HISTÓRIA DA AMÉRICA
Unidade 2 - Processos de Independência e a
Guerra do Paraguai
Tópico
02 - O Processo de Independência da América Espanhola.
A partir desse momento veremos os principais fatores
responsáveis pelo processo de emancipação das colônias, o porquê da América
Espanhola ter se fragmentado em diversos países e conhecer a atuação política
dos principais líderes do processo de independência.
PROBLEMAS INTERNOS
As colônias espanholas, da mesma forma que as inglesas,
viviam insatisfeitas com a opressão metropolitana, porém um fator acirrava
ainda mais este descontentamento, a rivalidade entre Chapetones (colonos
espanhóis que vivam na América) e Criollos (espanhóis nascidos na América). Os
Chapetones ocupavam cargos administrativos e influíam na política já os Criollos
eram discriminados social e politicamente pela Espanha.
INFLUÊNCIAS EXTERNAS
O desenvolvimento industrial Inglês: a Inglaterra passou a
ampliar seus mercados;
Independência dos Estados Unidos: Os Estados Unidos passaram
a ser exemplo e passaram a apoiar nações que buscavam a emancipação, além
disso, os Estados Unidos buscavam conquistar novos mercados;
Os Ideais Iluministas: As ideias da busca de liberdade,
igualdade e fraternidade.
A INDEPENDÊNCIA GRADUAL E A FRAGMENTAÇÃO
POLÍTICA
Lopes (1989) atribuí à fragmentação política da América
colonial hispânica aos seguintes fatores:
Ø
Influência Inglesa;
Ø
Território dividido, por tribos ou mesmo
línguas. Além disso, não havia uma produção capitalista capaz de proporcionar a
unificação política via integração de mercados;
Ø
A luta pela emancipação foi resultado de
diferentes grupos, organizadas em locais diferentes e com interesses
diferentes.
É necessário destacar que a ausência de escravidão, como
única base de trabalho, também contribuiu para a não unidade política.
JOSÉ DE SAN MARTIN
José de San Martin (1778 – 1850) foi uma das figuras mais
expressivas no processo de independência da América Hispânica. Em Londres entra
em contato com os ideais revolucionários da América Espanhola. A partir de
então passa a engajar-se nos movimento pró-independência.
José de San Martin
Em 1816, sai vitorioso de um combate contra as tropas
espanholas. Seu espírito de liderança lhe confere a chefia de diversas tropas.
Com um exército pouco numeroso marcha até o Peru, em 1820, ode domina Lima e
declara a independência do País em 28 de julho de 1821.
Graças à ajuda de Simón
Bolívar, José de San Martin consolidou o processo de independência ainda em
1821. Vale registrar que, mesmo vitoriosos, os dois entraram em conflito, pois
não entraram em consenso sobre a forma de governo que deveria ser instaurada no
Peru. José de San Martin foi um dos principais articuladores da independência
da Argentina, que, embora tornado independente em 1810, só foi reconhecida em
1816, no Congresso de Tucumã.
SIMÓN BOLÍVAR
Nasceu no dia 24 de julho de 1783, em Caracas. Oriundo de
família rica estudou na Europa (Madrid), onde recebeu influência dos teóricos
iluministas. Invadiu a Colômbia e, em dezembro de 1819, foi votada uma
constituição que o nomeava presidente ditador militar da União dos Estados
Unidos da Colômbia. Atuou com sucesso na Venezuela e no Equador.
Simón Bolívar
Simón Bolívar desejava a América forte e unida e, no ano de
1826, convocou o Congresso do Panamá, mas infelizmente, o sonho de ver a
América forte não se realizou, pelos seguintes fatores:
Hostilidade Inglesa:
não desejavam uma América forte e unida;
A fobia dos Estados
Unidos: Estes já apresentavam um alto grau de desenvolvimento econômico e
não estavam dispostos a enfrentar concorrência e logo após sua independência
começaram a influir nas questões sociais, políticas e econômicas dos países em
fase de independência;
A Existência de polos
econômicos locais: A existência de elites regionalizadas.
A NECESSIDADE DE CONSOLIDAR A INDEPENDÊNCIA
É preciso lembrar que, após a Revolução Francesa, Surgiu a
Santa Aliança e o Congresso de Viena (1814-1815), ambas com o objetivo de
restaurar o absolutismo na Europa, fato que iria despertar nas velhas dinastias
o desejo de restaurar seus domínios políticos nas antigas colônias. Contra isso
foi criada a Doutrina Monroe.
Santa Aliança
O processo de independência esteve intimamente ligado aos
interesses econômicos de outras nações. A Inglaterra esteve presente em todos
os momentos decisivos de nossa história, ora influenciando o processo de
independência, ora o processo de abolição da escravatura, mas sem perder de
vista seus interesses econômicos nesses países.
Tanto a Inglaterra quanto os Estados Unidos desejavam
ampliar seus mercados com a América. Para atingirem seus objetivos, a
Inglaterra registrou pela Europa que iria usar seus navios para impedir a
chegada de expedições militares europeias à América. Os Estados Unidos criaram
a Doutrina Monroe para defender a América.
O CONTEXTO HISTÓRICO ESPANHOL
A Espanha, nessa época, vivia situação diplomática difícil.
Desde que a família Bourbon, de
origem francesa, assumiu o trono
espanhol em 1700, as coroas dos dois países fizeram alianças, chamadas de Pactos de Famílias, para garantir a
concorrência de ambas diante do crescente econômico britânico. Tais alianças
eram uma resposta à Inglaterra, que nessa época, dava início à Revolução
Industrial, e buscava ampliar o mercado consumidor para seus produtos.
Diante dessa situação, quando se iniciou a Guerra de
Independência dos Estados Unidos, França e Espanha viram-se obrigadas a apoiar
os colonos americanos rebeldes, o que só fez aumentar a insatisfação dos
colonos latino-americanos, que não entendiam como a Espanha podia ser, ao mesmo
tempo, a favor e contra a liberdade colonial.
A Revolução Francesa também se tornou um marco no processo
de independência da América Espanhola por vários fatores. Primeiro, por
divulgar a liberdade, igualdade e fraternidade, o constitucionalismo, o
republicanismo, ideais fundamentais nos discursos dos líderes Criollos. Mesmo que muitos deles vissem
no radicalismo dos jacobinos um exemplo perigoso, que poderia levar as massas
de trabalhadores (indígenas, mestiços, negros e mulatos) a lutarem também por
seus direitos.
Confirmado esse receio, quando ocorreram as guerras pela
independência do Haiti, as elites coloniais conheceram quão poderosas eram as
ideias de liberdade e igualdade anunciadas pela Revolução Francesa, mas também
o grau de agressividade liberado na rebelião de grupos explorados. Os Criollos
que temiam mais do que tudo as rebeliões populares, tiveram, então de organizar
sua luta pela independência colonial, ao mesmo tempo em que submetiam as massas
populares, garantindo a manutenção de seus privilégios.
Quando em 1791, o rei Luís XVI foi deposto pela Revolução
Francesa, a Espanha se uniu à Grã-Bretanha numa coalizão contra a França, mas
foi derrotada e obrigada a assinar em 1795, o Tratado de Basileia, abrindo
caminho para uma nova aproximação entre espanhóis e franceses, consolidado um
ano depois pelo Tratado de Santo Ildefonso.
A aliança com a França foi uma catástrofe para os espanhóis.
A derrota dos franceses e seus aliados em Trafalgar,
em 1805, aniquilou a marinha espanhola, dificultando a comunicação entre a
Espanha e suas colônias da América. Ao mesmo tempo, a maciça presença de
militares franceses em solo espanhol fragilizou a coroa, a ponto de Napoleão
Bonaparte forçar a abdicação do rei Carlos
IV e de seu filho Fernando VII,
e impor seu irmão, José Bonaparte como rei da Espanha, em 1808.
Em relação às exigências de Bonaparte e ao domínio francês,
formaram-se juntas governamentais a favor de Fernando VII, que imediatamente
passaram a instigar os colonos hispano-americanos a fazerem o mesmo. Esta
estratégia foi eficaz, pois quando Napoleão enviou representantes para a
América, com o intuito de convencer os colonos a apoiarem o novo governo, estes
se mantiveram fiéis ao rei espanhol deposto.
Em guerra com a Inglaterra, a França não conseguia
estabelecer controle sobre a América. Percebendo isso, Napoleão mudou de
estratégia, passando a incentivar a independência hispano-americana,
AS JUNTAS GOVERNAMENTAIS
A rivalidade entre Criollos e Chapetones se ampliou,
ocasionando inúmeras rebeliões. Os Criollos, então, foram se organizando aos
poucos, para poderem governar os Cabildos
(assembleias) e expulsar os
espanhóis.
Sem a fiscalização metropolitana, o contrabando aumentou e
os navios ingleses e estadunidenses passaram a suprir os mercados coloniais.
Iniciaram, assim, suas lutas pela liberdade, até que, em
1810, a Venezuela, a Argentina, a Colômbia, o México e o Chile se declararam
independentes.
A RESTAURAÇÃO DOS BOURBON E A REAÇÃO
AMERICANA
Fernando VII
Em 1813, ao recuperar o trono espanhol, Fernando VII buscou
restabelecer a ordem absolutista. Na América, a política de perseguição de
Fernando VII só fez inflamar ainda mais as revolta, os colonos, entretanto, não
agiam de forma conjunta. A imensidão do território americano, o isolamento dos
povoados e suas características geográficas distintas contribuíram para que
cada colônia adotasse estratégias diferentes na guerra contra os espanhóis.
A partir de 1825, com o apoio da Inglaterra e dos Estados
Unidos, grande parte da América já era composta por países independentes;
REFERÊNCIAS
ROCHA, Manoel José Fonseca; GALCOWSKI, Anderson Nereu. História da América. Indaial:
Uniasselvi, 2011.
IMAGENS
José de San Martin: http://edant.revistaenie.clarin.com/2009/05/16/thumb/sanmartin290.jpg
Fernando VII: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/20/Fernando_VII_-_Vicente_L%C3%B3pez.jpg/245px-Fernando_VII_-_Vicente_L%C3%B3pez.jpg
Nenhum comentário:
Postar um comentário