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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Reforma Religiosa e A Contrarreforma ou Reforma Católica



REFORMA RELIGIOSA E A CONTRARREFORMA OU REFORMA CATÓLICA
 Dando continuidade na idade moderna, partimos para as reformas religiosas, suas novas teses, pensadores, interpretações e fundamentações. Desde o escolasticismo a própria passou a ser fundamentada pela razão. A atuação, nem sempre adequada, dos sacerdotes, motivaram o entendimento de que a Igreja precisava retomar seu “Papel Tradicional”.
 Esse entendimento culminou em um movimento religioso que quebrou a unidade da Igreja Católica na Europa, criando novas crenças, mais abertas a valores individualistas e antropocêntricos que começavam a vigorar, e que abriu espaço para a justificação do lucro e do progresso material, de certa maneira, um movimento coerente com a nova sociedade que surgia.




NOVAS INTERPRETAÇÕES DOS TEXTOS SAGRADOS
 No século XV, o alemão Johann Gutenberg desenvolveu a tipografia que ajudou a difundir a produção e o comércio de livros – entre eles, a Bíblia.
 Depois que começou a ser impressa, a Bíblia chegava às mãos de mais fiéis, o que possibilitou o surgimento de novas interpretações dos textos cristãos, nem sempre de acordo com os ensinamentos oficiais da Igreja.

 Muitas autoridades da Igreja consideravam a tipografia um problema. Afinal, tendo acesso mais fácil aos textos sagrados, as pessoas estudariam por si mesmas, dependendo menos os ensinamentos dos padres e questionando o que ouviam dos sacerdotes nass cerimônias religiosas.
 Até o século XVI, a interpretação dominante da Bíblia baseava-se nas textos do teólogo São Tomás de Aquino (1225-1274). Para ele a fé e as obras conduziriam os humanos à salvação eterna. No entanto, outra corrente ganhou força, apoiando-se em obras de outro teólogo (mais antigo), Santo Agostinho (354-430), a salvação era alcançada pela predestinação, ou seja, já existia uma discussão entre membros do clero e uma disposição para modificar a doutrina vigente.

CRÍTICA AOS SACERDOTES
 Ao mesmo tempo em que as autoridades católicas discutiam a questão da salvação, ampliou-se também a crítica a determinadas condutas do clero:
  • Para ganhar dinheiro o alto clero iludia os cristão vendendo relíquias ditas sagradas (espinhos da coroa de Jesus, entre outras);
  • Venda de Indulgências, ou seja, documentos que concediam perdão pelos pecados, vendidos até antecipadamente aos pecados, o maior exemplo foi em 1517, o papa Leão X ofereceu indulgências àqueles que contribuíssem financeiramente com a reconstrução da basílica de São Pedro, em Roma, existia até uma “Tabela de Preços”;
  • Pela determinação da Igreja, padres não podiam se casar. Só que muitos desobedeciam essa regra, chamada de Celibato, vivendo com mulheres e filhos;
  • Havia também, por parte da Igreja, uma “desaprovação” para aqueles que buscavam lucros exagerados, ou que emprestavam dinheiro cobrando juros muito altos (usura) o que era gerava um conflito com a burguesia.
 A ignorância e o mau comportamento do clero traziam problemas para a relação entre as autoridades da Igreja e os fiéis, pois, os sacerdotes seriam intermediários dos seres humanos e Deus.
 Com a consolidação dos Estados Nacionais, príncipes e reis passaram a encarrar a Igreja como um Estrangeiro que interferia em assuntos de seu país (buscando assim consolidar seu domínio por meio do poder político, conquistando independência em relação à Igreja). O papa e membros do clero, por sua vez, insistiam em apresentar a Igreja como uma instituição Universal. A própria palavra Católica significa Universal.

 OS PRECURSORES DA REFORMA: JOHN WYCLIF E JAN HUSS

 John Wyclif entendia que a Igreja deveria retornar à simplicidade de suas origens, renunciando ao luxo e à riqueza, e que qualquer pessoa é capaz de compreender a palavras de Deus por conta própria, sem a necessidade de intermediários (Padres e Papa), desde que disponha dos meios para conhecer a palavra – ou seja, ser capaz de ler a Bíblia, para isso Wyclif traduziu os evangelhos para a língua inglesa.
 A Igreja católica entendia que apenas através de seus ensinamento e seus preceitos morais que o fiel poderia chegar à Deus. Wyclif (que morreu em 1384) foi postumamente declarado herege pelo Concílio de Constança e teve seu corpo exumado e queimado na fogueira em 1428.
 Na região da Boêmia (na atual República Tcheca) Jan Huss, baseado nas ideias de Wyclif, entrou em choque com a Igreja, também considerado herege em Constança, Huss foi queimado na fogueira em 1415; sua morte deu origem a uma guerra entre seus seguidores, os Hussitas e a Igreja católica, resultando em uma cruzada contra os Hussitas.

A REFORMA LUTERANA: SALVAÇÃO PELA FÉ
 Martinho Lutero (1483-1546) nasceu em Eisleben, cidade situada na atual Alemanha. Era filho de um administrador de minas que alcançou certa prosperidade. Influenciado pelo pai, Lutero foi estudar direito, mas sua vontade era entrar na vida religiosa. Em 1505, após quase ter morrido durante uma violenta tempestade, ingressou na ordem dos agostinianos, que segue as ideias do teólogo Agostinho.
Martinho Lutero

Entre 1511 e 1513, Lutero aprofundou seus estudos religiosos e começou a amadurecer novas ideias teológicas. Numa das cartas escritas por São Paulo, encontrou uma frase que lhe pareceu fundamental: O Justo se salvará pela fé. Interpretando a frase, Lutero concluiu que os homens e as mulheres corrompidos pelo pecado original (segundo a doutrina cristã, o pecado cometido por Adão e Eva é transmitido a todos os seus descendentes, que nascem em estado de “culpa”), só poderiam salvar-se pela fé em Deus. A fé, e não as obras, seria o único instrumento de salvação.
 No dia 31 de outubro de 1517 Lutero escreveu ao arcebispo de sua diocese, protestando contra a venda de indulgências, e expôs suas ideias a respeito, em um documento que ficou conhecido como as 95 teses.


A Doutrina Luterana tinha três pontos principais:
  • Justificação pela fé: A pessoa é salva por meio da fé e não pelas obras que pratica. Justificativa é o termo religioso para o perdão de Deus aos pecadores;
  • Sacerdócio Universal: Todos os crentes podem interpretar por si mesmos os textos sagrados;
  • Negação da Infalibilidade da Igreja: A única fonte da verdade é a Bíblia, e não a tradição ensinada pela Igreja. Além do luteranismo não aceitar o culto aos santos católicos, a adoração de imagens religiosas e a autoridade do papa.
 Lutero não pretendia opor-se à Igreja, muito menos criar uma nova religião, sua intenção era buscar o apoio do papa à sua condenação de venda de indulgências. O documento foi logo traduzido para o latim e impresso, transformando a disputa teológica em uma das primeiras polêmicas a ser difundida pela imprensa.
 Entre 1517 e 1521, Lutero envolveu-se em discussões com os enviados do papa, que não aceitaram parte de suas teses. O embate terminou com a excomunhão de Lutero em 1521 e declarado herético pelo Edito de Worms. O Imperador germânico Carlos V exigia a prisão de Lutero e declarava criminoso qualquer um que o abrigasse. Para demonstrar que não se importava com isso, Lutero queimou em praça pública o documento papal (bula) Exsurge Domine, que o condenava. Frederico III abrigou Lutero por quase um ano, onde começou a sua tradução da Bíblia. A importância da tradução de Lutero está no alcance de sua obra, que influenciou diversas outras edições posteriores, e no caráter político que ganhou por causa do movimento protestante. Em pouco tempo sua fama cresceu entre outros nobres da Alemanha, que se interessam pelas terras e riquezas que poderiam obter se apossando das terras e bens do clero católico, principalmente nas regiões onde hoje forma o norte da Alemanha.
 Grupos de camponeses e trabalhadores urbanos, por sua vez entenderam as ideias de Lutero como uma oportunidade para acabar com a exploração que sofriam por parte dos membros da nobreza do clero e da burguesia.
 Os primeiros conflitos entre luteranos e católicos se iniciaram em 1522, quando alguns nobres, seguidores de Lutero, começaram a tomar terras pertencentes ao clero e a atacar domínios de nobres católicos. A relação dos atingidos foi rápida, e os ataques pararam.
 Entre 1523 e 1525, camponeses alemães liderados pelo padre Thomas Münzer, revoltaram-se contra a servidão e outros abusos impostos pelo clero católico e pelos nobres. Apesar de os camponeses seguirem as ideias de Lutero, este condenou a revolta. Sabia que se apoiasse os revoltosos, perderia o apoio dos nobres em sua luta contra o clero católico tradicional.
 Em 1526 foi decidido que os príncipes teriam autonomia para decidirem pela adoção ou não das posições luteranas até o Concílio fosse convocado, decisão revogada três anos depois. E, 1529 nobres alemães luteranos protestaram contra as medidas da Igreja que impediam cada Estado de escolher a própria religião. Desde então, o nome protestante espalhou-se pela Europa e passou a designar os cristãos que não fossem católicos ou ortodoxos.
 A partir de 1530, com a publicação da Confissão de Augsburgo, que reunia as principais posições religiosas protestantes, o Luteranismo foi institucionalizado e suas doutrinas complementadas nos anos seguintes, até sua formalização definitiva em 1580.
 Lutero rejeitou a hierarquia eclesiástica, atacou a autoridade da papa e até mesmo o celibato clerical. Os pastores evangélicos, ao contrário dos padres, seriam pessoas comuns, com direito a se casar e constituírem família, que teriam o ministério apenas como profissão.

CONFISSÃO DE AUGSBURGO
 Em 1530, com a Confissão de Augsburgo, a doutrina luterana foi formalizada, e a divisão entre católicos e protestantes começou a se tornar irreversível. No ano seguinte para defender-se de possíveis ataques do imperador Carlos V, os príncipes luteranos mais poderosos se reuniram em uma aliança política – a Liga de Esmalcalda. A intenção inicial era defensiva, mas com o tempo passou a ser de enfrentamento ao imperador, confiscando terras da Igreja católica, difundindo o protestantismo pelo norte da Alemanha e buscando outros aliados pelo continente.
Confissão de Augsburgo

Por quinze anos, a Liga cresceu sem sofre grandes ataques, Carlos V estava envolvido em diversas guerras simultaneamente e foi só em 1546 que o enfrentamento direto começou. Apesar da vitória do Imperador sobre Liga, o domínio do protestantismo no norte da Alemanha já estava consolidado na época; assim em 1550, o novo imperador Ferdinando I (Fernando) assinou com os protestantes a Paz de Augsburgo, aceitando o protestantismo como uma religião oficial dentro do império e dando a cada governante o direito de escolher a religião oficial dentro de seus domínios.

A REFORMA CALVINISTA: PREDESTINAÇÃO DIVINA
 João Calvino (1509-1564) nasceu em Noyon, na França, país onde estudou teologia e direito. Aderiu às ideias de reformadores protestantes, como Lutero e o suíço Ulrico Zwínglio (1484-1531), sendo considerado herege, por isso, perseguido pelas autoridades católicas francesas. Em 1534, acabou fugindo para a suíça, onde o movimento reformista já se desenvolvia.

João Calvino

 Em 1536, Calvino publicou sua principal obra, Instituição da Religião Cristã, na qual defendia os seres humanos como predestinados ao céu ou ao inferno, essa nova teoria se baseava em uma recepção severa da graça divina, popular entre a burguesia, costuma ser descrito como a “religião do capitalismo”.
 O pecado original teria tornado o homem incapaz de fazer o bem ou escapar da condenação ao inferno. Deus teria decidido conceder alguns eleitos o poder de fazer o bem e obter a salvação, enquanto os outros (a grande maioria) continuariam condenados à perdição eterna. Essa salvação vinha exclusivamente da vontade de Deus.
 Uma consequência é a ideia de predestinação, a noção de que o destino da alma já está decidido, antes mesmo de sua criação, por Deus. Essa ideia pode ser encontrada nas obras de Santo Agostinho. Para Calvino, essa é uma consequência lógica da onisciência e onipotência divina: Se Deus sabe tudo e tudo controla, sabe quem está destinado a ser salvo e quem não está, a única coisa que poderia mudar essa condição é a própria vontade divina. Nada que o fiel faça o ajudará: o indivíduo não tem qualquer autonomia, porque Deus conhece todo seu destino. Espiritualmente falando, ele está sozinho e qualquer tentativa de interferir no processo é inútil.

ÉTICA CALVINISTA
 Essa enorme solidão espiritual trouxe outras consequências, como a recusa dos calvinistas de adotarem qualquer ritual, para que o ritual  não trouxesse a impressão de conseguir alguma intercessão divina. O calvinismo eliminou a “magia” do mundo, pois ele era totalmente racional. Vestiam-se com extrema sobriedade, abriam mão de qualquer luxo e ostentação e rejeitavam qualquer prática sensualista. O prazer e a diversão eram pecados e afastavam o fiel de seu objetivo, a salvação. Isso gerou uma= individualismo desiludido, sombrio e pessimista, gerou também um profundo desprezo mútuo entre católicos e calvinistas.

O CALVINISMO E O CAPITALISMO
 Os calvinistas se tornaram extremamente laboriosos, jamais se desviando de seu objetivo de louvar a Deus pela prosperidade na terra. Luxos, prazeres ou desperdícios eram considerados como ofensivos à glória de deus e, portanto, deveriam ser combatidos a qualquer custo. O calvinista deveria viver sua vida eternamente focado no seu objetivo material: a prosperidade e o sucesso na vida terrena como forma de melhor glorificar a Deus.
 A busca incessante e obsessiva pelo lucro: obrigados por sua religião a acumular riquezas. E proibidos por ela de gastá-la para satisfazer seus prazeres, só restava investir as riquezas acumuladas na poupança para obtenção de mais riquezas.
 Max Weber (1864-1920) em seu livro A ética protestante e o espírito do capitalismo, constata que os países mais ricos do mundo, em sua época (início do século XX), eram países em que a ética protestante havia prevalecido.

A DIFUSÃO DO CALVINISMO
 O pensamento calvinista ganhou força inicialmente em Genebra, na Suíça, para onde Calvino fugiu em 1536, questões políticas e culturais levaram a doutrina calvinista a vários lugares da Europa como a Escócia e França. O trabalho do reformador escocês John Knox preparou o terreno para uma expansão calvinista. Os seguidores de Calvino na Escócia passaram a ser conhecidos, no final do século XVI, como presbiterianos.
 Nos países Baixos, o pensamento humanista de Erasmo de Rotterdam contribuiu muito para a ideia de reforma religiosa. É comum atribuir-se, ainda, a difusão do calvinismo nos países Baixos à grande prosperidade econômica na região, seguindo a ideia weberiana que a ética calvinista estimularia o desenvolvimento da atividade capitalista.
 Na França, seus seguidores passaram a se chamar huguenotes; na Inglaterra ficaram conhecidos como puritanos. A intensa peregrinação que eles sofreram durante os séculos seguintes motivou muitos deles a emigrarem para as colônias da América. Nas colônias holandesas da África do Sul, calvinistas de diversos países deram origem aos afrikaners ou bôeres.

A REFORMA CATÓLICA
 Desde o século XIV começou a ficar clara a necessidade de reformas na Igreja católica. Os movimentos de Wyclif, Huss e de Lutero eram demonstrações de que a Igreja medieval precisava rever seus rumos, repensar algumas práticas e sistematizar a doutrina para adaptá-la aos tempos de humanismo e racionalismo que surgiam. Os concílios realizados no período pré-reforma Protestante – Constança (1415-1418), Basíleia (1431-1449) e Latrão (1512-1515) já lidavam com algumas questões importantes, tentando atualizar o pensamento católico. No entanto a difusão do protestantismo nas décadas de 1520 e 1540 forçou a Igreja a atuar com mais firmeza para preservar sua mensagem e evitar a perda de mais fiéis.

A COMPANHIA DE JESUS / A ORDEM DOS JESUÍTAS

 Em 1534, o militar e religioso espanhol Inácio de Loyola fundou a Companhia de Jesus. Seis anos depois (1540), o Papa Paulo II aprovou a criação da ordem e seus estatutos gerais. Inspirados na estrutura militar, os jesuítas consideravam-se “soldados da Igreja” com a missão de combater a expansão do protestantismo.
 A principal estratégia dos Jesuítas foi investir na criação de escolas religiosas; outro instrumento utilizado foi a catequese. Consolidados, os jesuítas empenharam-se em converter ao catolicismo os povos dos continentes recém-conquistados pelos europeus (americanos, africanos e asiáticos).



O CONCÍLIO DE TRENTO
 Em 1545, o papa Paulo III deu início a um concílio ecumênico na cidade italiana de Trento. O objetivo principal era estabelecer a resposta da Igreja católica ás posições religiosas de Martinho Lutero e de João Calvino. A intenção do papa, ao convocar o Concílio, era promover uma reforma geral na Igreja, o que de fato aconteceu – por esta razão, os historiadores preferem referir-se à Contrarreforma pelo nome de Reforma Católica.


 O Concílio foi marcado por intensos conflitos políticos. As guerras entre o Imperador Carlos V (Sacro império Romano-Germânico) e o rei Francisco I (França) chegaram a retardar em vários anos a sua realização – programado para 1537. Iniciado o Concílio, os conflitos com Carlos V aumentaram. Enfrentamentos militares com os protestantes influenciaram nos resultados do Concílio, tornando inviável a aproximação entre as duas partes. Ao final de dezoitos anos, o Concílio foi encerrado, tendo operado mudanças profundas na estrutura da Igreja Católica, ainda que mantendo praticamente inalterado seus dogmas.
 O Concílio manteve a ideia do pecado original, a tradição dos fundadores da Igreja passou a ser aceita, além da Bíblia, como fonte de revelação divina, contrariando as posições protestantes. Os abusos, como a venda de indulgências, a Simonia e o nepotismo foram proibidos.

A INQUISIÇÃO E O INDEX LIBRORUM PROHIBITORUM
 A única interpretação correta de Bíblia era a da Igreja Católica. Qualquer um que manifestasse divergências doutrinárias seria considerado herege. Essa medida levou ao fortalecimento da inquisição e a criação do Index Librorum Prohibitorum (lista de livros proibidos), que relacionava todos os livros que os católicos estavam proibidos de ler, sob o risco de serem acusados de heresia.


 A primeira edição do Index foi publicada em 1559, e incluía, entre outros, o De revolutionibus orbium coelestium (das revoluções das esferas celestes), de Nicolau Copérnico, que expunha o sistema Heliocêntrico, além de obras de Galileu Galilei, Nicolau Maquiavel e Erasmo de Roterdã. O index foi atualizado pela última vez em 1948, e formalmente extinto em 1966, com o Concílio do Vaticano II.
 A Inquisição havia sido criada durante a idade média, mas teve sua atuação muito fortalecida após a reforma católica. Na Espanha, o Santo Ofício da inquisição foi estabelecido em 1478. Em Portugal ele data de 1536. A principal tarefa da Inquisição era a de investigar os desvio da fé dos súditos, especialmente nos caso de cristãos-novos (judeus recém convertidos) suspeitos ainda de praticarem o judaísmo escondido (Criptojudeus). A inquisição também investigava desvios de conduta – como bigamia e qualquer tipo de atividade sexual “imprópria”.
 A “Caça ás Bruxas” não foi uma exclusividade católica, mas uma característica da religiosidade cristã da época (inclusive a protestante),que entendia a bruxaria como fenômeno real. Exemplos disso foram as perseguições às “bruxas” na Escócia (1661-1662) e a célebre histeria que ocorreu em Salem, Massachussets (EUA) em 1692-1693.

A REFORMA ANGLICANA: O REI COMO CHEFE DA IGREJA
 Henrique VIII, rei da Inglaterra de 1509 a 1547, tinha sido um aliado do papa no combate aos seguidores de Lutero e Calvino. Uma série de questões, no entanto, o levaram a romper com a Igreja Católica e fundar uma Igreja nacional na Inglaterra: A Igreja Anglicana.

Henrique VIII

 Um dos principais motivos dessa ruptura relacionava-se ao poder político. Para fortalecer o poder da monarquia inglesa, era preciso limitar o poder e influência política e econômica do Papa dentro do país. A Igreja monopolizava o comércio de relíquias sagradas e era proprietária de grandes extensões de terra.
 Além desse quadro geral, Henrique VIII também enfrentava problemas conjugais e sucessórios. O rei inglês era casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão e tinha o desejo de ter um herdeiro do sexo masculino, o casal após 20 anos só tivera uma filha. O soberano queria casar-se com outra mulher, Ana Bolena. O rei pediu então ao papa que anulasse seu casamento com Catarina de Aragão, mas seu pedido foi recusado.
 Diante da recusa do Papa, o rei conseguiu que o alto clero inglês e o Parlamento reconhecessem seu divórcio. Em 1534, os membros do Parlamento Inglês votaram o Ato de Supremacia, lei pela qual Henrique VII se tornava chefe supremo da Igreja da Inglaterra. O papa Paulo II excomungou o rei inglês. A Igreja Anglicana Consolidou-se, mesclando elementos do catolicismo e do protestantismo.



DIVISÃO DA EUROPA
 Em meados do século XVI, a cristandade na Europa estava dividida em várias Igrejas. Dentro de cada país as pessoas eram obrigadas a seguir a religião do rei.
 Na França, a divisão entre católicos e protestantes se manifestou de forma violenta. A divisão mais acirrada opunha católicos aos calvinistas (huguenotes).
 As tensões enter católicos e calvinistas se agravaram no reinado de Carlos IX (1560-1574). O momento mais grave da crise ocorreu em 24 de agosto de 1572, a chamada Noite de São Bartolomeu, quando cerca de 3 mil huguenotes foram massacrados em paris a mando da mãe do rei, a Católica Catarina de Médicis.
 O terrível episódio desencadeou uma onda de guerras religiosas na França que provocou a morte de milhares de pessoas. O conflito só terminou com a promulgação do Edito de Nantes, em 1598, que concedeu liberdade de culto no país.



Referências Extras/ Imagens
DAUWE, Fabiano. História Moderna, Centro Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial,2008;
APOLINÁRIO, Maria Raquel. São Paulo, Editora Moderna, PROJETO ARARIBÁ – HISTÓRIA 7º ANO, 2007.
COTRIM, Gilberto; RODRIGUES, Jaime. São Paulo. Editora Saraiva. Saber e Fazer História (Ensino Fundamental) – 7º ano, 2009.
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