ECONOMIA
MODERNA
A
ECONOMIA COLONIAL: O MERCANTILISMO
A
prosperidade portuguesa, obtida com o comércio das especiarias, seguia a mesma
lógica econômica que movia as repúblicas italianas: a acumulação de riquezas a
partir do comércio de produtos de luxo no mercado europeu, conhecida como
mercantilismo.
O país como
um grande comerciante, que enriquecia quando ganhava dinheiro e empobrecia
quando gastava, essa lógica econômica, desenvolvida pelas nações para obterem
sucesso econômico – Portugal e Espanha – e onde burguesia mercantil era muito
próxima à coroa.
O
METALISMO E A REVOLUÇÃO DOS PREÇOS
O
mercantilismo entendia que uma simples transferência de recursos: assim, o país
que vendesse um produto enriqueceria, e o que comprasse empobrecia na mesma
medida, sendo uma transação de soma Zero. Dentro dessa lógica, a única
possibilidade de se aumentar o montante total da riqueza seria extraindo-a da
terra na forma de metais preciosos.
Um dos meios
de acumular metais era procurar manter uma balança comercial favorável, ou
seja, vender produtos muito mais caros e em maior quantidade do que aqueles que
eram comprados de outros países.
Assim, na
virada dos séculos XVI-XVII, vários países criaram leis limitando a saída de recursos para o estrangeiro, visando assim manter
a riqueza nacional. O nome que se dá a essa prática é bulionismo ou metalismo,
que foi muito praticado durante a dinastia de Habsburgo (séculos XVI e XVII).
Essa política, que parecia trazer a riqueza, teve como consequência uma enorme
inflação, que gerou a chamada Revolução dos Preços. Preços das mercadorias em
1600 eram mais de duas vezes superiores que ao que foram em 1500, e em 1700
estavam ainda mais altos – mais de três vezes e meia o que havia sido quando a
Revolução dos Preços teve início.
É importante
lembrar que a entrada de ouro e prata não foi a única causa do aumento dos preços:
O crescimento populacional, que se
recuperava da peste negra (século XIV) e o lento processo de urbanização, esses
fatores levaram a uma produção menor de
alimentos para uma população maior, o que contribuía para a Inflação.
A Espanha,
confiante nas riquezas que vinham das colônias, praticamente abriu mão da
manufatura, e passou a importar tudo o que consumia. Essa foi uma das
principais razões para a Espanha não ter conseguido manter seu poderio no
século XVIII. Outra razão foi a longa
sequência de guerras em que Carlos V
e seus descendentes envolveram o país. A Espanha não manteve seus
territórios na Europa e terminou por ceder
a liderança econômica do continente à
Holanda e política par a França de
Luís XIV.
COLBERTISMO
FRANCÊS
Na França o
mercantilismo foi caracterizado pelo incentivo às atividades manufatureiras.
Estudiosos posteriores denominaram essa política econômica de Colbertismo, palavra derivada do
sobrenome do ministro das finanças francês na época de Luís XIV, chamado
Jean-Baptiste Colbert (1619-1683). Colbert vinha de uma família de grandes
comerciantes e, ao tornar-se ministro, encontrou uma situação em que o governo
da França gastava muito mais do que arrecadava. Procurou mudar isso, com o
aumento da arrecadação, estímulos à produção manufatureira e às exportações e
ampliação da rede de estradas.
Os franceses
procuraram desenvolver manufaturas, utilizando matérias-primas obtidas das
colônias. Muitas dessas manufaturas produziam artigos de luxo, como louças,
tapeçarias e perfumes.
O
COLONIALISMO
Também passou
a ser fundamental que todos os países vendessem
aos países estrangeiros mais do que
comprassem (Superávit). Leis restringindo a importação fu surgiram, se
todos os países evitassem comprar produtos do exterior, o próprio comércio
internacional sofrer uma estagnação. Para evitar isso, os países precisavam
oferecer produtos exóticos, que fossem desejados no exterior.
Até meados do
século XVI, os produtos exóticos mais atraentes eram as especiarias (temperos)
e outros produtos do Oriente, como a seda. Foi com o fornecimento dessas
mercadorias que as cidades italianas fizeram sua riqueza no final da Idade
Média, e foi esse comércio que motivou os portugueses à expansão marítima.
O
SISTEMA DE PLANTATION
A
cana-de-açúcar era beneficiada nos engenhos, uma tecnologia que havia sido
desenvolvida e mantida em segredo pelos portugueses desde o século XV. O
sistema de cultivo de açúcar português se baseava em grandes propriedades monocultoras – ou seja, que produziam um único produto principal -, com
larga utilização de mão de obra escrava, esse sistema ficou conhecido Plantation, em que um produto exótico
fosse cultivável.
A enorme
demanda por mão de obra transformou o tráfico internacional de escravos em um
Negócio extremamente lucrativo, com rendimentos que superavam muitas vezes as
próprias atividades que abastecia.
Os produtos
alimentícios, embora muito menos rentáveis, constituíam-se em parte não
desprezível da economia. A mandioca,
a batata e o fumo, que era utilizado principalmente como moeda de troca no tráfico internacional de escravos, junto com a aguardente – cachaça ou rum, e o algodão, para o vestuário.
O sistema de
plantation tornou-se a principal atividade econômica das colônias americanas.
Casos marcantes são as produções de açúcar no Brasil e de algodão no Sul dos
Estados Unidos. O sistema de plantation desempenhava, na contagem geral da
Espanha, um papel bem menos relevante, porque a maior arrecadação provinha
diretamente da extração de ouro e prata.
O EXTRATIVISMO
A extração de
produtos existentes nas Américas se tornou vantajoso economicamente. Os casos
mais conhecidos são os do pau-brasil, da erva-mate, a cochonilha (Inseto
mexicano), as peles de castor no atual Canadá e a pesca em diversas partes do
litoral do continente.
AS
COLONIZAÇÕES
Algumas
regiões de clima quente e úmido produziam, a custo baixo, artigos tropicais,
como açúcar, algodão e tabaco, produtos escassos na Europa, portanto, podiam
ser vendidos a um alto preço, além disso, o Estado podia cobrar as taxas
alfandegárias. Se caracterizando uma Colonização
de Exploração. Exemplos de países: Brasil,
Peru, México, Cuba, Jamaica, entre outros.
Já os produtos
vindos das colônias situadas em regiões de clima semelhante ao europeu, não
despertava o mesmo interesse, e assim desenvolveu-se um tipo de colonização
chamada de Colonização De Povoamento,
com principais representantes os Estados
Unidos e o Canadá.
EXPLORAÇÃO
Portugal e
Espanha lideraram o processo de expansão marítima e colonização a partir do
final do século XV. Os demais países estavam, nesse momento, em vias de
consolidarem suas estruturas políticas. Dessa forma, portugueses e espanhóis
tiveram a possibilidade de se instalar (dentro dos limites do tratado de
Tordesilhas) nos territórios considerados mais adequados para a exploração
mercantil.
Assim, quando
Inglaterra, França e Países Baixos conseguiram reunir as condições para
efetivamente participarem da “corrida colonialista”, os territórios
considerados mais vantajosos já haviam sido ocupados por Portugal e Espanha.
Havia, no entanto, algumas regiões desocupadas, especialmente quanto à produção
de açúcar no Caribe e de Algodão e fumo na América do Norte (Carolina e
Virgínia). Essas regiões foram ocupadas por franceses, holandeses e ingleses,
da mesma forma, o Plantation aplicado também fazia uso intenso de mão de obra
escrava.
Tratado
de Tordesilhas (Saiba
mais nesse link)
AMÉRICA
DO NORTE
A América do
Norte não interessou aos colonizadores europeus, não havia ouro como no México,
e o clima era semelhante demais ao europeu para permitir o cultivo de produtos
exóticos. Sendo assim, a região não foi colonizada durante todo o século XVI.
No século seguinte a situação se alterou. Holandeses, suecos, dinamarqueses,
escoceses e até mesmo o pequeno extinto ducato da Curlândia, na atual Letônia,
estabeleceram domínios que terminaram por ser encampados nas colônias inglesas.
A Companhia
Holandesa das Índias Ocidentais (VOC, na sigla em holandês) começou a explorar,
a partir de 1602, a América do Norte em busca de uma passagem para às Índias.
As primeiras colônias foram fundadas em 1615. Em 1626, o diretor da VOC, Peter
Minut, comprou a ilha de Manhattan dos indígenas e iniciou a colônia de Nova
Amsterdam, que os Ingleses rebatizaram de Nova York. As colônias holandesas
receberam imigrantes de várias origens, protestantes, ingleses, franceses,
judeus fugidos de Pernambuco, entre outros. Em 1664, os ingleses conquistaram a
região e incorporaram a Nova Holanda a seus domínios.
A França
organizou expedições para tentar encontrar uma passagem para as Índias pelo
norte do continente. As expedições lhes permitiram travar um contato mais
próximo com os indígenas do Canadá e estabelecerem entrepostos para o lucrativo
comércio de peles de animais. Mais ao Sul fundaram, na foz do rio Mississipi, a
colônia da Luisiana, que servia como centro de abastecimento de gêneros para as
colônias produtoras de açúcar no Caribe – especialmente o Haiti.
Referências extras/ Imagens
DAUWE, Fabiano. História
Moderna, Centro Universitário Leonardo da Vinci. – Indaial, 2008;
COTRIM, Gilberto; RODRIGUES,
Jaime. São Paulo. Editora Saraiva. Saber e Fazer História (Ensino Fundamental)
– 7º ano, 2009.
Colonialismo - http://images.slideplayer.it/7/1784796/slides/slide_1.jpg
(editado)
Tráfico de escravos - http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2013/05/trafico-de-escravos.jpg
Rotas - https://hebreuisraelita.files.wordpress.com/2012/10/mapa-da-rota-do-trc3a1fico-de-escravos-006.jpg
Tratado de Tordesilhas - http://auladehistorianaweb.blogspot.com.br/2016/08/as-monarquias-ibericas-e-expansao.html
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