A Inglaterra foi o País que mais acumulou
capital por meio do comércio com metrópoles e colônias. Por isso, pôde iniciar
sua industrialização já no século XVIII. A partir de 1770 até 1850, houve uma
grande transformação social e produtiva chamada pelos estudiosos de Revolução Industrial.
Características da Revolução:
·
Mudança na concepção de trabalho (servo
x assalariado);
·
Construção de fábricas e galpões;
·
Decadência do Artesanato e Ascensão da Manufatura;
·
Avanços
tecnológicos em alta velocidade;
·
Despreocupação com a poluição;
·
Busca
desenfreada por lucros;
·
Não
existência de qualquer direito trabalhista;
·
Exploração
da mão de obra infantil;
·
Ascenção do capitalismo;
·
A substituição
do homem pela máquina;
·
Novos grupos sociais (classes): Burguesia x Proletariado;
·
Êxodo
Rural;
·
Nova Arquitetura para as cidades;
·
Evolução nos meios de transporte (Navio
a vapor e locomotiva);
·
Nova concepção do “tempo”.
A
CIDADE INDUSTRIAL
Nas cidades industriais inglesas, a população
operária comprimia-se em bairros de ruas estreitas, sinuosas e sujas, tomadas
de mendigos, prostitutas e desempregados. A maior parte das casa dos operários
se localizava próximo das fábricas e era construída a mando dos próprios
empregadores, que alugavam aos empregados.
As casa, geralmente, com dois andares e
geminadas, abrigavam um grande número de pessoas. Os banheiros eram fossas,
pois não havia rede de esgoto, em outros bairros os detritos eram jogados na
rua. A água era fornecida em bicas espalhadas pela cidade. Era muito comum a
formação de longas filas. A alimentação nas casas operárias era muito pobre,
consistia basicamente de batata, tripas de animais, orelhas de porco e pão.
Nessas condições, doenças como cólera e
tuberculose ocorriam com frequência, a miséria aumenta a mortalidade na cidade.
O
LUDISMO
A vida dos operários era dura, trabalhavam de
14 a 16 horas por dia, de pé, parando apenas para um rápido almoço. Não haviam
direitos trabalhistas como hoje, como férias, descanso semanal remunerado. A
mecanização do trabalho causava a dispensa de diversos trabalhadores que
reagiram destruindo as máquinas O principal movimento de destruição de máquinas
foi o Ludismo e atingiu várias
regiões da Inglaterra.
O
Movimento Ludista teve o seu momento
culminante no assalto noturno à manufatura de William Cartwright, no condado de York, em Abril de 1812. No ano seguinte, na mesma cidade, teve lugar o maior
processo contra os ludistas: dos 64
acusados de terem atentado contra a manufatura de Cartwright, 13 foram
condenados à morte e 2 a deportação para as colônias. Apesar da dureza das
penas, o certo é que o movimento ludista
não parou, dado que os operários viviam em péssimas condições.
O
Ludismo enquanto prática de destruição de máquinas passou a ser cada vez mais
hostilizado pelo patronato que
recorreram aos parlamentos, visando
a criação de leis mais severas para
punir os envolvidos em revoltas. O Reino Unido que já possuía em sua legislação
uma lei datada de 1721 que definia o exílio como pena máxima para a destruição
de máquinas, em 1812 como resultado da oposição contínua a mecanização adotou o
Frame-Breaking Act definindo a pena de morte para casos de destruição de
máquinas.
A
perseguição aos ludistas tornou-se implacável, com centenas de pessoas sendo
presas e torturadas, dezenas de executados, industrial e a criação das
primeiras trade unions (sindicatos)
tornaram-se outros limitantes para o alcance e as possibilidades das revoltas
ludistas, fazendo com que o ludismo entrasse em declínio em meados do século XIX.
O termo Ludismo é derivado de Ludd, sobrenome do operário que teria
liderado o movimento de quebra-máquinas.
TRECHO DE UMA CANÇÃO LUDISTA:
"Nós marchamos para realizar a nossa vontade
Com machado, lança ou fuzil
Meus valentes cortadores
Os que com apenas um só forte golpe
rompem com as máquinas cortadeiras".
Com machado, lança ou fuzil
Meus valentes cortadores
Os que com apenas um só forte golpe
rompem com as máquinas cortadeiras".
A
FORMAÇÃO DOS SINDICATOS
A formação dos sindicatos remonta das
corporações de ofício. As associações trabalhistas na Inglaterra foram
proibidas de 1799 e 1800. Os sindicatos se tornaram ilegais, contudo muitos
continuaram funcionando clandestinamente. Apenas em 1824, o funcionamento dos
sindicatos deixou de ser ilegal e, em 1871 estas Associações foram efetivamente
legalizadas.
O
MOVIMENTO CARTISTA
O cartismo foi o primeiro movimento de classe
operária inglesa a reivindicar direitos políticos e a adquirir um caráter
nacional. O movimento nasceu em Londres, e 1837, quando uma associação de
trabalhadores enviou ao Parlamento a Carta
do Povo, um documento em que requeriam, entre outras coisas, o voto
secreto. A petição foi levada para assembleias de trabalhadores em todo o País
e recebeu mais de um milhão de assinaturas. A recusa do Parlamento em aprovar a
carta desencadeou uma onda de greves, manifestações e prisões.
Por volta de 1840 o movimento cartista
apresentou uma segunda petição, bem mais radical que a primeira. Este documento
também exigia aumento nos salários dos operários e redução na jornada de
trabalho, com mais de três milhões e trezentos mil assinaturas, mais da metade
da população masculina inglesa da época.
Aos poucos, as lutas operárias surtiram
efeitos. As leis trabalhistas melhoraram as condições de trabalho nas fábricas
e minas inglesas, além de fortalecer as lutas dos trabalhadores de outros
países.
REFERÊNCIAS
FOCHI,
Graciela Márcia. Cultura e sociedade na
modernidade. Indaial: Uniasselvi, 2013.
SILVA,
Fábio Luiz da; MUZARDO, Fabiane Tais; FOCHI, Graciela Márcia; SILVA, Thiago
Rodrigo da. Cultura e Sociedade na
Modernidade. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A, 2014.
APOLINÁRIO,
Maria Raquel. Projeto Araribá:
Componente curricular História 8º ano. São Paulo: Moderna, 2007.
APOLINÁRIO,
Maria Raquel. Projeto Araribá:
Componente curricular História 9º ano. São Paulo: Moderna, 2007.
MESQUITA, Fernando.
A Revolução Industrial - As principais transformações da história da humanidade. 2015. Disponível em: http://cienciasnaturaisdinamica.blogspot.com.br/2015/06/a-revolucao-industrial.html,
acesso em: 02/09/2016.
Ludismo. Disponível em: < http://www.suapesquisa.com/industrial/ludismo.htm>.
Acesso em: 09 de setembro de 2016.
Ludismo. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Ludismo>.
Acesso em: 09 de setembro de 2016.
FREITAS, Eduardo, Terceira Revolução
Industrial. Disponível
em <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/terceira-revolucao-industrial.htm>.
Acesso em 15 de setembro de 2016.
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