Pesquise dentro do Blog!

terça-feira, 18 de abril de 2017

Um Breve Contexto da Escravidão



O CONTEXTO DA ESCRAVIDÃO

A base para essa estruturação da economia brasileira foi, obviamente, a mão de obra escrava, especialmente quando o assunto era a agricultura de exportação. No início da ocupação do território foi largamente utilizada à mão de obra escrava nativa (indígenas).
A escravidão é uma situação em que o indivíduo, ou grupo, está sujeito às vontades de outro indivíduo. Este fenômeno é identificável em diversos momentos da História dos mais diferentes povos e países, mesmo que em cada vez que se apresente assuma contornos diferentes.


 Já no século XVI inicia-se o trafico de africanos para trabalharem no novo continente recém “descoberto”. Era começo oficial do tráfico negreiro, que se manteve em funcionamento até a 2ª metade do século XIX. Homens, mulheres e crianças de algumas regiões do Continente Africano transformaram-se em mercadorias, sendo comercializados com a autorização da Coroa portuguesa.
No século XIX no Rio de janeiro, onde a Corte estava, aproximadamente 20% da população era de escravos.

O Status destes cativos era de uma propriedade. Existia mesmo um código legal regendo esta relação:

O escravo é um ente privado de direitos civis; não tem o de propriedade, o de liberdade individual, o de honra e reputação; todo o seu direito como criatura humana reduz-se ao da conservação da vida e da integridade do seu corpo; e só quando o senhor atenta contra este direito é que incorre em crime punível. Não há crime sem violação de um direito. (CASTRO apud ALENCASTRO, 1997 p.338).


A CULTURA AFRICANA

Não é possível existir uma “Cultura Africana”, devido à África ser um continente vasto e diversificado com povos singulares. No entanto podemos falar de uma cultura africana permeando a cultura brasileira, colaborando com alguns elementos para formar uma identidade nacional. Passando pela culinária, pela arte, ritmos e religiões, a marca dos escravos africanos permanece no Brasil contemporâneo, com as expressões do candomblé, a capoeira e o samba.

Os africanos, ao contrário do que amplamente difundido, não aceitaram pacificamente a escravatura, alguns escravos que conseguiam fugir acabavam criando reduções, que passavam a acolher fugitivos das fazendas ou das cidades, os chamados Quilombos, e seus habitantes são conhecidos como quilombolas. O mais conhecido e importante dos quilombos foi o Quilombo dos Palmares, onde viveu Zumbi dos palmares, ainda hoje celebrado como herói que lutou contra a escravidão.

A Revolta dos Malês (leia mais aqui) foi outra forma de resistência contra a escravidão. Ela teve lugar em salvador, em 1835, quando escravos se rebelaram. Esta revolta só pode ser compreendida em seu significado mais adequado quando atentamos que seus adeptos eram alfabetizados. De larga maioria muçulmana, os revoltosos propunham uma nova organização social, tendo um plano de ação e coesão dado tanto pela sua etnia quanto pela sua religião que os unia.

O ABOLICIONISMO E O FIM DA ESCRAVIDÃO
Formalmente a escravidão foi abolida no Brasil através da Lei de 1888, que ficou conhecida como a Lei Áurea. No entanto, este não deve ser entendido como o ponto principal da abolição da escravatura.

Lei Áurea
As lutas foram fundamentais para acabar com a escravidão, num processo lento, que foi de acordo com os interesses dos proprietários, através de uma série de leis anteriores, que paulatinamente puseram fim a um dos principais, e mais cruel, dos pilares da economia do Brasil.
Em 1850, é promulgada a lei que proíbe o trafico de africanos. Apesar de esta atividade continuar pelas próximas décadas, já não era legal e estava sujeita à penalidades. Em 1871, a Lei do Ventre Livre define como liberto aquele nascido de mãe escrava.

Lei do Ventre Livre

A campanha abolicionista teve em José do Patrocínio um de seus mais destacados representantes. O filho do padre João Carlos Monteiro e de sua escrava de 13 anos, Justina Maria do Espírito Santo, nascido em Campos, em 1853, conhecido oficialmente como José Carlos do patrocínio. Enfrentou fronteiras étnicas (pai branco e mãe negra) um mulato, como se dizia na época, além da fronteira civil: mãe escrava e o pai um senhor de escravos e escravas. Oficialmente registrado como exposto, só mais tarde constando o nome da mãe, nunca legalmente reconhecido pelo pai.


 José do Patrocínio

A luta pela abolição foi travada tanto no Parlamento quanto na Imprensa, José do Patrocínio publicando seus textos em jornais como a Gazeta de Notícias ou Gazeta da tarde (ambos do Rio de Janeiro) fez de sua pena uma arma contra a escravidão, defendendo tanto os cativos quanto aqueles que propunham indenizações pelos maus-tratos!

REFERÊNCIAS
KLANOVICZ, Jó. História do Brasil Imperial. Indaial: Uniasselvi, 2010.

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. (Org.). História da vida privada do Brasil: Império. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

IMAGENS



 Canais do Retro Games BR
 
Canais do Aula de História na Web 2.0
 
 Dica Express
  http://blogdicaexpress.blogspot.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...