REFORMA
RELIGIOSA E A CONTRARREFORMA OU
REFORMA CATÓLICA
Dando continuidade na idade moderna, partimos
para as reformas religiosas, suas novas teses, pensadores, interpretações e
fundamentações. Desde o escolasticismo a própria Fé passou a ser fundamentada pela razão. A atuação, nem sempre
adequada, dos sacerdotes, motivaram o entendimento de que a Igreja precisava
retomar seu “Papel Tradicional”.
Esse entendimento culminou em um movimento
religioso que quebrou a unidade da Igreja Católica na Europa, criando novas
crenças, mais abertas a valores individualistas e antropocêntricos que
começavam a vigorar, e que abriu espaço para a justificação do lucro e do
progresso material, de certa maneira, um movimento coerente com a nova
sociedade que surgia.
NOVAS
INTERPRETAÇÕES DOS TEXTOS SAGRADOS
No século XV, o alemão Johann Gutenberg
desenvolveu a tipografia que ajudou a difundir a produção e o comércio de
livros – entre eles, a Bíblia.
Depois que começou a ser impressa, a Bíblia
chegava às mãos de mais fiéis, o que possibilitou o surgimento de novas
interpretações dos textos cristãos, nem sempre de acordo com os ensinamentos
oficiais da Igreja.
Muitas autoridades da Igreja consideravam a
tipografia um problema. Afinal, tendo acesso mais fácil aos textos sagrados, as
pessoas estudariam por si mesmas, dependendo menos os ensinamentos dos padres e
questionando o que ouviam dos sacerdotes nass cerimônias religiosas.
Até o século XVI, a interpretação dominante da
Bíblia baseava-se nas textos do teólogo São Tomás de Aquino (1225-1274). Para
ele a fé e as obras conduziriam os humanos à salvação eterna. No entanto, outra
corrente ganhou força, apoiando-se em obras de outro teólogo (mais antigo),
Santo Agostinho (354-430), a salvação era alcançada pela predestinação, ou
seja, já existia uma discussão entre membros do clero e uma disposição para
modificar a doutrina vigente.
CRÍTICA
AOS SACERDOTES
Ao mesmo tempo em que as autoridades católicas
discutiam a questão da salvação, ampliou-se também a crítica a determinadas
condutas do clero:
- Para ganhar dinheiro o alto clero iludia os cristão vendendo relíquias ditas sagradas (espinhos da coroa de Jesus, entre outras);
- Venda de Indulgências, ou seja, documentos que concediam perdão pelos pecados, vendidos até antecipadamente aos pecados, o maior exemplo foi em 1517, o papa Leão X ofereceu indulgências àqueles que contribuíssem financeiramente com a reconstrução da basílica de São Pedro, em Roma, existia até uma “Tabela de Preços”;
- Pela determinação da Igreja, padres não podiam se casar. Só que muitos desobedeciam essa regra, chamada de Celibato, vivendo com mulheres e filhos;
- Havia também, por parte da Igreja, uma “desaprovação” para aqueles que buscavam lucros exagerados, ou que emprestavam dinheiro cobrando juros muito altos (usura) o que era gerava um conflito com a burguesia.
A ignorância e o mau comportamento do clero
traziam problemas para a relação entre as autoridades da Igreja e os fiéis,
pois, os sacerdotes seriam intermediários dos seres humanos e Deus.
Com a consolidação dos Estados Nacionais,
príncipes e reis passaram a encarrar a Igreja como um Estrangeiro que interferia em assuntos de seu país (buscando assim
consolidar seu domínio por meio do poder político, conquistando independência
em relação à Igreja). O papa e membros do clero, por sua vez, insistiam em
apresentar a Igreja como uma instituição Universal. A própria palavra Católica
significa Universal.
OS PRECURSORES DA REFORMA: JOHN WYCLIF E JAN
HUSS
John Wyclif entendia que a Igreja deveria
retornar à simplicidade de suas origens, renunciando ao luxo e à riqueza, e que
qualquer pessoa é capaz de compreender a palavras de Deus por conta própria,
sem a necessidade de intermediários (Padres e Papa), desde que disponha dos
meios para conhecer a palavra – ou seja, ser capaz de ler a Bíblia, para isso
Wyclif traduziu os evangelhos para a língua inglesa.
A Igreja católica entendia que apenas através
de seus ensinamento e seus preceitos morais que o fiel poderia chegar à Deus.
Wyclif (que morreu em 1384) foi postumamente declarado herege pelo Concílio de
Constança e teve seu corpo exumado e queimado na fogueira em 1428.
Na região da Boêmia (na atual República
Tcheca) Jan Huss, baseado nas ideias de Wyclif, entrou em choque com a Igreja,
também considerado herege em Constança, Huss foi queimado na fogueira em 1415;
sua morte deu origem a uma guerra entre seus seguidores, os Hussitas e a Igreja
católica, resultando em uma cruzada contra os Hussitas.
A
REFORMA LUTERANA: SALVAÇÃO PELA FÉ
Martinho Lutero (1483-1546) nasceu em Eisleben,
cidade situada na atual Alemanha. Era filho de um administrador de minas que
alcançou certa prosperidade. Influenciado pelo pai, Lutero foi estudar direito,
mas sua vontade era entrar na vida religiosa. Em 1505, após quase ter morrido
durante uma violenta tempestade, ingressou na ordem dos agostinianos, que segue
as ideias do teólogo Agostinho.
Martinho
Lutero
Entre 1511 e 1513,
Lutero aprofundou seus estudos religiosos e começou a amadurecer novas ideias
teológicas. Numa das cartas escritas por São Paulo, encontrou uma frase que lhe
pareceu fundamental: O Justo se salvará
pela fé. Interpretando a frase, Lutero concluiu que os homens e as mulheres
corrompidos pelo pecado original (segundo a doutrina cristã, o pecado cometido
por Adão e Eva é transmitido a todos os seus descendentes, que nascem em estado
de “culpa”), só poderiam salvar-se pela fé em Deus. A fé, e não as obras, seria
o único instrumento de salvação.
No dia 31 de outubro de 1517 Lutero escreveu
ao arcebispo de sua diocese, protestando contra a venda de indulgências, e
expôs suas ideias a respeito, em um documento que ficou conhecido como as 95
teses.
A Doutrina Luterana
tinha três pontos principais:
- Justificação pela fé: A pessoa é salva por meio da fé e não pelas obras que pratica. Justificativa é o termo religioso para o perdão de Deus aos pecadores;
- Sacerdócio Universal: Todos os crentes podem interpretar por si mesmos os textos sagrados;
- Negação da Infalibilidade da Igreja: A única fonte da verdade é a Bíblia, e não a tradição ensinada pela Igreja. Além do luteranismo não aceitar o culto aos santos católicos, a adoração de imagens religiosas e a autoridade do papa.
Lutero não pretendia opor-se à Igreja, muito
menos criar uma nova religião, sua intenção era buscar o apoio do papa à sua
condenação de venda de indulgências. O documento foi logo traduzido para o
latim e impresso, transformando a disputa teológica em uma das primeiras
polêmicas a ser difundida pela imprensa.
Entre 1517 e 1521, Lutero envolveu-se em
discussões com os enviados do papa, que não aceitaram parte de suas teses. O
embate terminou com a excomunhão de Lutero em 1521 e declarado herético pelo
Edito de Worms. O Imperador germânico Carlos V exigia a prisão de Lutero e
declarava criminoso qualquer um que o abrigasse. Para demonstrar que não se importava com isso, Lutero queimou em praça pública o documento papal
(bula) Exsurge Domine, que o condenava. Frederico III abrigou Lutero por
quase um ano, onde começou a sua tradução da Bíblia. A importância da tradução
de Lutero está no alcance de sua obra, que influenciou diversas outras edições
posteriores, e no caráter político que ganhou por causa do movimento
protestante. Em pouco tempo sua fama cresceu entre outros nobres da Alemanha,
que se interessam pelas terras e riquezas que poderiam obter se apossando das
terras e bens do clero católico, principalmente nas regiões onde hoje forma o
norte da Alemanha.
Grupos de camponeses e trabalhadores urbanos,
por sua vez entenderam as ideias de Lutero como uma oportunidade para acabar
com a exploração que sofriam por parte dos membros da nobreza do clero e da burguesia.
Os primeiros conflitos entre luteranos e
católicos se iniciaram em 1522, quando alguns nobres, seguidores de Lutero,
começaram a tomar terras pertencentes ao clero e a atacar domínios de nobres
católicos. A relação dos atingidos foi rápida, e os ataques pararam.
Entre 1523 e 1525, camponeses alemães
liderados pelo padre Thomas Münzer, revoltaram-se contra a servidão e outros
abusos impostos pelo clero católico e pelos nobres. Apesar de os camponeses
seguirem as ideias de Lutero, este condenou a revolta. Sabia que se apoiasse os
revoltosos, perderia o apoio dos nobres em sua luta contra o clero católico
tradicional.
Em 1526 foi decidido que os príncipes teriam
autonomia para decidirem pela adoção ou não das posições luteranas até o
Concílio fosse convocado, decisão revogada três anos depois. E, 1529 nobres
alemães luteranos protestaram contra
as medidas da Igreja que impediam cada Estado de escolher a própria religião.
Desde então, o nome protestante
espalhou-se pela Europa e passou a designar os cristãos que não fossem católicos ou ortodoxos.
A partir de 1530, com a publicação da
Confissão de Augsburgo, que reunia as principais posições religiosas
protestantes, o Luteranismo foi institucionalizado e suas doutrinas
complementadas nos anos seguintes, até sua formalização definitiva em 1580.
Lutero rejeitou a hierarquia eclesiástica,
atacou a autoridade da papa e até mesmo o celibato clerical. Os pastores
evangélicos, ao contrário dos padres, seriam pessoas comuns, com direito a se
casar e constituírem família, que teriam o ministério apenas como profissão.
CONFISSÃO
DE AUGSBURGO
Em 1530, com a Confissão de Augsburgo, a
doutrina luterana foi formalizada, e a divisão entre católicos e protestantes
começou a se tornar irreversível. No ano seguinte para defender-se de possíveis
ataques do imperador Carlos V, os príncipes luteranos mais poderosos se
reuniram em uma aliança política – a Liga de Esmalcalda. A intenção inicial era
defensiva, mas com o tempo passou a ser de enfrentamento ao imperador,
confiscando terras da Igreja católica, difundindo o protestantismo pelo norte
da Alemanha e buscando outros aliados pelo continente.
Confissão
de Augsburgo
Por quinze anos, a Liga
cresceu sem sofre grandes ataques, Carlos V estava envolvido em diversas
guerras simultaneamente e foi só em 1546 que o enfrentamento direto começou.
Apesar da vitória do Imperador sobre Liga, o domínio do protestantismo no norte
da Alemanha já estava consolidado na época; assim em 1550, o novo imperador Ferdinando
I (Fernando) assinou com os protestantes a Paz de Augsburgo, aceitando o protestantismo
como uma religião oficial dentro do império e dando a cada governante o direito
de escolher a religião oficial dentro de seus domínios.
A
REFORMA CALVINISTA: PREDESTINAÇÃO DIVINA
João Calvino (1509-1564) nasceu em Noyon, na França,
país onde estudou teologia e direito. Aderiu às ideias de reformadores
protestantes, como Lutero e o suíço Ulrico Zwínglio (1484-1531), sendo
considerado herege, por isso, perseguido pelas autoridades católicas francesas.
Em 1534, acabou fugindo para a suíça, onde o movimento reformista já se
desenvolvia.
João
Calvino
Em 1536, Calvino publicou sua principal obra, Instituição da Religião Cristã, na
qual defendia os seres humanos como predestinados ao céu ou ao inferno, essa
nova teoria se baseava em uma recepção severa da graça divina, popular entre a
burguesia, costuma ser descrito como a “religião do capitalismo”.
O pecado original teria tornado o homem
incapaz de fazer o bem ou escapar da condenação ao inferno. Deus teria decidido
conceder alguns eleitos o poder de fazer o bem e obter a salvação, enquanto os
outros (a grande maioria) continuariam condenados à perdição eterna. Essa
salvação vinha exclusivamente da vontade de Deus.
Uma consequência é a ideia de predestinação, a
noção de que o destino da alma já está decidido, antes mesmo de sua criação,
por Deus. Essa ideia pode ser encontrada nas obras de Santo Agostinho. Para Calvino,
essa é uma consequência lógica da onisciência e onipotência divina: Se Deus
sabe tudo e tudo controla, sabe quem está destinado a ser salvo e quem não está,
a única coisa que poderia mudar essa condição é a própria vontade divina. Nada
que o fiel faça o ajudará: o indivíduo não tem qualquer autonomia, porque Deus
conhece todo seu destino. Espiritualmente falando, ele está sozinho e qualquer
tentativa de interferir no processo é inútil.
ÉTICA
CALVINISTA
Essa enorme solidão espiritual trouxe outras
consequências, como a recusa dos calvinistas de adotarem qualquer ritual, para
que o ritual não trouxesse a impressão
de conseguir alguma intercessão divina. O calvinismo eliminou a “magia” do
mundo, pois ele era totalmente racional. Vestiam-se com extrema sobriedade,
abriam mão de qualquer luxo e ostentação e rejeitavam qualquer prática
sensualista. O prazer e a diversão eram pecados e afastavam o fiel de seu objetivo, a salvação. Isso gerou
uma= individualismo desiludido, sombrio e pessimista, gerou também um profundo
desprezo mútuo entre católicos e calvinistas.
O
CALVINISMO E O CAPITALISMO
Os calvinistas se tornaram extremamente laboriosos,
jamais se desviando de seu objetivo de louvar a Deus pela prosperidade na
terra. Luxos, prazeres ou desperdícios eram considerados como ofensivos à
glória de deus e, portanto, deveriam ser combatidos a qualquer custo. O
calvinista deveria viver sua vida eternamente focado no seu objetivo material:
a prosperidade e o sucesso na vida terrena como forma de melhor glorificar a
Deus.
A busca incessante e obsessiva pelo lucro:
obrigados por sua religião a acumular riquezas. E proibidos por ela de gastá-la
para satisfazer seus prazeres, só restava investir as riquezas acumuladas na
poupança para obtenção de mais riquezas.
Max Weber (1864-1920) em seu livro A ética protestante e o espírito do capitalismo,
constata que os países mais ricos do mundo, em sua época (início do século XX),
eram países em que a ética protestante havia prevalecido.
A
DIFUSÃO DO CALVINISMO
O pensamento calvinista ganhou força
inicialmente em Genebra, na Suíça, para onde Calvino fugiu em 1536, questões
políticas e culturais levaram a doutrina calvinista a vários lugares da Europa
como a Escócia e França. O trabalho do reformador escocês John Knox preparou o
terreno para uma expansão calvinista. Os seguidores de Calvino na Escócia
passaram a ser conhecidos, no final do século XVI, como presbiterianos.
Nos países Baixos, o pensamento humanista de
Erasmo de Rotterdam contribuiu muito para a ideia de reforma religiosa. É comum
atribuir-se, ainda, a difusão do calvinismo nos países Baixos à grande
prosperidade econômica na região, seguindo a ideia weberiana que a ética
calvinista estimularia o desenvolvimento da atividade capitalista.
Na França, seus seguidores passaram a se
chamar huguenotes; na Inglaterra ficaram
conhecidos como puritanos. A intensa
peregrinação que eles sofreram durante os séculos seguintes motivou muitos
deles a emigrarem para as colônias da América. Nas colônias holandesas da
África do Sul, calvinistas de diversos países deram origem aos afrikaners ou bôeres.
A
REFORMA CATÓLICA
Desde o século XIV começou a ficar clara a
necessidade de reformas na Igreja católica. Os movimentos de Wyclif, Huss e de
Lutero eram demonstrações de que a Igreja medieval precisava rever seus rumos,
repensar algumas práticas e sistematizar a doutrina para adaptá-la aos tempos
de humanismo e racionalismo que surgiam. Os concílios realizados no período pré-reforma
Protestante – Constança (1415-1418), Basíleia (1431-1449) e Latrão (1512-1515)
já lidavam com algumas questões importantes, tentando atualizar o pensamento
católico. No entanto a difusão do protestantismo nas décadas de 1520 e 1540
forçou a Igreja a atuar com mais firmeza para preservar sua mensagem e evitar a
perda de mais fiéis.
A
COMPANHIA DE JESUS / A ORDEM DOS JESUÍTAS
Em 1534, o militar e religioso espanhol Inácio
de Loyola fundou a Companhia de Jesus. Seis anos depois (1540), o Papa Paulo II
aprovou a criação da ordem e seus estatutos gerais. Inspirados na estrutura
militar, os jesuítas consideravam-se “soldados da Igreja” com a missão de
combater a expansão do protestantismo.
A principal estratégia dos Jesuítas foi
investir na criação de escolas religiosas; outro instrumento utilizado foi a
catequese. Consolidados, os jesuítas empenharam-se em converter ao catolicismo
os povos dos continentes recém-conquistados pelos europeus (americanos,
africanos e asiáticos).
O
CONCÍLIO DE TRENTO
Em 1545, o papa Paulo III deu início a um
concílio ecumênico na cidade italiana de Trento. O objetivo principal era
estabelecer a resposta da Igreja católica ás posições religiosas de Martinho
Lutero e de João Calvino. A intenção do papa, ao convocar o Concílio, era
promover uma reforma geral na Igreja, o que de fato aconteceu – por esta razão,
os historiadores preferem referir-se à Contrarreforma pelo nome de Reforma
Católica.
O Concílio foi marcado por intensos conflitos políticos.
As guerras entre o Imperador Carlos V (Sacro império Romano-Germânico) e o rei Francisco
I (França) chegaram a retardar em vários anos a sua realização – programado para
1537. Iniciado o Concílio, os conflitos com Carlos V aumentaram. Enfrentamentos
militares com os protestantes influenciaram nos resultados do Concílio,
tornando inviável a aproximação entre as duas partes. Ao final de dezoitos
anos, o Concílio foi encerrado, tendo operado mudanças profundas na estrutura
da Igreja Católica, ainda que mantendo praticamente inalterado seus dogmas.
O Concílio manteve a ideia do pecado original,
a tradição dos fundadores da Igreja passou a ser aceita, além da Bíblia, como
fonte de revelação divina, contrariando as posições protestantes. Os abusos,
como a venda de indulgências, a Simonia e o nepotismo foram proibidos.
A
INQUISIÇÃO E O INDEX LIBRORUM
PROHIBITORUM
A única interpretação correta de Bíblia era a
da Igreja Católica. Qualquer um que manifestasse divergências doutrinárias seria
considerado herege. Essa medida levou ao fortalecimento da inquisição e a
criação do Index Librorum Prohibitorum
(lista de livros proibidos), que relacionava todos os livros que os católicos
estavam proibidos de ler, sob o risco de serem acusados de heresia.
A primeira edição do Index foi publicada em
1559, e incluía, entre outros, o De
revolutionibus orbium coelestium (das revoluções das esferas celestes), de
Nicolau Copérnico, que expunha o sistema Heliocêntrico, além de obras de
Galileu Galilei, Nicolau Maquiavel e Erasmo de Roterdã. O index foi atualizado
pela última vez em 1948, e formalmente extinto em 1966, com o Concílio do Vaticano
II.
A Inquisição havia sido criada durante a idade
média, mas teve sua atuação muito fortalecida após a reforma católica. Na
Espanha, o Santo Ofício da inquisição foi estabelecido em 1478. Em Portugal ele
data de 1536. A principal tarefa da Inquisição era a de investigar os desvio da
fé dos súditos, especialmente nos caso de cristãos-novos (judeus recém
convertidos) suspeitos ainda de praticarem o judaísmo escondido (Criptojudeus).
A inquisição também investigava desvios de conduta – como bigamia e qualquer
tipo de atividade sexual “imprópria”.
A “Caça ás Bruxas” não foi uma exclusividade
católica, mas uma característica da religiosidade cristã da época (inclusive a
protestante),que entendia a bruxaria como fenômeno real. Exemplos disso foram
as perseguições às “bruxas” na Escócia (1661-1662) e a célebre histeria que
ocorreu em Salem, Massachussets (EUA) em 1692-1693.
A
REFORMA ANGLICANA: O REI COMO CHEFE DA IGREJA
Henrique VIII, rei da
Inglaterra de 1509 a 1547, tinha sido um aliado do papa no combate aos
seguidores de Lutero e Calvino. Uma série de questões, no entanto, o levaram a
romper com a Igreja Católica e fundar uma Igreja nacional na Inglaterra: A
Igreja Anglicana.
Henrique
VIII
Um dos principais motivos dessa ruptura
relacionava-se ao poder político. Para fortalecer o poder da monarquia inglesa,
era preciso limitar o poder e influência política e econômica do Papa dentro do
país. A Igreja monopolizava o comércio de relíquias sagradas e era proprietária
de grandes extensões de terra.
Além desse quadro geral, Henrique VIII também
enfrentava problemas conjugais e sucessórios. O rei inglês era casado com a
princesa espanhola Catarina de Aragão e tinha o desejo de ter um herdeiro do
sexo masculino, o casal após 20 anos só tivera uma filha. O soberano queria
casar-se com outra mulher, Ana Bolena. O rei pediu então ao papa que anulasse
seu casamento com Catarina de Aragão, mas seu pedido foi recusado.
Diante da recusa do Papa, o rei conseguiu que
o alto clero inglês e o Parlamento reconhecessem seu divórcio. Em 1534, os
membros do Parlamento Inglês votaram o Ato
de Supremacia, lei pela qual Henrique VII se tornava chefe supremo da
Igreja da Inglaterra. O papa Paulo II excomungou o rei inglês. A Igreja
Anglicana Consolidou-se, mesclando elementos do catolicismo e do
protestantismo.
DIVISÃO
DA EUROPA
Em meados do século XVI, a cristandade na
Europa estava dividida em várias Igrejas. Dentro de cada país as pessoas eram
obrigadas a seguir a religião do rei.
Na França, a divisão entre católicos e
protestantes se manifestou de forma violenta. A divisão mais acirrada opunha
católicos aos calvinistas (huguenotes).
As tensões enter católicos e calvinistas se
agravaram no reinado de Carlos IX (1560-1574). O momento mais grave da crise
ocorreu em 24 de agosto de 1572, a chamada Noite de São Bartolomeu, quando
cerca de 3 mil huguenotes foram massacrados em paris a mando da mãe do rei, a
Católica Catarina de Médicis.
O terrível episódio desencadeou uma onda de
guerras religiosas na França que provocou a morte de milhares de pessoas. O conflito
só terminou com a promulgação do Edito
de Nantes, em 1598, que concedeu liberdade de culto no país.
Referências Extras/
Imagens
DAUWE, Fabiano. História
Moderna, Centro Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial,2008;
APOLINÁRIO, Maria Raquel. São Paulo,
Editora Moderna, PROJETO ARARIBÁ – HISTÓRIA 7º ANO, 2007.
COTRIM, Gilberto; RODRIGUES,
Jaime. São Paulo. Editora Saraiva. Saber e Fazer História (Ensino Fundamental)
– 7º ano, 2009.
1 - http://image.slidesharecdn.com/areformareligiosaslide-141120201804-conversion-gate02/95/a-reforma-religiosa-profaltair-aguilar-2-638.jpg?cb=1416514733
confissão de augsburgo - http://api.ning.com/files/JnU6X7r2zhI6CnWnxAxIEBjoyeM29wi2MZpTSIk9XoRcrBfursTyVz*qjjqtvh50tAJX7kUnyP2FD2XquDRIoecAerso2QZu/lutero0505.jpg
Cia de Jesus 2 - https://visitearacatuba.files.wordpress.com/2013/09/catecismo.jpg
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