O
RENASCIMENTO CULTURAL E ARTÍSTICO
ORIGENS
CULTURAIS DO RENASCIMENTO ARTÍSTICO
A Idade média
havia sido uma época na qual as obras literárias do passado não estavam
disponíveis com facilidade na Europa. Concentradas no Império Bizantino ou
traduzidas pelos muçulmanos e difundidas para todos os seus domínios, as demais
obras estavam em poder dos mosteiros, onde as preocupações essenciais eram
religiosas, e pouco se cultivavam outras áreas do saber. Raríssimas eram as
obras em poder de particulares, em geral senhores feudais muito ricos, uma vez
que os livros, manuscritos, eram proibitivamente caros, e a alfabetização, fora
dos mosteiros, era tão rara quanto “desnecessária”.
Já no mundo
muçulmano, os árabes tomaram contato com acervos sem igual nas bibliotecas do
Oriente, e ficaram fascinados pela filosofia e pela cultura clássica da Grécia.
Traduziram para o árabe e espelharam edições dessas obras pelas inúmeras
bibliotecas que criaram em todos os seus domínios.
No século
XII, um dos principais centros de difusão cultural do Islã era a Espanha
Muçulmana (Al-Andaluz), onde adaptavam com sucesso a filosofia grega clássica
aos preceitos religiosos. Dentro da Filosofia islâmica, a obra de Aristóteles
ocupava papel relevante.
O
RENASCIMENTO CULTURAL DO SÉCULO XII
As campanhas
de reconquista começaram, lentamente, a expulsar os muçulmanos da península
Ibérica. Quando ocuparam a cidade de Córdoba, os cristãos tomaram conhecimento
do enorme acervo da biblioteca da cidade (estimavam cerca de 400 mil
exemplares). O contato com esse enorme acervo acelerou o processo de renovação
política, econômica e cultural que estava se iniciando, e deu origem ao
movimento conhecido como renascimento do século XII. As novas fontes de
pesquisa promoveram uma renovação sem precedentes nos estudos jurídicos,
religiosos, filosóficos e científicos.
ESCOLÁSTICA
Até o século
XII, o pensamento da Igreja esteve baseado na obra de Platão (Santo Agostinho).
De acordo com essa explicação, o mundo terreno seria um lugar de sofrimentos,
do qual o ser humano deveria se esforçar para escapar (salvar-se) através da
fé. Investigação do mundo natural não tinha importância: as questões de fé eram
as únicas relevantes.
A descoberta
das obras antigas preservadas pelos muçulmanos trouxe uma nova perspectiva à
religião. São Tomás de Aquino (1225-1274) foi o principal artífice dessa nova
teologia. O mundo natural e o mundo divino eram criações de Deus. Para
reuni-los, era preciso recorrer à razão e à lógica.
O debate em torno das questões teológicas com base
na razão ficou conhecido como escolástica – a busca da verdade por meio de uma
investigação minuciosa sobre os mínimos detalhes.
O
HUMANISMO
A escolástica
esbarrava em uma dificuldade importante: os textos disponíveis geralmente eram
traduções para o latim de obras que já eram traduções árabes dos originais, o
que trazia incerteza sobre o significado original dos textos.
Com a tomada
de Constantinopla pelos turcos (1453) muitos estudiosos gregos levaram consigo
textos originais das obras antigas e passaram a constituir uma nova categoria
de estudiosos, não vinculados à Igreja ou a uma universidade medieval.
O Humanismo
do renascimento consistia na busca da perfeição cultural, que eles entendiam
haver existido na Antiguidade clássica Greco-romana e se perdido durante o
período feudal. As obras artísticas inspiradas no Humanismo, então,
utilizavam-se da cultura clássica como fonte de inspiração – retórica,
mitologia, estilística.
Os homens do
renascimento não negavam a existência de Deus, mas colocavam em primeiro plano
os interesses humanos e terrenos. A
importância que o homem adquiriu era à base do Humanismo.
A invenção da
imprensa (tipos móveis metálicos de Johannes Gutenberg) ajudou a difundir as
obras recém-traduzidas. Outro importante fator que contribuiu para o
desenvolvimento do Humanismo foi o surgimento das academias e dos Liceus.
Até o século
XIV, as universidades, controladas pela Igreja, mantinham o método de estudo da
idade Média, baseado na memorização das velhas obras. As Academias e Liceus
laicos criados com o Renascimento enfatizavam o estudo do grego e do latim e
desenvolveram um conhecimento reflexivo, racional e crítico. Em pouco tempo, a
palavra Humanista ganhou sentido
mais amplo e foi aplicada a escritores, pintores, arquitetos, professores,
estudantes, religiosos e cientistas que criticavam os valores do catolicismo
medieval. Os humanistas estimulavam a curiosidade, a iniciativa, a vontade da
exploração do mundo. Seu Objetivo era separar a fé da razão, evitando que a última
fosse dominada pela primeira. Os humanistas não recusaram a fé cristã, e muitos
teólogos alteraram suas práticas para buscar a realização humana dentro dos
princípios Cristãos.
VALORES
HUMANISTAS
È possível
sintetizar os valores humanistas em três características centrais:
- O Ser Humano como centro do Universo: Os pensadores medievais colocavam Deus e a Igreja no centro do Universo. Os humanistas, ao contrário, situavam o Homem no centro do universo;
- Predominâncias dos Valores da Antiguidade Clássica: A valorização dos estudos de pensadores greco-romanos ocorreu porque os artistas e sábios humanistas entendiam a Antiguidade clássica como a época de ouro da História;
- Autonomia da Razão: Os Humanistas defendiam a busca da verdade por meio da investigação e da reflexão pessoal.
A
POLÍTICA E A RELIGIÃO DO RENASCIMENTO
O período do
renascimento foi um momento que a Igreja Católica perdeu a hegemonia política
na Europa, como ressurgimento do comércio, a centralização política, os Reis
começaram a entrar em choque com a política da Igreja.
Ao longo da Idade Média, os papas passaram a
interferir na política europeia com cada vez mais força. A influência política
do Papa atingiu seu auge durante as Cruzadas e culminou com a Questão das
Investiduras, no século XI, quando o papado assumiu um grande poder político.
Em 1305, o
Papa Clemente V decidiu transferir a sede do papado para a cidade de Avignon (apesar de ser francesa, era relativamente autônoma na época) e realizar um
pontificado de conciliação com a monarquia francesa. Conseguiram manter certa
autonomia frente à Coroa, o mesmo tempo em que consolidavam a autoridade da
Igreja. No entanto, a partir de Clemente Vi (1342-1352), a influência do rei da
França sobre os papas se tornou cada vez maior. Os papas dessa época ganharam
uma reputação de corruptos e libertinos (alguns além de manter relações
sexuais, tinham filhos).
Quando o Papa
Gregório XI (1370-1378) decidiu retornar a Roma sua posição política era tão
delicada que ele sofreu uma feroz oposição de várias cidades do norte da
Itália, pois não havia unidade política na península.
O Papa
seguinte, Urbano VI, revelou-se tão pouco conciliador que os cardeais que o
elegeram, arrependidos, reuniram-se
novamente e indicaram um segundo papa que se estabeleceu novamente em Avignon.
No auge da Crise, havia 3 Papas ao mesmo tempo (em Roma, Avignon e Pisa) todos
“legitimamente” eleitos por seus cardeais. Isso foi solucionado pelo Concílio
de Constança (1414-1418) quando o papado foi reunificado e voltou definitivamente
para Roma. Os papas de Avignon e Pisa são hoje considerados pela Igreja como
Antipapas.
CORRUPÇÃO
NA IGREJA: O COMÉRCIO DA FÉ
Dentre os
abusos cometidos pela Igreja nesse período, podem-se citar as Simonias e o
Nepotismo.
Simonia é o
nome que se dá à prática, comum na época de pagar-se por uma nomeação a um alto
cargo sacerdotal.
O Nepotismo
era a nomeação de parentes dos papas, ou altos prelados da Igreja para cargos
importantes.
A
CONSOLIDAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS
As monarquias
da Inglaterra e da França, que estavam em um lento processo de Consolidação
desde o período Feudal, ganharam força a partir da Guerra dos Cem Anos
(1337-1453), da Peste Negra e da Reforma Religiosa do Século XVI, e
consolidaram um modelo de Estado Absolutista baseado na monarquia de “direito
divino”. As monarquias Ibéricas
(Portugal e Espanha) atingiram seu apogeu neste período, graças ao seu
pioneirismo na expansão marítima e exploração da Ásia e da América.
AS
REPÚBLICAS ITALIANAS
No final da
Idade Média, as regiões central e do sul da Península Itálica estavam em
má situação. O norte da Península estava em melhor situação e acabaram
conquistando uma maior autonomia. A região da Toscana, principalmente Florença, prosperou como cidade comercial, tirando proveito da reabertura do
comércio no Mar Mediterrâneo após as Cruzadas.
RENASCIMENTO
ARTÍSTICO NOS PAÍSES EUROPEUS:
RENASCIMENTO ITALIANO
O contato com
os muçulmanos no Oriente Médio, no norte da África e na Península Ibérica deu
aos estudiosos do Ocidente a chance de conhecer obras clássicas que não
existiam na Europa Ocidental. Isso favoreceu os artistas e pensadores que
buscavam inspiração na cultura greco-romana.
Em algumas
cidades italianas realizava-se um comércio movimentado e competitivo. Grandes
banqueiros e mercadores, que viviam em clima de competição, valorizavam a razão
e o individualismo. Ser individualista significava também sobreviver à
concorrência dos outros comerciantes e poder escolher seu modo de viver e de
pensar, sem interferência direta do catolicismo. Por outro lado esses ricos
comerciantes e banqueiros passaram a exercer o Mecenato.
A
PRÁTICA DO MECENATO
Os estudiosos
e artistas do Renascimento foram financiados por ricos banqueiros, comerciantes
e nobres do norte e do centro da Itália. Eram os chamados Mecenas. O Interesse dos Mecenas não era simplesmente artístico;
havia uma intenção política muito clara, que era usar a sua influência e
carisma, que o mecenato proporcionava, para manter o poder na cidade. A imagem
de benfeitores e patronos das artes dificultava qualquer tentativa de golpe. No século XVI, o grande centro de poder
havia mudado para a península Ibérica, os maiores banqueiro europeus estavam
agora no norte do continente e o grande centro do Mecenato na Itália passou a
ser Roma.
TRECENTO
– QUATTROCENTO – CINQUECENTO
TRECENTO: O século XIV costuma ser referenciado pelos italianos como o Trecento (trezentos) o movimento
artístico da época. Impregnada da mentalidade medieval com uma temática ou
estética mais religiosa.
Na
Literatura, a Divina Comédia de Dante Alighieri, impregnada do imaginário
medieval do além-mundo, é perceptível a mistura de elementos cristãos e pagãos;
e o Decamerão, de Giovanni Boccacio, escrito alguns anos após a Peste Negra,
com uma demonstração do cotidiano de meados do século XIV. É nítida uma crítica à Igreja Católica e à nobreza;
várias dessas histórias falam de religiosos e nobres corruptos e libertinos.
Outro grande
escritor Italiano desta época é Francesco Petrarca. Na pintura, o grande nome
deste período é o Florentino Giotto di Bondone, que é considerado o introdutor
da perspectiva na pintura italiana. Sua técnica representa claramente uma
ruptura com a representação icônica da pintura bizantina e medieval que existia
em seu tempo.
QUATTROCENTO:
As
técnicas iniciadas por Giotto foram aperfeiçoadas, e os estudos de perspectiva
na pintura se desenvolveram bastante. Os pintores Piero dela Francesca, Fra
Angelico e Sandro Botticelli. Na Escultura, o trabalho de Donatello alcançou
níveis de realismo que só seriam superados por Michelangelo. Outro
renascentista que atuou em Florença foi o arquiteto de Filippo Bruneleschi. Na
poesia e filosofia, Francesco Petrarca teve uma importância tão grande que sua
escrita se tornaria a base do idioma Italiano moderno.
Os principais
nomes do Quattrocento italiano são Leonardo da Vinci, Rafael, Donatello e
Michelangelo (os Tartarugas Ninjas...),
além de pintores, eles se dedicaram ás mais diversas atividades. Rafael era
arquiteto, Michelangelo era escultor, arquiteto, poeta e engenheiro, e Leonardo
da Vinci era matemático, inventor, músico, engenheiro, botânico, escultor,
arquiteto e escritor.
CINQUECENTO:
No século XVI, o poder político de
Florença estava em declínio, e o grande centro difusor de cultura mudou de
lugar, passou a ser a cidade de Roma.
O período do Cinquecento foi, em vários aspectos, o
auge do renascimento. Os três grandes nomes do período anterior estavam em
plena atividade: A Última Ceia, de Da Vinci, o teto da Capela Sistina, de
Michelangelo, e a Escola de Atenas, de Rafael, são todos deste período. Nesta
época, as técnicas de perspectiva, cores e realismo atingem seu esplendor na
pintura e também na ciência política; a obra O príncipe, de Nicolau Maquiavel,
descrevia a forma pela qual um governante deveria proceder para tomar e
conservar o poder. A obra só foi publicada após a morte de Maquiavel, pois ele
temia a repercussão que teria. De fato, o extremo realismo de Maquiavel, que
não tinha ilusões sobre a tarefa de governar, chocou a sua época, e seu livro
foi colocado no Índex de livros
proibidos pela Igreja Católica em 1559.
O teto da Capela Sistina, de
Michelangelo
O
RENASCIMENTO NO NORTE DA EUROPA
OS
PAÍSES-BAIXOS (Atuais Holanda e Bélgica): se
constituíram como grandes entrepostos comerciais desde o fim da Idade Média.
Suas maiores cidades – Antuérpia e Bruges, em Flandres, e Amsterdam, na Holanda
– Atraíam comerciantes de todas as origens e foram algumas das primeiras
regiões em que a Reforma teve repercussão. Os intercâmbios comerciais entre as
cidades dos países-baixos e o norte da Itália tiveram uma grande influência
sobre as artes na região. Os elementos góticos da arte medieval não foram
suprimidos, e o Renascimento ganhou cores um pouco mais sombrias, com um tom
religioso mais marcado.
Andreas
Versalius elaborou os primeiros estudos sobre o corpo humano da era moderna. O
cartógrafo Geraldo Mercator desenvolveu uma projeção cartográfica. Na
filosofia, Erasmo de Rotterdam teve
um papel destacado no humanismo no século XVI, e debateu longamente com
Martinho Lutero as reformas que ambos julgavam necessárias; ao contrário de
Lutero, Erasmo manteve-se católico até o final da vida.
INGLATERRA:
Os principais expoentes do período são John Wyclif que traduziu a Bíblia para o
inglês e Geoffrey Chaucer com seus contos de Canterbury.
Filósofos
como Francis Bacon e Thomas Morus tiveram importância na renovação do
pensamento europeu. No teatro, destacam-se as figuras de Christoper Marlowe e,
principalmente, William Shakespeare,
que é considerado o maior dramaturgo e um dos maiores escritores que a
humanidade já produziu.
William Shakespeare
PENSÍNSULA
IBÉRICA: A literatura portuguesa do final da idade Média
sofreu uma influência muito grande do trovadorismo, que costumava se manifestar
nas cantigas de amor, em um espírito de amor cortesão que é claramente medieval.
No século
XVI, dois grandes nomes destacaram-se poesia portuguesa: Gil Vicente e Luiz Vaz
de Camões, este último, compôs diversos poemas e a famosa epopeia Os Lusíadas,
em que relata os feitos dos navegantes portugueses e toma emprestados elementos
da mitologia grega e romana com o objetivo de criar um poema comparável à
Ilíada e à Odisseia.
Com a
expansão marítimo-comercial europeia, nos séculos XV e XVI, a Coroa Espanhola
foi a mais beneficiada pelas riquezas encontradas, principalmente do México e
Peru, onde saíram toneladas de ouro e prata, com isso os reis espanhóis
promoveram as artes e a construção de grandes palácios em seu país.
Entre os
pintores destacou-se El Greco (pois
havia nascido na ilha de Creta), Humanista, lia obras em grego e latim e fez
pinturas sobre temas religiosos para diversas igrejas na Espanha, além de
retratos de nobres desse país.
El-Greco
Muitos
artesãos e operários trabalharam durante 20 anos na construção do Palácio
Escorial (símbolo da grandeza da monarquia espanhola), projetado por Juan
Bautista de Toledo.
O principal
escritor espanhol foi Miguel de
Cervantes em sua obra Dom Quixote de La
Mancha, onde o autor satiriza os ideais da cavalaria medieval. O personagem
principal é um pobre fidalgo de província, cuja mente fica perturbada pela
leitura de romances de cavalaria. Obcecado pela ideia de fazer reviver a época
da cavalaria, veste uma armadura enferrujada, monta o velho cavalo Rocinante e
parte com seu gordo criado escudeiro, Sancho Pança, representante das pessoas
comuns. Passam juntos por uma série de aventuras absurdas, incluindo um
incidente em que Dom Quixote ataca moinhos de vento, julgando serem gigantes.
O
RENASCIMENTO POR SEGMENTO
ARTES
PLÁSTICAS: O monopólio da Igreja Católica sobre a
produção artística perdeu a força que tinha no período medieval. Os artistas
não abandonaram os temas religiosos, também passaram a explorar outros aspectos
da vida social, inspirados na mitologia greco-romana, na valorização do
indivíduo, em paisagens naturais e cenas do cotidiano.
Os artistas
renascentistas interessavam-se pelo mundo que os cercava, investigando a
natureza para melhor representa-la. Estudam os pássaros, as plantas, a terra e,
principalmente, os seres humanos. Leonardo
da Vinci, por exemplo, desenhou partes do corpo humano com base na
observação de cadáveres dissecados.
Os artistas
buscavam a perenidade de sua arte, ou seja, garantir que suas obras fossem
conhecidas mesmo depois de sua morte. Para isso desenvolveram materiais
duráveis, como a tinta a óleo. Esse tipo de tinta permite que o pintor corrija
pinceladas e traços, quando seca, resiste às mudanças de temperatura e umidade.
AUTORRETRATO:
Esforçando-se para conseguir perenidade e fama, muitos artistas também pintavam
autorretratos ou se representavam em uma obra. O autorretrato também era uma
maneira de o artista estudar as feições humanas e aperfeiçoar sua técnica, os
retratos dos próprios artistas ou de outros indivíduos preservavam sua imagem
para o futuro.
VALORIZAÇÃO
DA ARQUITETURA GRECO-ROMANA: Nas edificações de
palácios e Igrejas, os artistas retomaram as linhas retas e as colunas e arcos
típico das construções clássicas.
PERSPECTIVA:
Os pintores renascentistas desenvolveram a técnica da perspectiva, por meio da qual procuravam dar uma aparência tridimensional às personagens e aos
objetos representados.
Para Albrecht
Dürer (pintor Alemão – 1471-1528) perspectiva significava observar uma pintura
na parede e ter a “Sensação de ver através dela”, como se ali estivesse uma
“janela aberta”.
CONHECIMENTOS
CIENTÍFICOS
O estudo dos
autores da Antiguidade Clássica favoreceu importantes avanços nos
conhecimentos:
- Um novo olhar sobre o universo: Até o Renascimento, predominava a interpretação Geocêntrica do Universo, elaborada pelo grego Ptolomeu no século II e defendida pela Igreja Católica, de acordo com essa teoria, o Sol e todos os Astros giravam em torno da Terra. Em 1543, o polonês Nicolau Copérnico apresentou a teoria Heliocêntrica, tendo o Sol como centro do Universo, e a terra e os demais planetas giravam ao seu redor.
Copérnico evitava
divulgar suas ideias, temendo a reação de bispos e cardeais católicos. Seu
livro foi publicado no ano em que ele morreu (1543). Posteriormente, analisando
a teoria de Copérnico, cientistas como o alemão Johannes Kepler e o italiano Galileu
Galilei passaram a defendê-la. Por isso Galileu foi acusado de herege pelas
autoridades católicas e, para livrar-se da pena
de morte, negou publicamente suas convicções.
- Desenvolvimento de Novas Ciências: As viagens marítimas impulsionaram o desenvolvimento de outras ciências, como a geografia, a cartografia, a botânica e a zoologia. Além do aperfeiçoamento dos navios, velas, conhecimentos sobre a pólvora (da China) o astrolábio e a bússola (dos árabes) e a partir disso outras inovações como a roca de fiar, o papel, os algoritmos arábicos;
- Estudos da Anatomia Humana: Os artistas recorreram à Matemática e à geometria para estabelecer proporções ideais e harmonia na representação das figuras humanas e da paisagem natural. Nas ciências, por meio da dissecação de cadáveres, o belga André Vesálio (1514-1564) realizou importantes estudos na escola de medicina na Universidade de Pádua (Itália) que o levaram a ser considerado o fundador dos estudos de anatomia humana moderna.
O Espanhol Miguel de Servet (1511-1553) foi o
primeiro médico a descrever a circulação do sangue no pulmão. Tanto Miguel de
Servet quanto André Vesálio foram perseguidos pela Igreja, pois ela desaprovava
a dissecação de cadáveres. Vesálio foi condenado à morte, quando fugia para a
França, foi preso pelos reformadores em Genebra, em consequência de suas ideias
religiosas e de sua conduta médica. Foi queimado vivo por ordem desses religiosos
em 1553.
Referências Extras/ Imagens
DAUWE, Fabiano. História Moderna, Centro
Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial,2008;
APOLINÁRIO, Maria Raquel. São Paulo,
Editora Moderna, PROJETO ARARIBÁ – HISTÓRIA 7º ANO, 2007.
COTRIM, Gilberto; RODRIGUES, Jaime. São Paulo.
Editora Saraiva. Saber e Fazer História (Ensino Fundamental) – 7º ano, 2009.
modelos cósmicos - http://images.slideplayer.com.br/2/349655/slides/slide_9.jpg
El Greco - http://www.elgreco.net/images/el-greco.jpg
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