou com a participação de
grupos mais humildes.
A
Escassez de gêneros alimentícios e a carestia (encarecimento do custo de vida) deram origem a vários motins na cidade, entre 1797 e 1798. Os conspiradores defendiam
a Proclamação da República, o fim da escravidão, o livre comércio, o aumento do
salário dos militares, a punição de padres contrários à liberdade.
Formaram
um grupo na luta contra os privilégios e
desigualdades sociais. O movimento de revolta tinha como ideal “a
construção de uma sociedade igualitária e democrática, onde as diferenças de
raça não estorvassem as oportunidades de emprego, nem a mobilidade social, dos 60 mil habitantes de Salvador, 40 mil era
afrodescendentes”.
.
Este
movimento de contestação diferenciava-se
da Inconfidência Mineira e a Conjuração Fluminenses, pois defendia a libertação dos escravos.
As ideias
de liberdade e felicidade surgiam como promessa de um futuro próspero.
Em agosto de 1798 panfletos manuscritos foram distribuídos em Salvador em nome do
"supremo tribunal da democracia
baiana". Neles encontrava-se o programa político do movimento:
independência, república, liberdade de comércio entre as nações, separação
entre Igreja e Estado, reconhecimento da emancipação política do Brasil
(ou seja, o fim do Pacto Colonial com Portugal), aumento do salário dos
soldados e igualdade de direitos independentemente das diferenças raciais.
A
circulação dos panfletos chamou a atenção das autoridades da capitania. As
suspeitas, que inicialmente recaíram sobre o mulato Domingos da Silva Lisboa, um escriba profissional, logo levaram ao
soldado Luís Gonzaga das Virgens
que, sob tortura, foi instigado a delatar seus companheiros. Os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino decidiram, então, libertar Luís Gonzaga e iniciar a
revolução. No entanto, antes que pudessem deflagrar a revolta, muitos de seus
participantes foram presos e indiciados numa devassa que envolveu 33 pessoas: 22
mulatos, 10 brancos e 1 negro.
Em 1799, foram enforcados, esquartejados e tiveram
as partes de seus corpos expostas os soldados Luís Gonzaga e Lucas Dantas,
e os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino.
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Dica Express
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